(da flecheira libertária 221)
direita universitária
Recentemente uma chapa, denominada UCC (União Conservadora Cristã), concorreu ao DCE da
USP. Fato notado, registrado e flechado aqui [n. 185, 30 de novembro de 2010. Ano IV.] Voltaram essa
semana ao noticiário eletrônico por seu relativo sucesso nas eleições (ficaram em quinto lugar, numa
eleição com 11 chapas) e por suas relações com skinheads. Seu líder, um estudante do curso de
geografia, fala abertamente em fidelidade conjugal, defesa da propriedade, intervenção militar para
combater a corrupção parlamentar e disposição para o enfrentamento físico, traço que admira nos
skinheads. Dá forma desavergonhada ao rosto fascista do atual conservadorismo que graça, muitas
vezes sem coragem de se nomear, encontra lugar para seu anacrônico, mas ecoado, discurso
político. O rapaz diz não ser neonazista, mas neoconservador, tenta assim dar um ar rebuscado à sua
canalhice e vontade de extermínio.
à esquerda e aos alternativos
Uma pergunta dirige-se aos estudantes e demais integrantes de uma Universidade que já teve muitos
de seus professores interceptados pelos militares e conta, hoje, com jovens alinhados aos mais
variados rótulos ideológicos de esquerda: a tolerância, o pluralismo e a retórica democrática chegam
à hipocrisia de aceitar a coexistência e o reconhecimento de adversários que os tomam como
inimigos privados? Ou a aceitação da canalhice alternativa levou-os a ter que engolir um fascista? Ao
contrário do que apregoam fascistas e conservadores, ação política enérgica e vigorosa não é
sinônimo de violência, mas expressão escancarada do intolerável. Como mostra a história das lutas
libertárias, ação direta não é derramamento de sangue, mas recusa da representação e ataque franco
contra os solapadores de liberdades!
buscado em: http://www.nu-sol.org/flecheira/pdf/flecheira221.pdf
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