tag:blogger.com,1999:blog-35208420168901819002024-03-14T04:21:06.152-03:00papeis de embrulhomaria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.comBlogger1503125tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-50661126486803377542017-02-11T17:02:00.001-02:002017-02-11T17:02:13.133-02:00Anti-tutorial para (des)criar filhos (ir)responsáveis e sobre a (in)sustentabilidade das coisas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
Sabemos que criar filhos não é uma coisa tão fácil quanto
dizem os promotores das tradições familiaristas... criar filhos, implica dentre
muitas outras coisas, em produzir com os mesmos, as noções básicas para o
convívio com o outro e para a delimitação das questões práticas da vida.</div>
<div class="MsoNormal">
Vejamos, que vivemos num sistema capitalístico e, com isso,
tudo o que consumimos, tem um preço financeiro, sem contar todos os outros
custos (o tempo que usamos em nossa formação, o tempo que usamos trabalhando, o
tempo que gastamos correndo atrás das questões da vida prática, etc)... para
cobrir esse preço, precisamos trabalhar e ter remuneração... os filhos que
crescem sem entenderem essa noção, criam uma crença de que tudo funciona no
automático e então não precisam fazer nada para ter uma boa vida... se contam
com quem custeie isso, talvez passem a vida sem produzir essa noção... se vivem
em famílias com finanças apertadas, talvez aprendam, talvez não... enfim,
falemos um pouco sobre essas (des)criações e (mal)criações que se produzem nos
agrupamentos familiares que vivem dentro do modelinho clássico e um tanto
estúpido, de ir pro trabalho, voltar pra casa, fazer coisas e coisas, dormir,
descansar, cansar, enfrentar as porcarias de dificuldades que tanto se cultiva
e coisa e tal e tal e coisa.</div>
<div class="MsoNormal">
As crianças, adolescentes e adultos criados sem produzir a
delimitação dos usos e custos de tudo o que usufruem em suas vidas, desconhecem
uma série de coisas, vejamos alguns exemplos:</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->1.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que a falta de noção sobre tudo,
em que foram criados, não é a realidade de todo o resto do mundo;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->2.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que vivemos num planeta chamado
terra e, mesmo com a abundância, apresenta recursos naturais finitos, portanto,
tudo o que desperdiçarem, fará falta em algum momento e, além do mais, todas as
coisas materiais feitas no planeta, dependem da utilização dos seus recursos
para existirem;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->3.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que para ter um espaço privado
para morar, alguém precisa trabalhar para construir, comprar ou alugar uma
casa;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->4.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que para ter móveis e utensílios
para usar dentro da casa, alguém precisa trabalhar para comprar e, que, caso
não cuidem e preservem essas coisas, destruindo-as, alguém precisará trabalhar
mais para pagar a conta, ou será necessário tirar dinheiro de outras coisas
para pagar o desperdício;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->5.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que a energia elétrica que usam
para ter luz, para ligar o ventilador, a estufa, o ar condicionado, o
computador, a televisão, entre muitas outras coisas, custa dinheiro e,
portanto, se deixarem tudo isso ligado à toa, alguém terá que trabalhar mais
para pagar a conta, ou será necessário tirar dinheiro de outras coisas para
pagar o desperdício;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->6.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que a água na torneira, no chuveiro,
no tanque, na máquina de lavar roupas, entre outros lugares, custa dinheiro e,
portanto, se deixarem tudo isso ligado à toa, alguém terá que trabalhar mais
para pagar a conta, ou será necessário tirar dinheiro de outras coisas para
pagar o desperdício;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->7.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que aquilo que comem e bebem,
custa dinheiro e, que, portanto, aquilo que serviram além da necessidade para
comer ou beber (suco, água, café, leite, iogurte, chá, comida, pão, lanche,
etc), quando jogado fora, custa mais dinheiro e alguém terá que trabalhar mais
para pagar a conta, ou será necessário tirar dinheiro de outras coisas para
pagar o desperdício;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->8.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que um carro, além de produzir
poluição ambiental, custa dinheiro para ser comprado e para ser usado
(impostos, seguro, manutenção, etc), assim como, precisa de combustível para
andar, portanto, alguém precisa trabalhar para comprar o carro, para pagar os
seus custos e para colocar o combustível;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->9.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que para ter sinal de internet,
alguém precisa trabalhar para pagar a conta;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->10.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que todas as coisas pessoais que
deixam atiradas pelo mundo ou abandonadas na casa de amigos, custam dinheiro (a
roupa, o calçado, o shampoo, o sabonete, a escova dental, o creme dental, a
toalha de banho, a mochila, etc) e alguém terá que trabalhar mais para comprar
a reposição;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->11.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que o que comem será expelido pelo
organismo e que não basta largar no vaso sanitário... alguém precisa trabalhar
para pagar a água e os produtos para limpar, além de fazer a limpeza;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->12.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que a casa, os móveis e utensílios
não sejam autolimpantes, portanto, ao usarmos tudo isso, alguém precisa
limpar... e se não for limpo por quem usa e suja, alguém terá que trabalhar
mais para limpar ou para pagar quem limpe;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->13.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que os móveis e utensílios não
contem com dispositivos automáticos que possam levá-los de volta ao lugar de
onde saíram, portanto, se tirou a cadeira do lugar e não a colocar de volta, a
mesma ficará atravancando o caminho dos demais; se usou algo e deixou largado à
toa, isso ficará atravancando o ambiente e alguém terá que usar o seu tempo
para guardar coisas largadas à toa pelos ocupantes da casa;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->14.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que morar numa casa com outras
pessoas, não seja o mesmo que estar num hotel... o quarto não aparecerá
arrumado ou o banheiro não aparecerá limpo, com toalha trocada, com cesta de
lixo esvaziada, enquanto a pessoa estiver fora... </div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->15.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que além da sujeira produzida numa
casa em função dos seus usos e abusos, há sujeiras que se produzem por conta
própria (poeira, umidade, etc) e isso tudo também não é autolimpante, ou seja,
alguém precisa ralar para limpar ou trabalhar para pagar quem limpe;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->16.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que as roupas que usam no corpo,
as roupas de cama, as toalhas, os panos de cozinha, os tapetes, também não são
autolimpantes, portanto, não vão sozinhas do cesto da roupa suja para o tanque
ou para a máquina de lavar, nem desta para o varal e nem do varal para os seus
devidos lugares... alguém precisa fazer tudo isso... alguém precisa trabalhar
para pagar os produtos, a água e a luz utilizados para lavar;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->17.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que o pátio duma casa não seja
autolimpante e nem as áreas de uso comum dum prédio de apartamentos;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->18.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que a bóia que está no armário, na
geladeira ou que vai pra mesa todos os dias, custa dinheiro e alguém tem que
trabalhar para botar isso pra dentro de casa... alguém precisa sair pra
comprar... alguém precisa organizar e guardar... alguém precisa preparar as
refeições... e depois de comer a comidinha, não basta lavar o prato, os
talheres, o copo, a caneca que sujou... tem as panelas, tem as tigelas, tem os
panos, tem o fogão, tem a cozinha, tem a pia, tem um tantão de coisas para além
do umbigo de cada um que come;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->19.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que quando invadem ou desrespeitam
o espaço do outro com barulhos, com gritos, com abusos, com sujeiras, com falta
de noção, estão também roubando a energia que o outro utiliza para viver;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->20.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que ninguém gosta de ficar
pentelhando atrás de marmanjo pelas coisas com as quais não têm cuidado e que
se tomarem os cuidados necessários, ninguém vai ficar pegando no pé e nem ter
que ficar gastando energia atrás dos descuidos os dos prejuízos advindos dos
mesmos;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->21.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que o trabalho dificilmente baterá
à porta de sua casa e muito menos do quarto em que dormem o dia todo, enquanto
alguém trabalha para bancar o teto e tudo o que há sob o teto em que dormitam
seus existires;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->22.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que a vida não tem dispositivo de
funcionamento automático, portanto, estando engrenado nas condições do sistema
ou sendo anti-sistema, tentando se desengranar, é preciso correr atrás... é preciso
inventar a vida, porque a vida não se inventa sozinha... se não encontrou seu
rumo, não adianta ficar esperando caminho pronto,, é preciso inventar a
andança;</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]-->23.<span style="font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Desconsideram que gente chata, deselegante,
invasiva e abusiva acaba confinada ao seu próprio si, porque não dá pra viver
com quem ocupa todo o espaço, todo o ar e toda a energia do ambiente para si.</div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoListParagraphCxSpLast">
Enfim, certamente, lembrarei de outros
pontos, então deixo o escrito entreaberto...</div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-27420550453593532332016-11-21T16:30:00.002-02:002016-11-21T16:30:52.614-02:00Compêndio de análise institucional e outras correntes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">BAREMBLITT,
Gregorio. <i>Compêndio de análise
institucional e outras correntes</i>; teoria e prática. 5.ed. Belo Horizonte,
MG: Instituto Félix Guattari, 2002 (Biblioteca Instituto Félix Guattari;
2) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">[p.66
a 69]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">“Denomina-se
<b>equipamentos</b> a uma série de organizações,
estabelecimentos, aparatos, maquinarias e tecnologias muito diversificados e
inclusivos, de grande, médio ou pequeno porte, cuja finalidade fundamental (mas
não única) está a serviço da repressão, do registro ou do controle social. Uma
das maneiras possíveis de classifica-los é referindo-se ao tipo e grau de
violência que empregam para cumprir sua função, enfatizando, além do mais que
sua condição é mais propriamente determinada por essa função do que por sua
materialidade, estrutura, forma, etc. Alguns exemplos conspícuos de
equipamentos sãos os que certa tradição marxista chamava de ‘aparatos’. Estes
cumprem funções eliminatórias, segregacionistas ou punitivas (como por exemplo,
as Forças Armadas, a polícia, a censura cultural ou a Psiquiatria supressiva).
Outros apontam para a doutrinação ou a informação tendenciosa (certa orientação
da Religião, da Educação, da Comunicação de massas ou a Família).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"> Mas um equipamento pode ser também uma
determinada organização beneficente, ou certa modalidade de uso de um meio de
transporte ou de um eletrodoméstico, assim também como técnicas de cuidado e
gerenciamento da personalidade por parte das forças repressivas. <b>O certo é que os equipamentos são
predominantemente funcionais ao poder</b> (seja do estado ou das entidades
civis e privadas hegemônicas) e a reprodução da ordem constituída entendida
como a soma do instituído-organizado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">De um <b>dispositivo</b> pode, de alguma maneira, dizer-se que é o contrário de
um equipamento. Trata-se de uma montagem de elementos extraordinariamente
heterogêneos que podem incluir ‘pedaços sociais’, naturais, tecnológicos e até
subjetivos. Um dispositivo caracteriza-se pelo seu funcionamento, sempre
simultâneo a sua formação e sempre a serviço da produção, do desejo, da vida,
do novo. Um dispositivo forma-se da mesma maneira e ao mesmo tempo em que
funciona, gerando acontecimentos revolucionários, transformadores. Embora seu
tamanho e duração sejam tão variáveis quanto as materialidades que o compõem,
têm a peculiaridade de nascer, operar e extinguir-se enquanto seu objetivo de
metamorfose e subversão histórica se realizam. Um dispositivo em geral não
respeita, para sua montagem e funcionamento, os territórios estabelecidos e os
meios consagrados; pelo contrário, os faz explodirem e os atravessa, conectando
singularidades cuja relação era insuspeitável e imprevisível. Gera, assim, o
que se denomina linhas de fuga do desejo, da produção e da liberdade,
acontecimentos inéditos e invenções nunca antes conhecidas. Nesse sentido, é óbvio
que os dispositivos, também chamados agenciamentos, têm a ver com a
transversalidade e, num sentido restrito, com o instituinte-organizante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Um grupo político sujeito (quer dizer,
que se dá seus próprios meios e leis inseparáveis de seus fins e que não
pretende persistir mais além de seu objetivo revolucionário), um descobrimento
científico, um pensador original e libertário, um inovador dos costumes sexuais
ou das convicções éticas podem constituir-se num dispositivo, assim como podem
sê-lo certa arrumação de máquinas técnicas (como as rádios livres) ou a defesa
da natureza (como os movimentos ecológicos). Por último, digamos que um
dispositivo não é uma obra de indivíduos ou sujeitos, ele os inclui, os
constitui e os ‘maquina’ para concretizar suas realizações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Em diferentes momentos da constituição
de um campo de análise e/ou intervenção, os institucionalistas efetuam vários
tipos de diagnósticos – sempre provisórios – da estrutura, dinâmica, processos,
contradições principais e secundárias, opositivas e antagônicas, conflitos,
defesas, mecanismos, magnitudes de produção, reprodução e antiprodução,
analisadores, potências, poderes, territórios, linhas de fuga, equipamentos,
dispositivos da área ou organização intervinda. O diagnóstico é importante para
justamente instituir, organizar, planejar, antecipar, decidir os passos, que
comentaremos em seguida, tais como: contrato, estratégia, logística, táticas,
técnicas. Isso sem esquecer que boa parte do percurso é imprevisível. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Os institucionalistas, para efetuar
análises – seguidas ou não de intervenções – precisam fazer acordos, pactos,
convênios (ou como se queira chamá-los) com as organizações, estabelecimentos
ou, simplesmente, com os coletivos de usuários ‘clientes’. A estes acordos
costuma-se denominar <b>contrato</b>. Eles
versam sobre os compromissos mútuos em que se explicitam os respectivos deveres
e direitos das partes interessadas. Em muitos aspectos, o contrato
institucionalista é semelhante a qualquer outro de prestação de serviços. Trata
principalmente de tempo (duração total, freqüência dos trabalhos), honorários
ou outro tipo de retribuição, delimitação de objetivos e autorização de acesso
aos materiais investigados, promessas de sigilo quanto à informação obtida
durante a investigação etc. Como veremos, é importante estar atento ao fato de
que nem sempre o contrato representa um acordo com a totalidade do coletivo
intervindo, mas com certos segmentos do mesmo. Por outro lado, tem especial
significação qual é a relação jurídica (emprego, serviço profissional independente,
solidariedade militante etc.) que fundamenta o contrato. Mas o essencial a
recordar é que o contrato no Institucionalismo não é uma operação comercial
externa ao processo que a intervenção, como serviço, deflagra. Os diversos
aspectos do contrato – tempo, dinheiro, contratantes, objetivos, expectativas –
são analisadores emergentes da problemática a ser pesquisada. Seu tratamento já
é parte ativa da análise e da intervenção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Designa-se por logística o balanço que
os institucionalistas fazem de todas as forças, habilidades, elementos,
recursos, etc. de que se dispõe ao começar uma intervenção; quer dizer, com que
se pode contar, a favor e contra, para poder levar o trabalho adiante com um
mínimo de possibilidade de realização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">A estratégia sistematiza os grandes
objetivos a serem conseguidos (cuja máxima expressão é a auto-análise e
autogestão do coletivo intervindo), assim como a progressão das manobras, dos
espaços e territórios que se colocarão, a previsão de vicissitudes, opções,
alternativas, avanços, retrocessos etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">As técnicas são pequenos segmentos nos
quais se decompõem a estratégia. Para dar um exemplo bélico, totalmente
metafórico: a estratégia decide se será uma guerra de ocupação, de fronteiras,
punitiva ou de extermínio parcial; se essa guerra se dará por terra, mar ou ar,
quais serão os aliados, simpatizantes, neutros e inimigos etc. As táticas
referem-se a batalhas circunscritas, à área onde se desenvolvem, a participação
da infantaria, cavalaria, o horário, os movimentos de tropas etc. As técnicas,
prosseguindo com a metáfora, aludem aos armamentos propriamente ditos: fuzis,
morteiros, granadas etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">No Institucionalismo é fácil fazer a
transposição do que seja a logística, a estratégia e as técnicas do campo
bélico ao campo da intervenção, sem tomá-las ao pé da letra. É interessante
enfatizar drasticamente que, no Institucionalismo, uma vez que se adquira uma
base de entendimento do panorama de uma organização e se concretizem os
primeiros dispositivos para um contrato e diagnóstico provisórios, enquanto já
se têm, baseados nisso, esboços de uma logística, estratégia geral e primeiras
táticas, a eleição de técnicas é consideravelmente livre. Quer dizer: será
ditada pela inspiração e treinamento, assim como pelas predisposições pessoais
da equipe operadora, objetivo geral e objetivo imediato perseguido e
peculiaridades do coletivo em pauta.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Procedimentos interpretativos,
informativos, esclarecedores, de sensibilização, de expressão, de discussão,
agenciamentos artísticos, desportivos, convivenciais, lúdicos, praticados em
grupos e em assembléias podem ser adotados segundo as circunstâncias.<o:p></o:p></span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-35569626651905112342016-10-11T17:16:00.000-03:002016-10-11T17:16:32.030-03:00Visita a Guimarães Rosa, regada a finas cachaças<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<em>Uma viagem à história, ao ambiente natural e aos grupos de brasileiros que povoaram o palco regional de Sagarana, no 70º aniversário da obra</em></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Por <strong>Mauricio Ayer</strong></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
“– Soltem um cálice de branquinha potabilíssima de Januária, que está com um naco de umburana macerando no fundo da garrafa!…”</div>
<br />
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Pois sim, senhor João Rosa, que seja pelos 70 anos da publicação do Sagarana, o seu primeiro livro de narrativas, que o inseriu de pronto e definitivamente na literatura brasileira. Tudo bem que 10 anos antes o senhor vencera um importante concurso da Academia Brasileira de Letras com um livro de poemas – <i>Magma</i>, que só veio a ser publicado mais de meio século depois – e que 10 anos mais tarde o senhor colocaria em nossa balança um peso de desequilibrar o que é viável pensar da nossa cultura e de nossas letras – com as novelas e romances de <i>Corpo de Baile</i> e o gigante <i>Grande Sertão: Veredas</i>.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Mas é sobre <i>Sagarana</i>, de onde a citada fala foi extraída, no conto “Minha Gente”, que gostaria de começar a conversa, se o senhor permitir.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Pois bem: quem cala consente, pois não.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Para a circunstância e cerimônia abrideira, entendi que o senhor sugere uma cachaça de Januária, como tantas boas há. Poderia acatar-lhe o mandado, mas… como haveria de alcançar a dimensão do respeito pelo grande mestre se não for ramificando suas ideias, usando o adorno de suas flores, para que, sem mesmo percebermos, ensejem raízes tanto mais profundas na terra que compartilhamos?</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Vamos, bem entendido, harmonizar o imaginário com o calor de uma selecionada cachaça de alambique, e que seja amadurecida na amburana, como o senhor quer. Mas o tempo modificou um pouco as coisas. Ainda hoje se usa a amburana para dar aroma, cor e sabor à cachaça, e é de forte interesse ler que, lá nos anos 1930 e 40, quando o senhor escreveu, revisou e publicou essa fala, essa prática era célebre em Januária, onde até hoje a tradição viceja. Só que não mais pela infusão de uma lasca de madeira na garrafa, o que atualmente se chama de “chipagem” e se proíbe por força de lei, ao menos para a produção das marcas oferecidas no mercado. Faz-se, ainda assim, seja ao modo informal, para servir em casa aos amigos, seja clandestinamente, com o intuito desleal de acelerar a transmutação da cachaça, sem o devido tempo da espera. Em vez da infusão, a amburana hoje é aplicada na tanoaria para a produção de tonéis voltados ao armazenamento de bebidas. Hoje como ontem, Januária armazena suas cachaças na amburana, como comprovam algumas marcas tradicionais da região: Claudionor, Januária, Velha Januária e Caribé, entre outras.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
A fala que selecionei aqui sugere que Januária carimbou seu nome nas garrafas com o aroma da amburana. Não é de se crer que isso antecipa, para todos os efeitos, a própria tanoaria?</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Bafejo à cachaça, quando o pasto da prosa era pra ser a literatura. Mas os acasos tampouco são gratuitos. A cachaça não é só elemento da paisagem do centro-norte de Minas Gerais, onde as estórias do<i>Sagarana</i> nascem e circulam. Historicamente, ela foi um fator essencial na formação desse pedaço de mundo. Farinha de mandioca e cachaça eram os produtos obrigatórios no “portfolio” dos tropeiros que circulavam por todas essas terras, desde o século XVIII, quando os eixos eram as rotas do ouro, conhecidos como Estradas Reais. São os dois alimentos que forneciam energia aos trabalhadores – principalmente os escravizados, mas não exclusivamente – das minas. Assim se cria uma tradição alimentar e uma cultura de produção e consumo.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Para fins e efeitos turísticos, fixou-se a “Estrada Real” como um caminho em forquilha partindo de Diamantina e bifurcando em Ouro Preto para chegar ou em Paraty (Caminho Velho) ou no Rio de Janeiro (Caminho Novo). Mas na verdade tratava-se de um conjunto de vias mais ramificado e complexo<a class="sdfootnoteanc" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote1sym" name="sdfootnote1anc" style="color: #b81313; text-decoration: none;"><sup>1</sup></a>. Havia, por exemplo, um ramal do Caminho Velho que corria pelo vale do Paraíba até São Paulo e o porto de Santos, refazendo ao contrário o percurso bandeirante que, tendo índios como guias, levou até o tesouro escondido.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Havia também uma outra rota, pouco mencionada hoje mas de grande importância naquele tempo, conhecida como Caminho da Bahia, que subia o rio das Velhas, depois o São Francisco mais ou menos até a altura de Bom Jesus da Lapa, aí despegava do rio e cortava pelo sul da Chapada Diamantina para chegar a Salvador – que era a capital da colônia até a metade do século XVIII. Em sentido inverso, este caminho foi um vetor para que, atraída pela demanda de alimentos da população que chegava de toda parte para se concentrar na região da mineração de ouro, como Ouro Preto (então Vila Rica), Sabará e Mariana (então Vila do Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo), a cultura dos vaqueiros do sertão nordestino gerasse fazendas nas margens do São Francisco e do das Velhas e, depois, ocupasse a extensão do norte de Minas. A cidade de Januária, à margem do grande rio que amarra Minas à Bahia, está ali, como uma pedra bem no meio do caminho.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
O senhor sabe disso tudo, muito mais do que eu poderia, mas agora estou falando com quem nos lê, não é mesmo. A geografia da ficção do <i>Sagarana</i> é a dos arraiais, vilarejos, fazendas e do sertão, dos chapadões e das veredas, do cerrado, com muitos ribeirões e alguns poucos grandes rios (além dos dois mencionados, há também o Paraopeba e o Pará). Essa terra é ocupada por vaqueiros, seleiros, ferradores, tropeiros, pequenos agricultores e comerciantes, mulheres territoriais das casas, igrejas ou prostíbulos, ofícios de gente nascida em um norte de Minas que, tendo prosperado com a pujança da atividade aurífera no setecentos, quedou-se assim um tanto ao-deus-dará, e ali desenvolveu uma cultura peculiar. Também terra de valentões – pois, como diz Antonio Candido, “o valentão armado, atuando isoladamente ou em bando, é fenômeno geral em todas as áreas onde <i>a pressão da lei não se faz sentir</i>, e onde a ordem privada desempenha funções que em princípio caberiam ao poder público”<a class="sdfootnoteanc" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote2sym" name="sdfootnote2anc" style="color: #b81313; text-decoration: none;"><sup>2</sup></a>. Mas vale também um a ética, construída a cada gesto compartilhada, negociada e reafirmada a cada ato social, a cada fala, cada gesto.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Já temos aí um pouco do caldo de fermentação do <i>Sagarana</i>: cachaça (herança do ciclo da cana, amplamente plantada nos engenhos de açúcar pernambucanos, baianos, paulistas e fluminenses); farinha de mandioca e o milho (legado índio incorporado em definitivo na dieta, principalmente dos caipiras); a cultura vaqueira do sertão de Pernambuco e Bahia (que continua Minas Gerais adentro); e, por fim, a formação dos arraiais e vilarejos como extensão de um modo de vida caipira, paulista, dos pequenos agricultores, produtores de alimento.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Isso aqui vale um parêntese. Os bandeirantes, empreendedores ferozes, herdeiros terrestres e silvícolas dos portugueses desbravadores de mares, depois de estabelecidos os locais das minas, foram trucidados ou expulsos da região mineira na chamada Guerra dos Emboabas – exceto por alguns que, seduzidos pela coroa, incorporaram-se como donos de terras ou administradores a essa civilização curtida na brutalidade. Foi aliás um bandeirante que se ocupou da construção do Caminho Novo, ligando por via direta a Vila Rica ao Rio de Janeiro, passo definitivo para a prosperidade daquela que viria a ser a capital da Colônia, do Império e da República do Brasil, que por outro lado reduziu consideravelmente a relevância de São Paulo.</div>
<div class="_5yl5" style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<span class="_5yl5">Se os brutos sapadores foram excluídos, foi principalmente a gente comum de São Paulo que estendeu o tapete de sua cultura caipira pelo território mineiro.</span> Isso, desde a expedição de Fernão Dias e Borba Gato que chegou às minas nas cabeceiras do rio das Velhas, cuja grande inovação foi plantar ao longo do caminho, com roças de milho e mandioca e algumas criações como galinhas e porcos, a semente dos arraiais que se tornariam as futuras cidades. Em <i>Casa Grande e Senzala</i>, Gilberto Freyre compara, nos séculos XVI e XVII, a cultura paulista, muito antes do domínio do café – horizontal, policultora, produtora principalmente de alimentos (até para abastecer o restante da colônia), fundada no trabalho próprio e incorporadora de alimentos, hábitos e parentescos indígenas – com a cultura do nordeste canavieiro (sobretudo a Zona da Mata pernambucana e o recôncavo baiano) – fundada, como ele bem distingue, na escravidão, na monocultura canavieira e exportadora e numa estrutura social aristocrática, em que o senhor de engenho concentra praticamente todos os poderes, e a massa trabalhadora é escravizada. Então foi a estrutura social gestada em São Paulo que proliferou para além da Mantiqueira.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
É preciso lembrar aquilo que surge, pela primeira vez, nas Minas Gerais. O ouro, além da ganância, de brutal escravidão – que impulsiona imensamente o tráfico de escravos africanos no século XVIII, numa intensidade que o ciclo da cana jamais imaginaria – e das cidades, permitiu também formar, já naquele tempo, centros de cultura letrada ainda inéditos no Brasil, e que deixariam também o seu legado. Antonio Candido, novamente, conta desse início na <i>Formação da Literatura Brasileira</i>. Vamos vendo aí alguns dados de formação da paisagem que irá fermentar a imaginação deste mesmo Guimarães Rosa que agora recebemos como ilustre visitante.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
A cachaça estava ali, estabelecida. É célebre a fórmula de Câmara Cascudo segundo a qual “Onde mói um engenho, destila um alambique”<a class="sdfootnoteanc" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote3sym" name="sdfootnote3anc" style="color: #b81313; text-decoration: none;"><sup>3</sup></a>, ou seja, a produção de cachaça sempre esteve presente junto da produção açucareira. Mas agora, na região mineira, se não havia uma produção de açúcar visando a exportação, pequenas plantações de cana serão estabelecidas para se produzir a rapadura, o açúcar e a cachaça para o consumo local. E lá estavam os tropeiros para circular pelas Estradas Reais com produtos do reino e da terra, entre os quais, obrigatoriamente, a cachaça.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
O território do <i>Sagarana</i>, Guimarães Rosa conheceu primeiro como um nativo e morador, na infância, da cidade de Cordisburgo. Foi lá que muito cedo se interessou pelas línguas e leituras. Diz-se que aos 6 anos começou a aprender sozinho o francês e aos 7 tinha lido um livro nesta língua. Por esta época, com a chegada à cidade de um frei franciscano holandês, o padre Canísio Zoetmulder, começou a ter aulas de francês e de holandês. Aos 9 foi viver em Belo Horizonte e estudar no colégio Arnaldo, de padres alemães, onde ampliou consideravelmente seu cabedal linguístico, não só pelo alemão e o inglês, como também o grego e o latim, que faziam parte da formação clássica da época.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Aos 16 anos, João Guimarães Rosa entrou na faculdade de Medicina, onde veio a se formar aos 23. Foi então que ele fez uma nova incursão no território, agora com um olhar transformado, que se adicionava de sua formação médica, a um só tempo técnica e interessada pelas relações de homens e mulheres entre si e com o meio. Essa lente lhe renderá muitas observações para as tramas do <i>Sagarana</i>. E sabe-se que desde muito novo o escritor mineiro comportou-se como um pesquisador, por um lado, da língua e das línguas, mas também profundamente da paisagem, sua fauna e sua flora, sua gente, com suas idiossincrasias e universalidades. Vivia munido de um caderninho em que anotava tudo o que via, perguntando os nomes de cada planta ou bicho, saboreando as palavras e seus usos (e usando também seu conhecimento de outras línguas para “enriquecer” a sua, como ele dizia).</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Como esculápio da roça, o doutor João Rosa foi recebido em casas das pessoas, pôde conversar com elas, observar seus modos de viver, saber de seus bens e de seus males, conhecer as suas alegrias, os seus dramas e as suas tragédias – que tratava de integrar na compreensão de seu ofício. Seu ofício, que era sim, também, o do cuidado, porém não restrito à medida do possível, com as pessoas dali e suas precárias condições, mas ainda mais genuinamente na medida do impossível com a formação de seu imaginário – imanente-transcendente, formador e parabolar.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
São todas coisas que aparecem no relato do senhor, João Rosa, ao editor João Condé, que contém as explicações da escolha da terra-mãe – tão real, quão fabular, e que fabulosa – para situar sua ficção. Aliás, vou ler aqui um trecho dessa carta que o senhor escreveu, tal como publicada na edição da Editora Nova Fronteira que tenho em mão:</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; padding-left: 60px; text-align: justify;">
<em><span style="font-family: Times, serif;">Àquela altura, porém, eu tinha de escolher o terreno onde localizar as minhas histórias. Podia ser Barbacena, Belo Horizonte, o Rio, a China, o arquipélago de Neo-Baratária, o espaço astral, ou, mesmo, o pedaço de Minas Gerais que era mais meu. E foi o que preferi. Porque tinha muitas saudades de lá. Porque conhecia um pouco melhor a terra, a gente, bichos, árvores. Porque o povo do interior – sem convenções, “poses” – dá melhores personagens de parábolas: lá se veem bem as reações humanas e a ação do destino: lá se vê bem um rio cair na cachoeira ou contornar a montanha, e as grandes árvores estalarem sob o raio, e cada talo do capim humano rebrotar com a chuva ou se estorricar com a seca.<a class="sdfootnoteanc" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote4sym" name="sdfootnote4anc" style="color: #b81313; text-decoration: none;"><sup>4</sup></a></span></em></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Então essa é a matéria-prima (a paisagem local onde está impregnada, por força de formação, no território do imaginário universal da arte – do europeu ao chinês, para ficar em apenas dois exemplos –, o saber popular e o clássico, o conhecimento médico e a superstição, e por aí vai) que vai fermentar na produção de seus contos. Isso vai ser intimamente aquecido, para retirar aquilo que é mais o próprio , como o senhor mesmo, João Rosa, afirma, por uma “depuração”. Leio agora esse outro trecho, tal como o senhor conversou com Fernando Camacho, em 1966:</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; padding-left: 60px; text-align: justify;">
<em>A criação da minha obra corresponde a uma depuração, à procura de um ideal […]. Esse ideal, essa procura, dentro de si próprio, aliás, permite-me às vezes um contato com qualquer coisa de […] comum a todos os homens. Paradoxalmente, o contato com os outros raramente se consegue quando se é extrovertido.<a class="sdfootnoteanc" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote5sym" name="sdfootnote5anc" style="color: #b81313; text-decoration: none;"><sup>5</sup></a> (citado por Fantini, 2003, p.44)</em></div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Ou destilação, claro, para chegar à quintessência – da terra opaca e fabular à potência transparente do sentido. Então deixar as estórias maturarem nas madeiras da terra ou dos reinos, e assim nuançar seus caracteres, ásperos ou azeitados, com cores e humores os mais sutis – a ironia, o espanto, o sarcasmo, a crueldade, a ruindade.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Olhe o senhor, e ouça: entusiasmado, cheio de si, empavonado no proscênio, solando sobre o senhor, alcancei o extremo de olvidá-lo, o senhor. Rogo-lhe a vênia, é comum em homenagens nos engancharmos nos emaranhados de nossas admirações, a ponto de nossa imagem do herói, tão louvada de sincero amor, apagar da cena o homem – e a cachaça é o homem.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Devo-lhe oferecer, para o tanto, da melhor penicilina, apta a curar minha estima pelo senhor e pelo que nos legou. Não será de Januária, antes ofereço-lhe uma do lugar que veio a tornar-se seu rival, superando-a talvez em fama, mas, há que dizer, filha dos mesmos vaqueiros e cosedeiras, localizado em um atalho para o Caminho da Bahia – porquanto se chegava mais retamente do arraial de Diamantina aos cotovelos da Chapada, já em terra baiana, prolongando o vale do Jequitinhonha ao setentrião.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Mas, você sabe, a cachaça que escolhi não deixa de ter o seu laço com a cidade franciscana: é envelhecida em tonéis de amburana (e também de carvalho), equilibrando ambas no nariz e na língua. Isso redunda em um rosário de doçuras, rezadas no fundo ferroso de melado de cana, no mel especiado do lenho brasileiro e na baunilha frutada da madeira europeia. Como que permeando isso tudo há um toque de anis, fresco, que me provoca, por estranha sinestesia, a sensação da cor verde, em meio aos tons terra das madeiras.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Nomeio, pois, já que este era, desde o princípio, o nosso fim: uma cachaça que é uma obra prima, a Encantos da Marquesa Ouro. Ela tem algo singular, um sabor quase cítrico, que até se sente mais em sua versão prata mas que se prolonga sob a maturação das madeiras.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Espero que seja de seu agrado, já que é erguida e vertida, singelamente, em sua homenagem.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
***</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
Esta carta é o começo de uma série de visitas a João Guimarães Rosa, que será benzida pelo “mais brasileiro dos prazeres”, no dizer do meu mestre o cachacista pernambucano Jairo Martins. As cachaças foram generosamente cedidas pela Amburana.</div>
<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
—</div>
<div id="sdfootnote1" style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px;">
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<a class="sdfootnotesym" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote1anc" name="sdfootnote1sym" style="color: #b81313; text-decoration: none;">1</a>. <span style="font-size: x-small;">As informações sobre as Estradas Reais foram obtidas no livro </span><span style="color: #252525;"><span style="font-size: x-small;">de Márcio Santos,</span></span><span style="color: #252525;"><span style="font-size: x-small;"><b>Estradas reais: introdução ao estudo dos caminhos do ouro e dos diamantes no Brasil</b></span></span><span style="color: #252525;"><span style="font-size: x-small;">, Belo Horizonte, Editora Estrada Real, 2001.</span></span></div>
</div>
<div id="sdfootnote2" style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px;">
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<a class="sdfootnotesym" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote2anc" name="sdfootnote2sym" style="color: #b81313; text-decoration: none;">2</a>. <span style="font-size: x-small;">Antonio Candido, “Jagunços mineiros de Claudio a Guimarães Rosa”, </span><span style="font-size: x-small;"><b>Vários Escritos</b></span><span style="font-size: x-small;">, São Paulo, Duas Cidades, 2004, p. 99.</span></div>
</div>
<div id="sdfootnote3" style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px;">
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<a class="sdfootnotesym" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote3anc" name="sdfootnote3sym" style="color: #b81313; text-decoration: none;">3</a>. <span style="font-size: x-small;">Luís da Câmara Cascudo, </span><span style="font-size: x-small;"><b>Prelúdio da Cachaça</b></span><span style="font-size: x-small;">: etnologia, história e sociologia da aguardente no Brasil, Belo Horizonte, Ed. Itatiaia, p. 25.</span></div>
</div>
<div id="sdfootnote4" style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px;">
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<a class="sdfootnotesym" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote4anc" name="sdfootnote4sym" style="color: #b81313; text-decoration: none;">4</a>. <span style="font-size: x-small;">João Guimarães Rosa, “Carta a João Condé”, </span><span style="font-size: x-small;"><b>Sagarana</b></span><span style="font-size: x-small;">, Rio de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 2001, p.25.</span></div>
</div>
<div id="sdfootnote5" style="background-color: white; color: #333333; font-family: "Times New Roman", Times, Arial, serif; font-size: 17px;">
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<a class="sdfootnotesym" href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/#sdfootnote5anc" name="sdfootnote5sym" style="color: #b81313; text-decoration: none;">5</a>. <span style="font-size: x-small;">Citado por Marli Fantini, </span><span style="font-size: x-small;"><b>Guimarães Rosa: Fronteiras, Margens, Passagens</b></span><span style="font-size: x-small;">, São Paulo, Ateliê Editorial e Editora Senac São Paulo, 2003, p. 44.</span></div>
<div style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 1.25em; text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">buscado em: <a href="http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/">http://outraspalavras.net/brasil/visita-a-guimaraes-rosa-regada-a-finas-cachacas/</a></span></div>
</div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-27273121231713586852016-10-06T20:55:00.000-03:002016-10-06T20:55:19.833-03:00A POESIA VIVA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">pessoas, o Folhetim Republicano, em sua quarta edição, já saiu do forno com quatro escritos:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">Poesia Viva - p. 3/ Educação e Emancipação - p. 5/ Manifesto da Costa Rica - p. 7/ Lenço no pescoço - p. 9... <a href="file:///C:/Users/Acer/Downloads/Folhetim%20-%20Quarta%20Edi%C3%A7%C3%A3o%20(1).pdf">aqui</a>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">o Poesia Viva é uma escrevinhadura minha e está na página 3.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">logologo coloco aqui o link da publicação oficial, que poderá ser encontrada, também <a href="http://www.institutomissioneirodeteologia.com/">no sítio do Instituto Missioneiro de Teologia</a>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">aí vai o escrito...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
A POESIA VIVA</div>
<div style="text-align: justify;">
Foucault, brincando ou não, afirmou que um dia o
século ainda haveria de ser deleuziano. Disse isso, não antevendo a
cronificação dum novo pensamento dominante –até porque, isso contrariaria o
próprio pensamento de Deleuze-, mas sim, antevendo a perspectiva da ruptura com
o ideário consolidado no imaginário das gentes, provocando uma certa liberação
ao viver inventivo, ao viver poético.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
O pensamento dominante e ortodoxo criou e
sustentou modos de vida e campos teóricos esterilizantes. Em nossa formação
cultural, aprendemos a cultivar misérias, dor, desamor, raiva, ódio, guerra;
aprendemos, também, a cultivar o ideal do amor romântico que exclui todas essas
coisas (entenda-se aqui, o amor romântico enquanto afeto geral e não endereçado
a um campo específico); assim, aprendemos que só há um ou outro campo e que os
dois se excluem... mas a vida, a vida corrente é feita não dessa condição
binária e dicotômica, e sim, de transversas situações e condições. A vida
inclui as belezas e também as feiezas, as consolidações e as rupturas, as
situações as mais diversas, as mais transversas... enfim, é feita de campos de
encontro, de desencontro, de entrecruzamentos, de descruzamentos... é feita de
descontinuidades... e é nessas condições que outras linhas se criam e se
recriam.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando olhamos para a vida enquanto invenção
poética, a vemos como a condição vital que anima todas as nossas lidas do
cotidiano. Não se trata dos versos modulados na exatidão do encontro da
(mili)métrica rima das palavras ditas e das palavras escritas; não se trata dos
versos impressos e tingidos nos pergaminhos guardados em nossas bibliotecas.
Falo do verso que se modula como interioridade, superfície e face de nosso ser
e de nosso existir, e que expressa aquilo que criamos em nossos viveres (tanto
nos viveres na vida mais recolhida e reservada, quanto nos viveres públicos)...
falo do verso enquanto expressão da singularidade.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
O viver inventivo, feito da poesia viva (não como
condição soberana e profunda do viver e do fazer-se sujeito, mas como modo de
vida aberto, fluído e intempestivo), nos movimenta a compor a vida a partir
duma ética própria ao sujeito, com suas reentrâncias, com suas dobras, com suas
livres escolhas, com suas idealizações, com suas imperfeições, com seus quereres,
com seus desejos mais profundos ou os mais superficiais, enfim, a ética,
diferente da moral, é feita das escolhas da pessoa (sejam escolhas feitas a
partir de imposições, sejam escolhas feitas a partir do seu livre fluir);
trata-se de olhamos para nossos modos de vida como escolhas éticas e
inventivas, desenhadas por um fazer político... não há escape, pois toda a
nossa atuação constitui-se num fazer político, visto que estamos
irremediavelmente incluídos nos aconteceres da polis –seja com nossos fazeres e
pensares, seja com nossos não-fazeres ou desfazeres e não-pensares-.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
Falo aqui, dos viveres, dos fazeres e dos quereres
que não cabem no Lattes... de existires compostos de muitas vidas (e não
somente da nossa e de uma única vida)... falo aqui, dos nossos fazeres enquanto
gente que vive e que trabalha... falo aqui, de compor a vida enquanto poesia
viva... falo aqui, de aprender a olhar as gentes com que trabalhamos, como se
entidades fossem, dirigindo-lhes um delicado olhar feito de esquizo-lucidez,
que nos permita cartografar/ajudar a cartografar as densidades, as levezas e as
intensidades dos viveres que não são somente do outro, mas também são nossos.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
É preciso aprender a cartografar... é preciso
aprender a olhar a vida para além do pensamento acadêmico clássico... é preciso
aprender a escrever a escrita das vidas... é preciso aprender a escrever a
escrita composta na poesia das vidas... é preciso aprender a olhar os versos
com que transversamos nossos versos... é preciso boniteza no olhar e no
pensar... é preciso não querer impor às gentes com que fazemos nossas lidas
cotidianas, uma moldura acadêmica à qual teriam que se ajustar para podermos
lhes ver... é preciso coragem para ver e sentir a vida do outro (e por
conseqüência, a nossa)... é preciso grandeza para reconhecer que nossas
andanças acadêmicas e teóricas nos servem para alumiar nossa ignorância e para
nos ensinar a inventar ferramentas e dispositivos que nos ajudem a andar com as
gentes e compor seus existires e suas andanças.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
Costumamos escrever pouco sobre os vastos
territórios das existências que transitam nos campos das políticas públicas ou
nos campos mais privados... escrevemos pouco sobre nossas experimentações,
sobre nossos pensares e nossos fazeres... escrevemos pouco sobre as vidas com que
transversamos nossos versos... cartografamos muito pouco nossas andanças e as
daqueles com que andamos... não nos é dado olhar para a escrita de nossos
fazeres que fica inscrita na vida das gentes... tai a escrita de que mais
gosto... a escrita da vida... as formas com que a vida se escreve dentro e fora
de cada um... isso que chamo de versos que transversam com outros versos.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
Os caminhos e descaminhos traçados na geografia
das ruas e na geografia das vidas das gentes, não têm linhas fixas... nos
mostram as andanças lá por dentro das entranhas dos existires e dos viveres das
gentes tortas que não cabem nas exatidões da ciência, da academia ou do olhar
com que muitos olham para a vida dos viventes... é com um olhar maiúsculo
dirigido às vidas minúsculas, que tornamos maiúsculos esses existires. É preciso
ampliar, em vez de reduzir ou fixar. É preciso aprender a desconhecer, para se
permitir olhar para além das molduras e quiçá, um dia, vir a conhecer.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
Foucault nos mostra muito bem esse pensar e esse
fazer visceral, quando da exumação dos arquivos do internamento do Hospital
Geral e da Bastilha, na França, fuçando nas entranhas dos prontuários e das
vidas abnegadas à sólida entidade chamada loucura (e ele faz isso, na
perspectiva de mostrar a vida vista e vivida fora do conceito, fora da moldura;
em seu escrito A Vida dos Homens Infames, entoa que: “Este não é um
livro de história. A escolha que nele se encontrará não seguiu outra regra mais
importante do que meu gosto, meu prazer, uma emoção, o riso, a surpresa, um
certo assombro ou qualquer outro sentimento, do qual teria dificuldade, talvez,
em justificar a intensidade, agora que o primeiro momento da descoberta passou.//
É uma antologia de existências. Vidas de algumas
linhas ou de algumas páginas, desventuras e aventuras sem nome, juntadas em um
punhado de palavras. Vidas breves, encontradas por acaso em livros e documentos
(...) nesses textos, a condensação das coisas ditas, que não se sabe se a
intensidade que os atravessa deve-se mais ao clamor das palavras ou à violência
dos fatos que neles se encontram. Vidas singulares, tornadas, por não sei quais
acasos, estranhos poemas, eis o que eu quis juntar em uma espécie de herbário
(...). Se eu o fiz então é sem dúvida por causa dessa vibração que sinto ainda
hoje, quando me ocorre encontrar essas vidas ínfimas que se tornaram cinzas nas
poucas frases que as abateram (...). Não é uma compilação de retratos (...):
são armadilhas, armas, gritos, gestos, atitudes, astúcias, intrigas cujas palavras
foram os instrumentos. Vidas reais foram ‘desempenhadas’ nestas poucas frases;
não quero dizer com isso que elas ali foram figuradas, mas que, de fato, sua
liberdade, sua infelicidade, com frequência sua morte, em todo caso seu destino
foram, ali, ao menos em parte, decididos. Esses discursos realmente
atravessaram vidas; essas existências foram efetivamente riscadas e perdidas
nessas palavras (...). Para que alguma coisa delas chegue até nós, foi preciso,
no entanto, que um feixe de luz, ao menos por um instante, viesse iluminá-las.
Luz que vem de outro lugar”1.<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
A poesia viva é como lamber as palavras (no pensar
de Manoel de Barros)... é como fornicar com o pensamento... copular com as
existências ... procriar com os existires... a poesia viva é aquilo que
inventamos sem saber que estamos inventando... é aquilo que se sente nas
vísceras... é o verso que passa por dentro de cada um e dos outros... não se
faz poesia viva sozinho... é sempre com o outro, seja o o outro enquanto
presença física, seja o outro enquanto presença imaginária!<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
Taí a vida que não cabe no Lattes e nem nas
gramáticas. Taí a vida cujo registro encontramos nos existires de cada um e em
suas intensidades ... é nesses transversamentos sem emolduramentos, que vemos e
sentimos a visceralidade que é a vida corrente de quem não subtrai da
existência nem o mais duro, nem o mais difícil, nem o mais dorido... remexe no
interior de suas dobras...... pharresia, incorpora a coragem da verdade como a
espinha do seu dorso... verdade da vida nua, vida feita poesia que dilacera
suavidades, vida cortante, vida do jeito que ela é. Imprecisa. Poética.
Descompassada. Desemparelhada. É a vida que transborda.<o:p></o:p></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><b>Maria Luiza Diello</b> – Venho dos descampados da
existência, feito cheios de precisões para serem desfeitas; pescadora,
bolicheira, moinheira, mulher-da-vida, conversadeira, inventadeira, poeteira,
escrevinhadeira e curiosa (o que provoca pesquisamentos por causa do pouco
conhecimento), no mais, Psicóloga, Especialista em Ciência Política, Mestre em
Filosofia, Trabalhadora Pública e, também, arredo o banco pra trabalhar num
canto não tão público, com as gentes que se recolhem um pouco ao conversatório
(que a maioria chama de consultório).</i><o:p></o:p></div>
</div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-91969587508882386692016-09-08T20:56:00.002-03:002016-09-08T20:56:22.997-03:00hypomnemata 190<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="right" style="line-height: 16px; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Boletim eletrônico mensal<br />do Nu-Sol - Núcleo de Sociabilidade Libertária<br />do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP<br />no.190, agosto de 2016</span></span><span style="color: red;"><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">.</span></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<br /></div>
<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.49cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b><span style="color: blue;"><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Assujeitamento 1</span></span></b></span></div>
<div align="justify" style="margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Olimpíadas de 2016 no Brasil. Atletas sobem ao pódio e batem continência como orgulhosos soldados servindo à sua pátria.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Dos 465 atletas da delegação brasileira, 145 são militares. Eles fazem parte do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR), criado pelo Ministério da Defesa em parceria com o Ministério dos Esportes em 2008, na época, respectivamente, sob o comando dos ministros Nelson Jobim e Orlando Silva.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O programa tinha como objetivo inicial reforçar a delegação brasileira nos Jogos Mundiais Militares (JMM) de 2011, realizados na cidade do Rio de Janeiro. Os atletas de alto rendimento foram convocados a se inscreverem por meio de edital público aberto duas vezes ao ano.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O atleta selecionado recebe uma renda mensal de R$3.200 mais 13° salário, plano de saúde, assistência odontológica, além de usufruir das estruturas das Forças Armadas para treinamentos: Centro da Capacitação Física do Exército, Complexo Esportivo de Deodoro, Universidade da Força Aérea, Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN) da Marinha. Para que os atletas possam participar JMM, eles recebem das Forças Armadas a patente de 3°sargento do Exército, Marinha ou Aeronáutica.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O programa prepara os atletas para as competições organizadas pelo Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM) e da União Desportiva Militar Sul-americana (UPMSA).</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O CISM, sediado em Bruxelas, foi criado em 1948 por representantes da Bélgica, Dinamarca, França, Luxemburgo e Holanda sob o lema “amizade através do desporto”. Sua principal referência foi</span><span style="color: black;"><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"> o Conselho Desportivo das Forças Aliadas, criado pelos EUA em 1945 e que reunia 12 países “em torno de um ideal de confraternização por intermédio da prática desportiva”.</span></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"> Logo após as milhões de mortes na II Guerra Mundial, deu-se às forças armadas um momento recreativo.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O Brasil, que tivera participação pífia nos jogos anteriores, culminando com a 33° colocação nos jogos de 2007, na Índia, foi alçado ao topo do esporte militar por meio deste programa: nos jogos militares de 2011, alcançou a primeira colocação do quadro de medalhas e, em 2015, nos jogos realizados na Coreia do Sul, ficou com o segundo lugar, atrás da Rússia.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O PAAR não é o único programa voltado a atletas de alto rendimento. Junta-se a ele o Programa Bolsa Atleta, do Ministério dos Esportes, que paga mensalmente R$3.100 a atletas filiados a alguma entidade de prática desportiva e que tenham integrado a delegação olímpica ou paralímpica nas últimas edições dos jogos.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O topo dos programas voltados aos atletas é o Bolsa Atleta Pódio, criado em 2011, que premia o alto rendimento esportivo por meio de um sistema para aferição de eficiência e produtividade como determinante para o pagamento dos atletas: os vencimentos mensais variam de R$5.000,00 (grupo 4) a R$15.000,00 (grupo 1), distribuídos segundo a colocação alcançada por cada atleta nos últimos campeonatos mundiais, rankings internacionais e jogos olímpicos.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Assim, realiza-se, no âmbito do chamado esporte de alto rendimento, a combinação entre rígida disciplina militar por meio do controle estatal direto, que fez o sucesso esportivo dos antigos países do chamado Bloco Soviético (Cuba, incluída), e recompensas via subsídios governamentais distribuídos segundo rendimento auferido de metas.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Vê-se, assim, que as tecnologias de governo não resultam de ideologias ou artimanhas dos que ocupam o governo de Estado, mas de práticas híbridas e variadas que se guiam pela capacidade de colher resultados. Não à toa a nação comemora o sucesso dos melhores jogos da “equipe Brasil”.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Completado por benefícios de outros programas “mais gordos”, vindos da iniciativa privada via patrocinadores, os atletas brasileiros gostaram mesmo de bater continência no pódio. Exercitaram e exemplificaram a tolerância entre ricos e pobres, gays e mulheres, pretos e brancos, e quase todos jovens, desfilando condutas retrógradas confirmadas no solene gesto militar do alto da vitória.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Não têm vergonha de demonstrar seu amor pela disciplina militar-esportiva, escancarar patriotadas, derramar-se em lágrimas pela “preservação de valores seculares e de respeito à família”. Juntam-se ao conservadorismo moderado do momento, fazendo-se de equilibrados senhores e senhoras de suas performances.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">E, desse modo, renova-se a imagem de uma instituição autoritária que segue matando em todo território nacional.</span></div>
<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.49cm;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><b><span style="color: blue;"><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Assujeitamento 2</span></span></b></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Olimpíadas de 2016 no Brasil. Atletas sobem ao pódio e batem continência como orgulhosos soldados servindo à pátria.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">O poder de polícia das Forças Armadas não cessou com o fim da ditadura civil-militar. Além da institucionalização da Polícia Militar, o governo da presidenta que sentiu na pele os efeitos da ditadura acionou por diversas vezes a medida militar de Garantia de Lei e Ordem (GLO), Portaria Normativa no 3.461 /MD, de 19 de dezembro de 2013, caracterizada pelo emprego das Forças Armadas em operações consideradas de “não guerra”.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Essas operações, realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, visam “garantir a ordem pública” e o “funcionamento regular das instituições” em áreas seletivamente triadas e por períodos limitados, sob o que se considera um estado de emergência.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Agem contra a “perturbação da ordem” e diante de “ameaças à incolumidade das pessoas e do patrimônio”. Dão às Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) o poder de polícia em períodos e locais determinados, podendo efetuar prisões e utilizar a força sempre que considerar necessário.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">No caso específico do estado do Rio de Janeiro, as GLO foram acionadas para os eventos Rio+20, Copa das Confederações (passando por revisão devido aos acontecimentos das </span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>jornadas de junho de 2013</i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">), visita do papa Francisco à Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo e Olimpíadas.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Por solicitação do governo estadual, a GLO foi requisitada nas operações da </span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>pacificação</i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"> dos Complexos da Maré, Penha e Alemão.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">A ostentação do aparato militar deu tons mais precisos aos campos de concentração chamados comunidades. A presença das Forças Armadas nas favelas garante o</span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>direito</i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"> de ir e vir do Estado na vida daqueles que, nomeados como </span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>vulneráveis</i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">, permanecem como indesejados e perigosos que devem ser mantidos monitorados.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Reproduzem-se nestes espaços os guetos que garantem a sobrevivência desde que contidos em seu determinado </span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>quadrado</i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">. A garantia de direitos que servem de justificativa para as intervenções, e não fazem mais do que </span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>melhorar </i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">a condição de favelados aprisionados em um ambiente seguro para o resto da </span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>boa </i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">sociedade.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Rafaela Silva, judoca medalha de ouro, contemplada pelo (PAAR) tornou-se 3º Sargenta da Marinha. Dias após a conquista da medalha de ouro, ela voltou ao Complexo do Alemão onde nasceu.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Em cima de um carro de bombeiros, desfilou pelas miseráveis ruas das comunidades. Foi acompanhada por centenas de moradores que cantavam a todos os pulmões: “eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci” e, orgulhosos, bradavam: “favelaaa, favelaaa, favelaa, eu sou da favela”.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">Para quem vive cercado e ama essa condição é mais fácil aderir a um </span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;"><i>mundo novo olímpico </i></span><span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">do que inventar um mundo outro.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0.21cm; text-indent: 1.25cm;">
<span style="font-family: Palatino Linotype, serif;">buscado em: <a href="http://www.nu-sol.org/hypomnemata/boletim.php?idhypom=225">http://www.nu-sol.org/hypomnemata/boletim.php?idhypom=225</a></span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-75651598379666545002016-09-08T20:54:00.003-03:002016-09-08T20:54:37.381-03:00flecheira.libertária.448<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<b>barricadas </b></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde quarta-feira, 31 de agosto, manifestações tomam conta de várias cidades do país. Entre
as reivindicações, há desde a saída do delegado presidente passando por novas eleições, e
seguindo a recomendação da ONU pela desmilitarização da polícia. No meio do trajeto
conhecido irromperam os black blocs, confrontando a polícia, liberando a passeata e evitando
mais repressão. Escancararam, mais uma vez, o quão violentas são as tropas do Estado. Em
São Paulo, com o rosto coberto, um jovem vestindo negro, ao ouvir de um militante organizado,
“aqui tem que ser pacífico”, respondeu: “aqui tem que ter barricada”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<b>o papel de polícia </b></div>
<div style="text-align: justify;">
Nenhum jornal de grande circulação estampou as dezenas de corpos feridos pelo Estado.
Restringiram-se a dois ou três casos. Um dos maiores veículos da imprensa nacional condenou
a ação dos black blocs, identificando-os como “soldados da arruaça”, “delinquentes”. O editorial
do periódico, em conformidade com a ordem de pai para filhos, explicitou que se preocupa com
a defesa da propriedade e esporadicamente com a vida dos milhares que saem às ruas. Expôs
como exercita a figura de policial. De tão democrático ele garante que o dissabor de um
colunista seja publicado. E o colunista, em seu espaço reservado, saboreia sua insatisfação e
garante seu emprego sem perder a linha. Confortavelmente reiterou o editorial com o
argumento senhorial de que o black bloc é coisa de moleque. Enquanto isso, em Caxias do Sul,
um advogado preto que intercedeu a favor de manifestantes abordados violentamente pela
polícia, foi espancado e seu filho, que saiu instintivamente em sua defesa, indiciado por
tentativa de homicídio. </div>
<div style="text-align: justify;">
<b>de olhos bem abertos </b></div>
<div style="text-align: justify;">
Na mesma semana em que os protestos voltaram a tomar as ruas, um dos fotógrafos que
perdeu a visão depois de receber um tiro da polícia durante as jornadas de junho de 2013, teve
a ação judicial que movia contra o Estado negada pela justiça. Na última quarta-feira, uma
jovem de 19 anos também ficou cega ao ser alvejada por um estilhaço de bomba propriedade
do Estado. Seja pela violência, ou política, é impossível não ver: o Estado mata, o Estado cega
e o Estado é o justo! </div>
<div style="text-align: justify;">
<b>troca-troca da pacificação </b></div>
<div style="text-align: justify;">
Após o julgamento que levou ao impeachment da presidente, movimentos de esquerda
organizaram uma série de manifestações contra o delegado e agora presidente. Em algumas
delas, adeptos da tática black bloc radicalizaram a monótona e ordeira marcha pacífica,
quebrando bancos e atacando a polícia. Como se não bastasse os tiros e as bombas da
polícia, enfrentaram a repressão no interior da própria manifestação. Líderes de organizações
com vínculos partidários disseram não haver espaço “nas nossas manifestações para práticas
dessa natureza” e que os black blocs deveriam ser “convidados a se retirar”. Além disso,
orgulham-se em dizer que seus liderados colaboraram com a PM denunciando a presença dos
mascarados. No final do ato deste último domingo, mais uma vez os que se arriscaram a se
mascarar eram prontamente reprimidos pelos manifestantes pacíficos. A tática black bloc
escancarou, mais uma vez, o amor dessas organizações e seus filiados pela polícia. Enquanto
isso, alegremente, a direita – na companhia de skin heads –, comemorou a vitória
passivamente e sem ser incomodada, deglutindo bolo com champanhe na porta da Fiesp.</div>
<div style="text-align: justify;">
buscado em: <a href="http://www.nu-sol.org/flecheira/pdf/flecheira448.pdf">http://www.nu-sol.org/flecheira/pdf/flecheira448.pdf</a></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-79196436897442138852016-09-03T17:26:00.002-03:002016-09-03T17:26:33.821-03:00porosa amorosidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
amorosidade é afeto que tem que ser bom e bonito (mesmo com altos e baixos, idas e vindas).<br />
amorosidade é coisa que flui, porque se fosse para não fluir, seria morosidade.<br />
amorosidade é sentimento pra produzir leveza e não peso ou gasto desnecessário de energia.<br />
amorosidade é feita de encontros e de sintonia, e não de distanciamentos.<br />
amorosidade é tecida no olhar de cuidado e de aconchego, e não de egoísmo e repulsa.<br />
amorosidade é boniteza feita pra fazer florir e não para provocar esterilidades.<br />
amorosidade é encantamento que inventa movimento e não travamentos.<br />
amorosidade é musicalidade e não calamentos.<br />
amorosidade é ter lugar pro outro e no outro, porque se tiver lugar somente para um, não é amor.<br />
amorosidade é compartilhamento e parceria,<br />
é encontrar até no desencontro,<br />
é rir das mesmas coisas,<br />
é alegria à desvairada,<br />
é leveza serena,<br />
é beber cachaça junto, só pra conversar à toa,<br />
é andar de mãos dadas, só pelo alegramento de se estar junto,<br />
é cumplicidade no toque,<br />
é apaixonamento no olhar,<br />
é sentir orgulho do que se é com o outro,<br />
é andar sem medo (e também, andar com coragem),<br />
é mirar todas as possibilidades e inventar acontecimentos,<br />
inventar a vida.<br />
vida á algo que só inventamos com o outro (qualquer outro... uma sonoridade, um fato, um ato, um afeto, uma imagem, uma palavra, uma gente).<br />
é preciso ser poroso para inventar amorosidade.</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-51928799593760641202016-09-01T20:49:00.000-03:002016-09-01T20:51:05.077-03:00um velho, uma moça<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
relendo "memória de minhas putas tristes", do Gabo, me veio em forma de despensamento, a lembrança dum velho -corcunda-que não era de notredame. vencido, não pela idade, mas por seu desavantajado porte, nádegas enrugadas, pescoço curto, cabeça oca, foi ao mercado comprar um par para se emparceirar.<br />
vencido, também, pela insegurança de varão insonso, molenga, desinteressante, precisava se reafirmar. e se afirmar.<br />
escolheu a dedo, a menina que o faria se sentir um sansão. negociou-a com a mãe; não sei o que trataram no brique, mas sei que custou caro.passará a vida pagando. contam que periodicamente renova a certificação.<br />
nunca foi enquadrado nas determinações do ECA. seu tempo, era do código de menores.</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-6983799799328946852016-08-31T20:02:00.002-03:002016-08-31T20:02:31.713-03:00Fernando Bezerra (PSB-PE)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">O senador de Pernambuco responde a quatro inquéritos. Fernando Bezerra foi citado na delação de Paulo Roberto Costa na Lava Jato por ter recebido R$ 20 milhões na época em que ele era secretário do então governador Eduardo Campos.</span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-7966323296818668652016-08-31T20:00:00.002-03:002016-08-31T20:00:16.243-03:00Zezé Perrella (PTB-MG)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Em 2015, o Ministério Público de Minas Gerais entrou com ação por improbidade administrativa contra o senador Zezé Perrella por enriquecimento ilícito e lesão ao tesouro entre os anos de 2007 e 2010, quando exercia o mandato de deputado estadual. Perrella teria recebido cerca de R$ 1,3 milhão por gastos que não tiveram relação com a atividade parlamentar. Entre 2005 e 2009, o parlamentar era filiado ao PSDB. Seu nome, porém, passará à história no caso do helicóptero apreendido com 445 quilos de pasta base de cocaína na cidade de Afonso Claudio, região serrana do Espírito Santo. A aeronave pertence à empresa Limeira Agropecuária, que tem como um dos donos o deputado mineiro Gustavo Perrella (Solidariedade-MG), filho do senador. Até o momento, a família está livre de envolvimento e se diz vítima de “apropriação indébita” pelo piloto, que responde por tráfico internacional. Contra Gustavo, o processo foi arquivado por falta de provas, sobrando para os dois pilotos e outros dois ajudantes que estavam em terra. O processo corre no Espírito Santo.</span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-7127202352726156092016-08-31T19:58:00.007-03:002016-08-31T19:58:59.014-03:00Magno Pereira Malta (PR-ES)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Senador eleito pelo antigo PL (Partido Liberal) e atual PR (Partido da República), formado em teologia, é pastor e cantor evangélico e faz parte da Bancada Evangélica do Senado. Em 2006, Malta foi citado no relatório da CPMI da operação Sanguessugas entre os políticos que desviaram recursos públicos destinados à compra de ambulâncias no Ministério da Saúde, o caso conhecido como a</span></div>
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;"></span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
Máfia das Sanguessugas, cujos esquemas, apontou também a investigação da PF, começaram na gestão de José Serra, no início dos anos 2000. Acabou absolvido na Comissão de Ética do Senado que seguiu o parecer do relator Demóstenes Torres, que orientava arquivamento por falta de provas. O senador também foi investigado no escândalo dos “atos secretos”, entre 1995 e 2009, quando teria se beneficiado do esquema de nomeações ilegais de funcionários para cargos de confiança.</div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-23630649840674038552016-08-31T19:58:00.002-03:002016-08-31T19:58:16.755-03:00Marcelo Crivella (PRB-RJ)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar indícios de corrupção no Ministério da Pesca e Aquicultura na gestão do agora senador Marcelo Crivella, entre 2012 e 2014. A suspeita era de que falsos pescadores e pescadores fantasmas estavam recebendo benefício do seguro-defeso, conhecido como Bolsa Pesca, pago durante o período anual de proibição da pesca. O MPF chegou a instaurar 25 ações judiciais e 86 investigações para apurar irregularidades na pasta. Cerca de 30 mil parcelas, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), foram pagas irregularmente entre 2012 e 2013 a pessoas com outro emprego formal, a quem já recebia outros benefícios previdenciários e a pessoas mortas. Um prejuízo de cerca de R$ 20 milhões, segundo o TCU.</span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-6013768905522564712016-08-31T19:57:00.003-03:002016-08-31T19:57:35.385-03:00Benedito Lira (PP-AL)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Também citado na Lava Jato por Paulo Roberto Costa, Lira teria recebido R$ 1 milhão de ajuda para a campanha eleitoral. GLADSON CAMELI (PP-AC) Além de Gladson Cameli ser um dos parlamentares do PP relacionados à Lava Jato e incluído nas investigações abertas em março de 2015 pelo STF contra 49 pessoas, 47 delas políticos, ele também responde a um processo por dirigir bêbado.</span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-21871543750067859082016-08-31T19:56:00.002-03:002016-08-31T19:56:42.874-03:00Ciro Nogueira (PP-PI)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Em depoimento prestado no final de junho no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, o ex-diretor de refino e abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que o senador Ciro Nogueira, atual presidente do PP, e o ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, eram os dois responsáveis pela divisão da propina destinada a políticos do partido. Ciro Nogueira também foi citado pelo presidente da UTC, Ricardo Pessoa, em delação premiada, quando o empresário afirmou ter pago R$ 2 milhões em propina a Nogueira. O PP é o partido com o maior número de citados na Lava Jato.</span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-70160886896167291172016-08-31T19:55:00.006-03:002016-08-31T19:55:41.404-03:00Ronaldo Caiado (GO)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;"> Em março de 2015, o ex-Senador Demóstenes Torres publicou um bombástico artigo na imprensa goiana, no qual acusa o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, de ter sido financiado pelo contraventor Carlos Cachoeira nas campanhas que disputou à Câmara Federal nos anos de 2002, 2006 e 2010. No artigo, amplamente divulgado pela imprensa, Demóstenes diz: “Ronaldo fazia, sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era, inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído (Cachoeira). Siga o dinheiro”, afirmou Demóstenes. Cachoeira foi denunciado por tráfico de influência e negociava propinas para arrecadar fundos para disputas eleitorais. O bicheiro foi preso em 2012 em operação da PF que desbaratou esquema de adulteração de máquinas caça-níquel.</span></div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-19298586287355823932016-08-31T19:55:00.001-03:002016-08-31T19:55:06.648-03:00José Agripino Maia (RN)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Conhecido moralista da oposição antipetista, o presidente nacional do Democratas, José Agripino Maia, foi citado em delação premiada feita por George Olímpio, empresário local, que o acusou de cobrar R$1 milhão para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular do Estado. Em março de 2015, o STF aceitou abrir um inquérito contra Agripino para esta caso, após pedido encaminhado pela PGR. O processo, que corre em segredo, foi aberto pela ministra Carmem Lúcia. Ainda em 2015, em outubro, a PGR enviou ao STF pedido para investigá-lo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.</span></div>
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;"></span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
O senador é suspeito de combinar o recebimento de propina com executivos da construtora OAS com valores desviados das obras de Arena das Dunas, estádio no Rio Grande do Norte que sediou quatro jogos da Copa do Mundo de 2014. Em abril desse ano, o STF determinou a quebra de sigilo fiscal e bancário de Agripino Maia e do filho dele, o deputado Felipe Maia, de catorze empresas e de outros investigados.</div>
</div>
maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-21337961037263678522016-08-31T19:54:00.004-03:002016-08-31T19:54:26.907-03:00Davi Alcolumbre (AP)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Foi vereador em Macapá de 2001 a 2003 quando ainda era filiado ao PDT. Em 2002 foi eleito deputado federal pelo estado do Amapá, sendo reeleito em 2006 e 2010. Eleito senador em 2014 pelo DEM. Em outubro de 2015, foi denunciado pelo PMDB, PDT e PP, que afirmam que o senador recebeu cerca de R$ 300 mil de forma ilegal de empresas envolvidas com a Lava Jato. Davi enfrenta acusação e suspeita de caixa dois na campanha de 2014, e abuso do poder econômico. Os partidos entraram com uma representação, a de nº 2234-74.2014.603.0000, na Procuradoria Geral da República (PGR), denunciando que ele teria recebido R$ 100 mil da empresa Odebrecht e R$ 200 mil da CR Almeida. A campanha de Davi ao Senado também recebeu financiamento dos bancos Bradesco, R$ 250 mil, e Itaú, R$ 125 mil.</span></div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-19942216608118335862016-08-31T19:53:00.004-03:002016-08-31T19:53:46.544-03:00Ricardo Ferraço (ES)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Eleito pelo PMDB do Espírito Santo, Ricardo Ferraço filiou-se ao PSDB em janeiro deste ano. O senador, que em 2013 era presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), participou ativamente da operação de fuga do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, em 2013, conhecido opositor de Evo Morales, um imbróglio diplomático e irregular. Então governador de Pando, Molina tornou-se fugitivo da Justiça boliviana, acusado de desvio de quase US$ 2 milhões e de envolvimento em massacre de camponeses conhecido como Massacre de Porvenir, de 2008, no qual vinte indígenas-camponeses foram assassinados e outros trinta ficaram desaparecidos.</span></div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-51087890051904068012016-08-31T19:52:00.005-03:002016-08-31T19:52:58.829-03:00Paulo Bauer (SC)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">O senador catarinense escolheu para percorrer seu Estado um carro de luxo da marca Kia, modelo Mohave, de cerca de R$ 157 mil no valor de mercado. O Senado banca a conta, sem exigir nota fiscal para reembolsar despesa. De dezembro de 2011 a setembro de 2013, o Senado gastou R$ 139.755 com as despesas de aluguel de carro do senador. São desembolsados todo mês R$ 6.655,00, de acordo com sua prestação de contas. Em 2009, quando era deputado, Paulo Bauer chegou a ser alvo da Corregedoria da Câmara e, mesmo licenciado do mandato para ser secretário estadual de Educação, o catarinense foi apontado como suspeito de se beneficiar da venda de créditos de passagens aéreas da cota parlamentar, de acordo com notícias publicadas pelo Congresso Em Foco . Bauer também foi acusado de manter funcionários fantasmas quando foi deputado federal, entre 2003 a 2007.</span></div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-49335585434311037762016-08-31T19:52:00.001-03:002016-08-31T19:52:11.626-03:00Tasso Jereissati (CE)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Homem forte do PSDB, Tasso Jereissati foi presidente nacional do partido em duas oportunidades: de 1991 a 1993 e entre 2005 e 2007. Um dos maiores escândalos envolvendo seu nome foi o esquema de desvio de verbas no Banco do Estado do Ceará (BEC) em 2002. A CPI do BEC, instaurada no final de 2001, investigou empréstimos supostamente fraudulentos que teriam causado um rombo de cerca de R$ 1 bilhão, como mostrou reportagem do jornal Folha de S. Paulo de 27 de março de 2002.</span></div>
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
Em 2009 um novo escândalo sobrevoa o senador com o uso irregular de jatinhos particulares fretados com verba do Senado. Quando descoberto, Jereissati admitiu o uso, afirmando ter gasto R$ 358 mil, R$ 100 mil a menos que os R$ 469 mil calculados na época pelo Sistema de Acompanhamento do Orçamento (Siaf). FLEXA RIBEIRO (PA) Em 2004, Flexa Ribeiro foi preso na Operação Pororoca da Polícia Federal, acusado de participar através de sua empresa, a Engeplan, de um esquema de fraudes em concorrências públicas, desistindo de uma licitação para beneficiar outra empreiteira. Mas foi solto quatro dias depois.</div>
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;"></span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
O senador também envolveu-se em desvio de dinheiro do próprio Senado, segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo em janeiro de 2013. O desvio do tucano ocorreria desde 2009 em forma de pagamento de aluguel de R$ 1.708 mensais de um imóvel para sua própria construtora, da qual ele declara não ser mais sócio desde o ano de sua prisão.</div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-86032949326006706202016-08-31T19:50:00.006-03:002016-08-31T19:50:48.321-03:00Cássio Cunha Lima (PB)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Reeleito governador da Paraíba, em 2006, já no ano seguinte Cássio Cunha Lima teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral, mas se manteve no poder através de liminares e outros recursos jurídicos até 2009, quando da decisão final do Tribunal Superior Eleitoral. Além de ser acusado de uso eleitoreiro do jornal estatal A União durante a campanha, Cunha Lima é réu em processo de desvio e lavagem de dinheiro – o processo, porém, está parado há três anos, esperando que a ministra Rosa Weber decida sobre a substituição do juiz. Numa operação batizada de Concord pela Polícia Federal, a investigação tornou-se conhecida pela chuva de dinheiro na capital João Pessoa, quando para se livrar das provas de caixa dois, um empresário da campanha de Cunha Lima, Olavo Lira, jogou ao menos R$ 200 mil em dinheiro pela janela do edifício que dá nome à operação. Embora já reconhecido como ficha suja em 2010, Cunha Lima foi eleito nesse ano senador valendo-se da decisão do STF de só aplicar a Lei da Ficha Limpa a partir das eleições de 2012.</span></div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-41636030880491250742016-08-31T19:50:00.001-03:002016-08-31T19:50:11.801-03:00José Serra (SP)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">O Ministério Público do Estado de São Paulo constatou ilegalidades em quatro contratos iniciais firmados entre 2008 e 2010, durante a gestão do então governador José Serra (PSDB), para a reforma de 98 trens das linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô paulistano. O cartel dos trens de São Paulo pode ter desviado cerca de R$ 1 bilhão em contratos para reforma de vagões da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP). Posteriormente, o MP decidiu arquivar as acusações contra Serra. Em março, o STF aceitou o argumento da PGR e autorizou a retomada de duas ações de reparação financeiras aos cofres públicos por improbidade administrativa durante a gestão de Serra no ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no governo de FHC – além do tucano paulistano, também estão envolvidos Pedro Malan, ex-Fazenda, e Pedro Parente, ex-Casa Civil, além de ex-presidentes e diretores do Banco Central. O caso na Justiça Federal se refere ao repasse, em 1994, de R$ 2,97 bilhões aos bancos Econômico e Bamerindus, pelo qual Serra e demais réus já haviam sido condenados a devolver quase R$ 3 bilhões. Em 2002, Gilmar Mendes deu liminar suspendendo a sentença e, depois, mandou arquivar os processos, retomados agora com o recurso da PGR aceito pelo STF. A vida de esquemas de José Chirico Serra e aliados está narrada ainda no livro Privataria Tucana , de Amaury Ribeiro, de 2011. Entre tantos casos de mal feitos, o livro afirma que José Serra, no seu período à frente do Ministério da Saúde, utilizou os serviços de arapongas pagos com dinheiro público para criar dossiês contra adversários políticos. A hoje milionária Verônica Serra teria chefiado esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.</span></div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-58302763949951325732016-08-31T19:49:00.004-03:002016-08-31T19:49:31.775-03:00Antonio Anastasia (MG)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Anastasia foi relator da comissão especial do impeachment de Dilma, citado nas investigações de corrupção na Petrobras pelo policial Jayme Alves de Oliveira Filho, preso na 7ª fase da Operação Lava Jato, já solto, que afirmou ter entregue R$ 1 milhão ao ex-governador de Minas Gerais e senador tucano. O processo contra Anastasia foi arquivado. O hoje senador também foi envolvido no esquema desvendado pela operação Grilo, deflagrada em 2011, que desmontou um esquema de corrupção em seu governo, entre 2010 e 2014, que atingia a alta cúpula do Instituto de Terras do Estado de Minas (Iter). Membros do governo foram acusados de falsificar documentos públicos e particulares, corrupção ativa e passiva, além de falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público Estadual, os cofres mineiros tiveram um prejuízo de R$ 250 milhões com os desvios de recursos em terras que foram vendidas para a mineradora Vale. Investigação da Controladoria-Geral de Minas também aponta corrupção, desvios e mau uso de dinheiro público na construção de um centro internacional de meio ambiente em Frutal, na divisa com o estado de São Paulo. A Controladoria estadual auditou amostra de R$ 37,7 milhões da obra, ou 16% dos R$ 230 milhões do total do projeto, que envolveu recursos estaduais, federais e do BNDES. Os auditores verificaram na amostra investigada prejuízos aos cofres públicos de R$ 18 milhões ou 48% do valor.</span></div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-89753094663314452016-08-31T19:48:00.003-03:002016-08-31T19:48:47.708-03:00Aloysio Nunes Ferreira (SP)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Pelo menos dois inquéritos contra o senador tucano Aloysio Nunes correm no Supremo, autorizados pelo ministro do STF, Teori Zavascki, em setembro passado. A investigação tem como base as informações da delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC. Segundo ele, Aloysio teria recebido R$ 300 mil de forma oficial e mais R$ 200 mil em dinheiro de caixa dois para sua campanha ao Senado em 2010. Ainda em setembro de 2015, e atendendo a pedido do procurador-geral Rodrigo Janot, o ministro Celso de Mello autorizou a abertura de outro inquérito contra Nunes para investigar fraude na prestação de contas de campanha eleitoral e lavagem de dinheiro.</span></div>
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maria luiza diellohttp://www.blogger.com/profile/03753811339612840767noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3520842016890181900.post-25197842582360494072016-08-31T19:47:00.002-03:002016-08-31T19:48:03.179-03:00Aécio Neves (MG)<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<strong style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: roboto, "helvetica neue", helvetica, arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px;"><span style="box-sizing: border-box; color: red;">Conheça breve histórico dos senadores que aprovaram o impedimento de Dilma Rousseff, publicados na edição 230 de Caros Amigos</span></strong><br />
<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Roboto, "Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 27.4286px; margin-bottom: 12px;">
<span style="line-height: 27.4286px;">Na primeira semana de maio desse ano o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal, pedindo a abertura de inquérito contra o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves. Segundo Janot, há indícios de que o tucano participava de um esquema de corrupção em Furnas, empresa estatal subsidiária da Eletrobras. A denúncia foi baseada na delação do senador Delcídio do Amaral. Aécio já havia sido citado por outros delatores da Lava Jato, como o doleiro Alberto Yousseff. O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também afirmou ter pago propina de R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, morto em 2014, que o procurou cobrando R$ 10 milhões para financiar a campanha tucana em 2010 em troca de encerrar uma CPI criada em 2009 para investigar a Petrobras. Outra acusação contra o tucano, quando governador em Minas Gerais, entre 2003 e 2010, é a de ter construído um aeroporto na cidade de Claudio, que custou R$ 14 milhões aos cofres públicos para beneficiar seus familiares, que têm propriedades vizinhas. Aécio construiu cinco aeroportos em municípios pequenos, todos eles nas proximidades das terras de sua família. O caso mais escandaloso foi o de Cláudio, com cerca de 30 mil habitantes e está próximo a outro aeroporto, o de Divinópolis, cerca de 55 quilômetros. A pista, que foi construída a 6 quilômetros da fazenda do presidenciável, fica nas terras do tio-avô de Aécio, desapropriadas e pagas com dinheiro público. Quem cuida das chaves do portão são os parentes de Aécio.</span></div>
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