quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A terceira margem


Ia tecer um escrito a partir dos comentários nos escritos do blog... talvez ainda o faça, mas acho que os comentários, por si só, dizem tudo... é interessante que não apareceu ninguém defendendo a pessoa cujos equívocos estão provocando o rebuliço!... sumiu apenas um seguidor do blog (é um menino do partido da gestora em questão e atua na secretaria como contrato emergencial)... como o menino não se manifestou, não sabemos se deixou de seguir publicamente o blog por medo ou por não concordar com a publicização dos acontecimentos envolvendo sua “patroa”... achei melhor, neste momento, ilustrar um pouco mais nossa peleia, para além do que os comentários já tem ilustrado... acho isso importante, porque temos ouvido, de alguns conservadores clássicos e de outros quetais, manifestações que fazem parecer que nosso clamor seja puro “denuncismo”, ou denuncismo rasteiro e irresponsável... e não é isso! nossa luta é de uma envergadura sem medida/ sem tamanho!
No mês de maio de 2011, participei do I Encontro Regional de Trabalhadores do SUAS e ajudei a tecer uma conversa nomeada “Trabalho no SUAS: invenção ético-estético-política”... foi um momento muito bonito, quando pude fazer uma revoada rápida sobre a história do trabalho no campo da assistência social em Cruz Alta... nossa comunidade é, já tem algum tempo, referência para muitas outras comunidades, no que se refere à produção e consolidação da política de assistência social... algumas semanas depois desse encontro, aconteceu a Conferência de Assistência Social, cujo tema de debate era “Consolidar o SUAS e valorizar seus trabalhadores”... isso tudo, parece um tanto desconectado e vazio, neste momento em que a gestora, com suas portarias de remoção, joga contra a parece os trabalhadores que tão ardua e responsavelmente atuam na consolidação do SUAS! Reconhecemos que já foram muitos trabalhadores que sofreram arremesso e que, enquanto iam, um a um, a coisa não parecia tão assustadora, mas agora a foi de balaio e aí o susto é maior!
Caros amigos! Alguém me perguntou ontem, qual seria a nossa questão (dos trabalhadores públicos) em fazer tamanho alarido por tão pouco... escutei isso como uma bofetada e respondi com minhas habilidades de há muito aprendidas na prática de esgrima! Toquei sua língua com a fina ponta da espada e fiz-lhe sentir o gosto do próprio sangue, avisando-lhe antes, que seu sangue porta seu próprio veneno! Nosso alarido vem de muitos gritos contidos ao longo do tempo! Não é coisa de fogueteiro afoito e nem de molenga amargurado!
Ontem encontrei um colega de trabalho da Prefeitura, que é CC (e que se o seu partido não está no Governo, ele fica desempregado) e que perguntou: “o nosso governo não está bom pra você, que agora não pára de bater em nós?”. Respondi-lhe que, nesses termos, não conversaria com ele e que o mesmo não havia entendido nada do que leu no blog! Retirei-me para “processar melhor” a coisa, como enfatizou aquela colega, noutro dia! Aliás, está cada vez mais claro que somos nós trabalhadores públicos que devemos “processar melhor” nossas manifestações e não os que atuam equivocadamente que tenham que “processar melhor” suas atuações!
Escrevo hoje, para tentar deixar claro alguns pontos deste debate, tentando, também, dissipar essas confusões precárias e paranóicas entoadas por alguns viventes de alma curta!
Não se trata de ser contra o dito “Governo”, muito pelo contrário, pois acredito que fomentando e participando do debate, estamos contribuindo para que o Governo possa melhorar sua atuação e cortar essas ervas daninhas de seu roçado, com a mesma rapidez com que redige e publica portarias retaliadoras contra os trabalhadores que simplesmente pedem respeito e condições de trabalho.
Eu, particularmente, tenho grandes e caros amigos no Governo, assim como, tenho grandes e caros amigos que são CC’s. Não penso que todos os participantes dos diferentes escalões do (hierárquico) Governo, sejam iguais. Não entendo que todos os CC’s sejam iguais, assim como, não entendo que todos os trabalhadores públicos concursados sejam iguais. E não estamos, aqui, nos outorgando a condição e lugar de “certos” dessa história. Aliás, não me interessa essa discussão bipolar e dicotômica, que separa as coisas em apenas dois lados, ou seja, os certos e os errados, os bons e os maus, os feios e os bonitos, os covardes e os corajosos, etc. Vejo a vida e os acontecimentos como um permanente movimento... ora posso ser corajosa, ora posso ser uma grande medrosa... ora posso agir com coerência, ora posso me equivocar, e assim por diante, aliás, isso pode se dar com qualquer um de nós. Mas o que não é aceitável, é que um Governo faça a opção pública em ficar ao lado geralmente dos equivocados e, raramente, dos que tentam agir com coerência. Não é aceitável, também, que a voz e a atuação dos trabalhadores públicos seja calada, simplesmente por não concordarem com o equívoco e com os desmandos, prejudicando, assim, os próprios trabalhadores e, principalmente, a comunidade com que trabalham.
Veja-se que essa não é uma questão somente da atual gestão. Eu já atravessei quatro gestões e já vi de tudo um pouco em todas e, se perguntarmos aos colegas que estão há mais tempo trabalhando na prefeitura, dirão o mesmo (e se olharmos para outras prefeituras, não veremos muita coisa diferente... talvez, em muitas, veremos coisas piores!)! Uma das poucas coisas que muda, de um Governo para outro, é o fato de que em alguns, sabemos exatamente o que sofreremos e, em outros, nunca sabemos quando virá a próxima ação rasteira ou paranóica. É visto que raramente se espera algo bom!
Veja-se, ainda, que não se trata de não reconhecermos os avanços que as duas últimas gestões representaram e representam para a comunidade de Cruz Alta... sobre isso também poderíamos escrever, falar e conversar bastante, mas neste momento, fica difícil abordar a situação por essa perspectiva, sem problematizar o furacão em que muitos estão rodopiando por conta da postura do Governo (falo em “Governo”, porque é o argumento que a gestora em questão utilizou para justificar o arremesso dos colegas... em outros momentos, eu também já fui arremessada da mesma forma, por ela e por outros!).
Emendo, ainda, o fato de uma amiga que está acompanhando o debate no blog e por email, ter telefonado hoje, preocupada com as retaliações que eu e os colegas que se identificaram, poderiam vir a sofrer, inclusive, por ter ouvido de um CC, que teriam que me dar uma “sova de laço”. Respondi-lhe que não temo coisas piores das que já sofremos nas diferentes gestões que eu já conheci e que o meu medo, mesmo, refere-se às coisas sobre as quais sempre conversamos... retaliações, censuras e outros quetais, são as coisas mais comuns que acontecem nessas circunstâncias... quando se perde a capacidade de conversa, o pior sempre acontece... e, no fim das contas, os trabalhadores acabam sendo sempre identificados como os “errados”! Enfim, já vi tantas coisas... talvez possa falar de algumas, só pra não parecer tão vago o que digo.
- na gestão do senhor-que-virou-cinza, na sua primeira semana de governo, ele (o senhor-que-virou-cinza) me chamou em seu gabinete e disse que eu era persona non grata dentro da prefeitura, por ser do PT... ele nem sabia que eu não era do PT (até, depois disso, por questões práticas, fui filiada ao PT por algum tempo)... na verdade não me interessam esses rótulos que emolduram as pessoas numa ou noutra coisa.. até lanço mão dos rótulos, quando não consigo definir melhor alguém ou quando a pessoa seja a mais exata expressão ou demonstração do rótulo.
- na gestão do senhor-que-virou-cinza, sofremos a intervenção nos Conselhos Comunitários.
- na gestão do senhor-que-virou-cinza fizemos um movimento chamado Contagem Regressiva, em que contávamos de trás pra frente, os dias que faltavam para sua saída (naquele tempo ainda sonhávamos, todos juntos!).
- na gestão do senhor-que-virou-cinza, fui removida de local de trabalho no último dia, no último instante antes do encerramento do prazo pré-eleitoral para remoções, por obra da articulação de algumas criaturas que ainda hoje seguem praticando as mesmas corrupções que cometiam naquela época e que pediram a cabeça de quem publicizava suas bravatas. Aliás, tem pouco mais de dois meses que uma das pessoas que pediu a minha cabeça naquela época (e ganhou), pediu novamente (mas não ganhou)!
- enfim, poderíamos seguir elencando muitas coisas daquele tempo, mas já chega, pra mostrar que a coisa não é de hoje.
- tem poucos dias que ouvi de uma CC que coordena uma determinada política, que não vai mexer ou colocar determinadas coisas em discussão, pois ela é CC e precisa trabalhar, sendo que, se criar caso, pode perder o emprego (até entendo que precise trabalhar, mas isso não pode se dar às custas da covardia e da negligência!)... isso, sim, me dá medo!
- tem algum tempo, que uma colega pediu pra sair da secretaria que tem estado em questão nos debates aqui, quando foi acusada de roubar uma impressora, pelo simples fato de que ela era uma das únicas duas pessoas de fora da “cúpula” que se encontrava naquele espaço naquele momento (e como se ela fosse dada a seqüestrar para si as coisas públicas!).
- tem uns poucos anos que uma gestora que mal me conhecia, comentou aos quatro ventos que estava só aguardando pra me ferrar, pois segundo ela, eu estaria “colocando a mão” no dinheiro público... até hoje não me conformo em ter deixado passar a calúnia dessa que me tomou por um dos seus!
- tem uns anos que, depois de muitos estouros com uma gestora que não conseguia ter o mínimo de respeito pelos trabalhadores que com ela trabalham, numa ocasião em que o extravio foi maior, comentou aos quatro ventos que eu tinha problemas da infância, não superados... aliás, quem não tem problemas na infância?... porém, quem é ela para diagnosticar como decorrência de problema na infância, o fato de eu não ser cooptada, subserviente, amedrontada ou não acatar seu assédio moral?!
- tem pouco mais de dois meses que uma pessoa que mal me conhece, depois de enfim ter percebido que sou uma pessoa super tranqüila, alegre, leve e solta, olhou-me, perplexa e comentou: “nossa, Maria Luiza, como você está diferente... está mais alegre, leve, tranqüila”... respondi-lhe que sempre fui assim e, naquele momento, não deu tempo de esclarecer que basta aparecer uma tranqueira, um tirano ou o desrespeito pelas coisas que faço ou pelo coletivo, que viro mar revolto e bravio, perco minha capacidade de sorrir, minha leveza e minha tranquilidade! Viro uma estátua ambulante ou um bicho feroz... mas se for possível produzir conversa, movimento e vida, a coisa fica bem melhor!
- tenho medo de quem trabalha com a coisa pública e com as políticas sociais, guiado pelo ideário capitalístico e distante, muito distante, da perspectiva popular... assusto-me em ver que depois de já termos produzido tantos movimentos populares em nossa comunidade, num repente alucinado, se passa a fazer Conferências em espaços privados, alugados e enfeitados como se fossem para as festas fantasiosas dos purpurineiros.
- tenho medo de quem trabalha com políticas sociais e pensa que inclusão social de crianças e adolescentes, signifique, por exemplo, garantir-lhes acesso e uso de uma piscina de um clube social elitizado.
- assusto-me com a contratação emergencial de trabalhadores sem realização de seleção pública lisa e transparente, escolhendo-se aqueles a quem se queira empregar ou garantir apoio em ações partidárias vindouras.
- tenho medo de quem se diz guiado pelo ideário de esquerda e popular, mas busca somente e tão somente, garantir acesso a bens materiais e às mesmas condições ou modo de vida da elite, do consumo e do mercado.
- assusto-me com gestor que se esforça em acumular cargos em seu currículo (e, sem nenhuma vergonha, gasta tinha e papel, imprimindo nos documentos seus trocentos cargos em trocentas entidades... nem sabemos como dá conta de furdunço tão grande!).
- assusto-me com gestor que gasta mais tempo e dinheiro público viajando e cuidando de seus trocentos cargos, do que conduzindo a produção e operacionalização da política pública pela qual é responsável.
- assusto-me com gestor que é tomado por vãs vaidades e pelo interesse financeiro ou elitizado que a ocupação do cargo possa lhe render, acreditando que os trabalhadores públicos também sejam guiados por essa perspectiva e, assim, tenta "comprar" os trabalhadores com a concessão de FG's e com pagamentos de outros quetais!
- tenho medo de pessoas que pensam que o ideário normalizado e dominante seja o certo e que quem não se alinha a isso seja um transtornado ou desajustado (no sentido pejorativo que essas noções carregam)!
- sobre os trabalhadores, não se trata de ser solidário ou fazer a defesa de todo e qualquer colega, pois não podemos ser hipócritas ou levianos e fazer a defesa de quem não trabalha, não se preocupa com a consistência do trabalho que desenvolve, usa o espaço de trabalho para desenvolver as mais diversas atividades que não as relacionadas ao trabalho, que é nomeado e pago para trabalhar uma determinada carga horária e não o faz, entre outros quetais... já fui chamada de terrorista por colegas corruptos que não atuam nem a metade de sua carga horária... já fui chamada de terrorista e anti-ética por colegas, por ter colocado em discussão pública a carga horária e a atuação dos trabalhadores públicos (seria de se aceitar a acusação se estivéssemos trabalhando numa empresa privada, mas numa instituição pública, não!)... enfim, há pessoas que não há como defender e nem como ser um pouco gentil, principalmente quando, enquanto a maioria trabalha duro no tempo integral e uns poucos fazem suas aparições relâmpago, atuam de forma completamente díspar dos princípios e diretrizes das políticas públicas, e saem, passando pelos demais como quem passa por uma bosta seca jogada ao chão! Ah, mas no final do mês recebem seus salários integrais!
Tem tantas outras coisas que me cozinham as tripas... é complicado trabalhar com pessoas que não tem noção daquilo que estão conduzindo como gestores, coordenadores ou trabalhadores operadores dos serviços públicos... é difícil trabalhar em espaços que não contam com planejamento estratégico e nem não estratégico... é sofrido trabalhar onde não se é respeitado... me contorço lembrando que numa ocasião, depois de ter feito o que tinha que fazer atuando na coordenação de um dado serviço público, fui praticamente criminalizada pela gestora e vários outros integrantes do governo por ter atuado de tal forma (aliás, a negligência ninguém combate ou criminaliza!), assim como, por ter tido que guardar comigo um documento de interesse público (por questões de segurança da preservação do documento), o Procurador Jurídico da época orientou a gestora a registrar ocorrência policial contra mim! Nunca vi o mesmo e nem outro Procurador Jurídico orientar os gestores a registrarem ocorrência policial ou a tomarem qualquer outra atitude com quem não cumpre o horário e as funções no trabalho público!
Aliás, essa interferência da Procuradoria Jurídica no trabalho dos técnicos não é passado... há uma unidade da rede de assistência social, por exemplo, cujos documentos produzidos pelos técnicos (psicólogos, assistentes sociais, etc) são todos lidos, modificados, alterados e endossados ou não pelo Procurador Jurídico ou pela gestora... isso é algo do tempo da ditadura (que, nesse caso, não é passado!)! Entendo que se algum técnico tenha alguma limitação humana ou teórica para dar conta de determinadas ações, não é com o policiamento ostensivo e abusivo aos seus atos que poderão modificar a situação (este é um argumento que já ouvi de alguns iluminados, de que não dá pra aceitar a limitação de alguns documentos)! Isso demonstra a falta de clareza sobre a função e atuação de cada um... se o profissional faz do jeito A ou B, é ele que terá que responder pelos seus atos e, se pisar no tomate, não é o gestor ou o procurador jurídico quem tem que avaliar isso... cada categoria profissional tem o seu conselho de classe ao qual deve responder pelo cumprimento das normatizações profissionais!
Houve outra situação que ocorreu, em que, num documento dirigido ao Judiciário, assinado por mim e por uma colega, contextualizando os disparates que estavam sendo cometidos na condução da situação de um determinado usuário, o Juiz que atuava no caso se sentiu questionado em sua conduta (como se juiz fosse um ser infalível e que não pudesse ser questionado!), tendo chamado uma reunião com a colega, a advogada do espaço em que atuamos e o procurador jurídico do município... a advogada disse que não tinha conhecimento do teor do documento (como se nós tivéssemos que submeter ao seu crivo os documentos ou o trabalho por nós produzidos)... o procurador jurídico usou o mesmo argumento (vale o mesmo comentário!) e emendou dizendo que poderiam instaurar um PAD (procedimento administrativo... que é parente da sindicância!) para apreciar e avaliar a situação... fiquei esperando o tal PAD, porque mais uma vez teria que responder, por conta da posição de um procurador jurídico, por estar trabalhando e não por negligência ou incompetência!
Não gosto de contar publicamente essas coisas, porque fica parecendo coisa literária, de tão absurdo que é, então relato somente as coisas pequenas/ as menores, mas devo dizer que isso é muito sofrido... na verdade, não sabemos se essas coisas são feitas por maldade ou por falta de noção! O que temos certeza, é que não podemos mais nos calar e continuar passivos, enquanto a dignidade e as condições de trabalho dos trabalhadores públicos seguem sendo dilapidadas (cabe sublinhar, novamente, que isso vale para a situação de trabalhadores de qualquer comunidade!).
Quando nos tratam de forma tão desajeitada, perdemos a capacidade de ter uma reação de gentileza ou de conversa, mas não podemos esquecer que somos da estirpe dos lutadores... dos que recuam quando necessário, mas que jamais se acovardam... daqueles que ouvem a notícia de que o rio tem somente duas margens e se colocam do lado de cá... e quando miram no horizonte do outro lado do rio, conseguem enxergar a terceira margem. Esses daí –os do outro lado- não conseguem enxergar a terceira margem, então, só nos miram do lado de cá e ficam se perguntando porque é que o nosso olhar lhes atravessa e ultrapassa!

10 comentários:

  1. Nossa fico pensando...
    Eu quero ser servidora aqui já nem faço mais concurso em outras cidades.
    Mas ao mesmo tempo penso que história, alguns momentos passamos juntas e foi um horror, acusações, despontencializações das capacidades técnicas.
    Porém outros foram tão lindos e intensos, o contato com a comunidade, a visitas em escolas da cidade e do interior, pra vc não havia hora espaço, era grupos de jovens, era noite, era sabado, eu não sei como mas estavamos lá as vezes eu pensava mas a Diello esqueceu que tenho as filhas, mas estavamos lá muitas vezes com as filhas mesmo.
    Mas como eu aprendi, com vc o respeito ao serviço publico, com as pessoas, com as crianças ai que medo lembrei quando tive que explicar o que era um assistente social a crianças de séries iniciais.
    Momentos bonitos...
    As vezes, quero dizer que quase sempre, esqueço o quanto o CRAS Comunidade Mãe esta acabado, me dei conta que só enchergo ele acabado pelos olhos dos outros, porque lá experimentei muitos momentos bonitos com os usuarios dos serviços e com os colegas.
    Sabe que pra mim voltar pra lá como assistente social esta tranquilo, a unica coisa que me preocupa é ter que subistituir a minha competente colega Andrea lá teria espaço para todos nós nenhuma equipe esta de acordo com as orientações de equipes de gestão plena.
    Penso nas famílias que a colega atende e com elas acordou um plano de atendimento, penso que acompanhei a acolhida desta assistente social e pude vivenciar a facilidade de vinculação com o usuario, eu as vezes queria ser uma mosquinha para aprender com ela, pra ver as tecnicas que ela usava, pois bastava um atendimento e as pessoas já a procuravam pelo nome EU QUERO FALAR COM A ASSISTENTE SOCIAL ANDREA, e agora como fica?
    Bom eu sei que com todas as mudanças nenhum lugar ficou conforme as orientações para gestão do SUAS.
    Mas voltando ao texto vc Maria Luiza tem uma capacidade de escrever, de acolher e principalmete de nos contaminar com tudo que é de tua poesia, mais um texto que diz tudo.
    obrigada!!!

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  2. carine, lendo seu comentário, fiquei aqui, lembrando algumas outras coisas que não coloquei no escrito e tantas outras que nem dá pra colocar!
    lembrei de um dia em que vc sugeriu à sua (indi)gestora, que me chamasse pra atuar num determinado espaço e ela, arrogante, se jogou pra trás, na cadeira, gargalhou e falou: "a maria luiza? ela é uma louca!".
    lembrei de quando chegou o momento de me chamarem, na fila do concurso (para a segunda nomeação) e foi mandado parar o processo, porque era eu e aí a coisa ficou trancada por meses!
    lembrei de uma ocasião em que vc foi trabalhar conosco, no NACA, e a gestora e adjunta, sem saberem que éramos amigas, se fecharam numa sala pra lhe avisar como eu era, afirmando-lhe uma tonelada de asneiras saídas da cabeça da adjunta e acreditadas pela gestora!
    enfim, nessas horas a gente lembra de tanta coisa ruim que já viveu e fico pensando nessa coisa de trocarem os trabalhadores de lugar como se estivessem trocando um sapato que está causando calo no pé... simplesmente tiram e atiram onde bem entendem, aliviam as patas e depois calçam outro sapato, sem conversar com o trabalhador, sem pensar no usuário e sem considerar todo o custo humano, subjetivo e financeiro do processo de constituição de um trabalhador e de seu trabalho!
    lembrei, ainda, de uma bofetada que levei de uma criatura, quando estava tentando mostrar para ela todo o percurso e o movimento que se produziu num determinado espaço de trabalho, através do empenho e da potenciação coletiva... num repente, ela disse: mas eu não tenho como dar conta disso, porque isso está só na sua cabeça... enfim, não teve capacidade, sequer, de reconhecer que era só na cabeça dela que a coisa não estava, pq na minha e na dos demais que produziram o processo, está presente e bem presente!
    no mais, este escrito é inspirado no conto do guimarães rosa, chamado exatamente a terceira margem... tenta mostrar o devir-louco/ a loucura como linha de fuga que se encontra não à deriva, mas no nomadismo e na desterritorialização produzida pelo acesso à terceira margem... acho que é isso que sempre, em meio aos estragos, nos contagia e nos faz navegar!

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  3. Maria tu ou alguém pode me dizer o que faz o Moises e a Marlise la na assistencia?Todo mundo sabe que cada um deles ganha quase dois mil e quinhentos por mes.O que ninguem sabe é o que eles fazem.O Moisés é claro que a gente sabe.Ele passa a maior parte do tempo no feicebuk.Por acaso eles não são os cabo eleitoral da secretária pra quando ela se candidatar a vereador?
    Alguem me responde por favor.

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  4. Olá...
    Lendo todos teus "escritos" cheguei num momento que não poderia me furtar de demonstrar meu apoio incondicional aos trabalhadores servidores publicos.
    Somos massacrados pelas politicagens realizadas em todos os espaços publicos. Somos colocados a prova pra ver se temos força de continuar... mal sabem eles que somos muito fortes, pois somos seres pensantes e para tanto estrategicamente nos recolhemos, mas não pensem eles que vamos deixar de pensar por isso, apenas nos resguardamos para no coletivo buscar, quem sabe um dia, o q o "desejo" nos coloca: uma atuação comprometida das esferas de governos com a população, viabilizando nosso processo de trabalho.
    grande abraço

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  5. Oi Maria Luiza!
    A "companheirada" (deles), continuam aprontando ne?
    E o Rei ninguém fala nada pra ele? Parece sempre que ta tudo bem.
    Pena, me lembra muito o conto aquele do rei que está nu.
    Penso, que embora tudo isso, os movimentos de denúncia e não submissão são importantes
    pois se estes pseudo-gestores não sabem eles ESTÃO ali, e isso logo passa,
    tens que retomar a contagem regressiva. Pena elegemos um governo emcima de uma promessa de mudança.
    Houve mudança para os bolsos de alguns, eheheheheh.
    Acho teus escritos fantástico, pois consegues cristalizar coisas que sabemos que acontecem. Aquele da piscina do clube é a cara disso.
    Fiquem firmes, um beijão

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  6. É extrematente triste ver esse cenário desastroso dentro de uma secretária e o que me deixa abalada justamente com profissionais responsáveis, comprometidos e engajados,infelizmente é pessoas erradas ocupando cargos errados que lhe dão autoridade só para fazer "cagadas" sempre agindo de acordo com interesses egoistas e maldosos. Infelizmente a evolução ainda traz cicatrizes do corenélismo e autoritarismo.Que grande ironia usar o termo gestora da política.
    Um forte abraço.

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  7. RESPOSTA AO PETISTA INDIGNADO13 de setembro de 2011 às 00:05

    Bom o Moises e a Marlise foi inventado um cargo para eles que se chama FGT (facilitador geral de trabalho) do progama projovem adolescente.
    No ano de 2009 tivemos um FGT que era um estágiario de Pedagogia que custava 1 salario 30 horas de trabalho, desenvolveu muito bem a suas atribuições nos 2 CRAS sempre pontual e estudando a metodologia do PROGRAMA, mas em 2011 foi a vez de colocar cabos eleitorais pagos com recursos federais, até caberia a contratação de 1 FGT bem remunerado, nada mais justo que realizar uma seleção para ver o perfil, porém não se fez isso acredito até que o justo era fazer a seleção e derrepente dar a chance do FGT que foi estagiario e agora é formado participar afinal ele estudou a metodologia tinha conseguido por em pratica varias orientação e agora formado porque não?
    Porém a orientação que tivemos na SMDS é que essa era uma indicação de governo nós deveriamos acatar pois estava além de nós.
    Os colegas novos não podem se queixar foram recebido como todos são acolhidos pelas equipes de CRAS com ética e respeito, porém a postura do garoto cabo eleitoral é de um viciado em redes sociais, recebeu orientações que não fizesse esse acesso no horário de expediente, mas não adianta, agora ele coloca no MSN para tentar justificar que é do celular, mas é bem coisa de barrabosta que não banca a merda que faz, pasmem "ele mente" viciado em rede social mesmo que fosse do celular no horário de trabalho, essa é a postura que temos que aturar, são os vigias, os delatores, como se nós servidores tivessemos algo a esconder.
    Há lembrei o salário deles é 2.200,00 cada um mais 100% de INSS somando os 2 eles custam 8.800,00 por mês aos cofres publicos, 4.400,00 do Progama Projovem Adolescente + 4.400,00 de recurso livre da prefeitura .
    é isso petista indignado

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  8. Diello porque será que o teu blog teve o acesso bloqueado na prefeitura? Será que é porque a democracia da secretária patife é diferente da nossa democracia? Será que ela acha que os servidores não tem onde ler o teu blog a não ser na prefeitura? Será que ela acha que bloqueando o teu blog ninguém fica sabendo do que ela faz? Será que ela acha que pode continuar mentindo uma coisa pros companheiros e outra pros servidores e pra cidade? Será que essa mulher pensa que a gente seja burro e não saiba quem ela é?
    Só perguntas que não consigo responder e talvez alguém consiga.

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  9. Olá Maria , tenho acompamhado teus comentarios, fui "apresentado" ao teu blog por uma colega tua funcionaria municipal, já me coloquei como teu seguidor. Estou petista, mas horrorisado com certos conluios que acontecem nesta administração. Minha esposa tambem foi "banida" de certo setor por ter posição diversa desta "pseudogestora", continua na tua luta e dos que não tem voz, mas com certeza tuas palavras estão sendo como diria o personagem da novela o clone "jogadas ao vento", isto é , muito divulgadas. Que te bloqueim na prefa, mas como a primavera aeta chegando, muito polen sera espalhado e muitas sementes germinarão...e boas, abração. em tempo: aquele-que-virou-cinzas...genial.

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  10. oh, caríssimo!
    sinta-se acolhido neste espaço que é de leituras, de plantações, de conversações e de tudo o que possa brotar daí!
    na verdade, como tenho dito, essas coisas não são de hoje e acontecem nas administrações públicas de uma forma geral... na postagem "para ver se tem alma", abordo rapidamente a questão sobre o quanto nos doamos e morremos a cada doação que nos é abortada... sempre lembro do tempo em que comecei a trabalhar no campo público e eu não era muito diferente do que sou hoje, então era comum ouvir de colegas veteranos, que sendo "sangue novo no pedaço", logo entenderia que o melhor mesmo é olhar, calar e seguir... enfim, acho que vem daí um pouco da fama de que trabalhador público seja recuado e passivo!
    o que me deixa atazanada é o fato de que elegemos um governo de esquerda, esperando pelo menos um tratamento respeitoso para com os trabalhadores e a comunidade!
    é comum, mesmo, aqueles que têm uma forma diversa de ver e fazer as coisas, ser tratado como traíra ou não colaborativo!
    é comum, também, os trabalhadores que apresentam alguma dificuldade ou limitação técnica ou humana, em vez de serem chamados para conversar ou para qualificar sua formação e atuação, ou simplesmente para produzir uma outra possibilidade de trabalho, simplesmente serem descartados através de uma portaria de remoção ou de um comunicado feito pelo responsável pelo setor de RH.
    para completar, devo dizer que esta é uma luta de muitos, pois não podemos seguir calando diante tantos garçons correndo de um lado para outro com nossas cabeças nas bandejas! não acho que alguns não tenham voz... nossa voz (a minha e a de qualquer um) pode se fazer falar e ouvir de muitas formas... basta começar!
    no mais, gosto muito dessa idéia da polinização, do contágio, da alegria da primavera florindo nossos caminhos, da plantação, das sementes jogadas ao acaso, da germinação daquilo que há de germinar e crescer nos lugares em que o solo e o clima favoreçam esses acontecimentos!
    gosto muito de tudo isso e lamento muito que tenhamos que gastar tanto tempo, tanta energia, tanta vitalidade, tantas potencialidades simplesmente para sobreviver em meio ao terreno seco em que nos prendem!
    pelo menos o-senhor-que-virou-cinzas já encerrou uma etapa de sua história! ainda ficaram alguns piores!
    abraço grande, com alegria!

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