terça-feira, 23 de março de 2010

Escritos à Toa

CRASE PARA TOA
Algumas pessoas me perguntaram se o dito: Escritos à Toa leva mesmo crase. Respondi, em todas as vezes, que mal sei, visto que pouco sei da língua portuguesa. Como Manoel de Barros, gosto de desavergonhar as palavras, porque delas nada sei. E para explicar o dito, devo dizer quem é TOA.
Toa é uma baiana que me habita e que me balança em seu gingado quando as canoas d’O Velho e o Mar dobram o cabo da existência. Ela me faz dançar a dança rara de quem mistura o azeite de dendê no caldeirão de palavras e pontuações mal ponteadas, remexidas pelas sábias bruxas das constelações literárias. Baiana é o apelido que me foi dado por uma índia que me saiu lá do fundo duma aldeia do pantanal sulmatogrossense, para me habitar a existência. À toa, é o jeito como eu andava, quando ela me encontrou vagando numa trilha aberta pelas onças. Me salvou pra sempre daquela trilha e hoje vivo em sua aldeia.

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