sábado, 14 de janeiro de 2012

O Uruguai experimenta novas liberdades



País reconhece casamento gay, está prestes a garantir direito ao aborto e descriminalizou consumo de drogas. Próxima medida pode ser autorizar plantio caseiro de maconha — para desgosto do tráfico
Estivemos recentemente revisitando o Uruguai, pacato e conservador vizinho, nas palavras do atual presidente José Mujica, ex-guerrilheiro Tupamaro que passou 14 anos nas prisões da ditadura militar.
Nos anos 70 foi o primeiro país que nos recebeu, na fuga da ditadura brasileira, a caminho do exílio. Na época, quem nos recebeu em Montevideo foi o ex-deputado Neiva Moreira, a quem reencontramos aqui no Congresso antes de seu falecimento, em idade avançada.
Hoje é o país mais liberal da América Latina. Casamento gay é liberado, consumo de drogas totalmente descriminalizado e lei despenalizando o aborto a caminho de ser aprovada no Parlamento.
Agora, poderá ser pioneiro também na solução do problema das drogas: governo e oposição estariam a favor de projeto de lei permitindo o cultivo caseiro para consumo próprio de até nove plantinhas de cannabis.
Enquanto isso, do lado de cá da fronteira, a polícia continua correndo atrás de estudantes fumando baseado, como ocorreu recentemente na USP, e gastando nosso dinheiro dos impostos para combater as consequências e não as causas do tráfico de drogas – uma vergonha nacional.
Quando a companheira Dilma vai enfrentar o problema de frente, descriminalizando o consumo e permitindo o plantio de maconha para uso pessoal e medicinal, acabando de vez com o narcotráfico pelo estrangulamento deste lucrativo ramo de negócios?
PS – Aproveitamos para revisitar Buenos Aires, via Colônia de Sacramento, e relembrar os tempos heróicos dos companheiros do ERP e Montoneros, muitos mortos, desaparecidos. Acabam de condenar o ultimo general ditador, o velho Bignone que aterroziou um hospital em 1976. O ex-presidente Videla também está na cadeia, condenado a prisão perpétua. E lá também a maconha está descriminalizada há cinco anos.

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