Dia desses recebi um email que fazia um comparativo sobre questões comportamentais, subjetivas e morais que faziam época em 1959 e seus contrapontos fazendo época em 2011... um comparativo bastante moralista, diga-se de passagem! Comumente deleto email reacionário, homofóbico, racista, totalitário ou de qualquer ordem de desrespeito à diversidade... deleto, porque não vejo nada de producente em tentar conversar com pessoas que olham o mundo e a vida a partir de uma perspectiva focada (o que, aí, nem é perspectiva) num fundo totalitário e extremista!
Mas, estando num dia de muita paciência, li esse tal mail que recebi... apresenta dez cenários comparativos e termina da seguinte forma:
Cenário 10: Comportamento.
*Ano 1959: Homem fumar era bonito, dar o rabo era feio.
*Ano 2011: Homem fumar é feio, dar o rabo é bonito.
Pergunta-se:
*Ano 1959: Homem fumar era bonito, dar o rabo era feio.
*Ano 2011: Homem fumar é feio, dar o rabo é bonito.
Pergunta-se:
EM QUE MOMENTO FOI, ENTRE 1959 E 2011, QUE NOS TRANSFORMAMOS NESTE BANDO DE BOSTAS?
Olhando para isso, sei que é de se ficar meio sem ter o que dizer... mas desde que li, quis dizer alguma coisa... primeiro que o fato das pessoas utilizarem o ato de fumar como uma condição auto-afirmativa, esteve presente num momento bastante preciso da imposição do modo de vida norte-americano como um modelo dominante, que transpirava e exarava o consumo e a perspectiva capitalísitica... ou seja, o uso do tabaco por mero prazer, como se usa qualquer outra droga, transformou-se no uso abusivo do consumo como forma de auto-afirmação... não se era alguma coisa, por uma condição de produção subjetiva, mas sim, por reprodução da representação de estereótipos.
Sobre dar o rabo... bueno! O exercício da sexualidade sempre foi uma coisa não muito fácil de se lidar... e isso não vem da proibicionista era vitoriana, mas de toda a histórica formação humana que, principalmente com o cristianismo, foi consolidando a idéia do prazer como pecado ou como “coisa feia”... e o exercício da sexualidade sempre é desdobramento de toda a relação do sujeito com o conjunto da produção de sua subjetividade... agora, se dar o rabo, para os pecadoiros e reacionários, seja feio... para muitos, dar a buceta, dar o pau, chupar, tocar, lamber, fornicar, foder, gozar, ter prazer, viver, experimentar, voar, viajar, gostar, entesar e muitos outros quetais, também seja feio... para alguns, o único exercício sexual possível seja o macho-todo-poderoso montando a fêmea, fincando-lhe a espada ereta até dar um berro e gozar (estou usando a imagética produzida por uma figura muito especial, que viveu antanho, mas que sabia muito bem que dar o rabo também é bom, porque produz prazer!)... para outros, é preciso cumprir obrigações no que tange ao sexo, porque se tocar áreas que possam produzir prazer, já não sabem o que fazer com isso! Enfim, poderíamos enumerar muitos quetais, mas fiquemos por aqui!
Enfim, a boniteza de fazer uso e exercício dos prazeres e das formas de prazer, está situada também no fato de que isso possa acontecer na dissonância com o moralismo e com a dicotômica condição de viver no certo ou no errado... para quem não tem medo ou, já não tem medo, dar o rabo é tão bom e bonito, que já não interessa o berro de um macho afoito montando sua passiva fêmea... se alguns se tornaram um “bando de bostas”, é porque se posicionaram na moralista posição de quem não tem prazer ou gozo, mas que descarrega as bolas quando busca por demais afirmar o certo... o certo que é certo só enquanto reafirmação moralista!
A vida é movimento... a vida é acontecimento... a vida é experimentação... se a vida for tornada estanque, servirá apenas aos que querem o comodismo da paralisia!
Tem uns macho que tem medo de dar o rabo e de gostarem. Sabem que é bom e que vão gostar, mas aí como tem preconceito com ser gay, acham que se derem o rabo vão dormir macho e acordar gay. Não sabem que podem dar o rabo, gostar e continuar dando, sem ser gay. Mas também se forem gay que saibam ser feliz.
ResponderExcluirpetista insatisfeito(não na cama)...oi, maria diello, me surpreendeu muito teu palavreado...não sei se positivo ou negativo....sei que voce e uma pessoa muito centrada(pelo menos me passou isso), conheço voce pelo blog que fui apresentado por amigas tuas, sei que muitas vezes é a "voz" de muitos funcionários colegas teus...não sou homofóbico, e acho que todo ser humano deve ser o que realmente é, senão é um ser frustrado, bueno, longe de mim ser machista, mas como homem digo, penso e procuro agir com coerencia...é tão bom ter a mulher como nossa parceira na cama, é tão bom "papai e mamãe", claro que se pode dar uma apimentada na relação, posiçoes tem várias no "kama sutra", talvez não tenha visto toda a obra ...não lembro de ver "homem dando o rabo".
ResponderExcluirJa falei , respeito os que "gostam" disso, mas não sou adepto e nem pretendo ser.
A mulher para mim é ternura em primeiro lugar, sedução...fogo... quando estou nas mãos dela as vezes me deixo ser conduzido...só ela vai mostrar onde quer ser tocada, beijada, cheirada, lambida...como homem não tenho o direito de avançar o sinal e nem exigir que ela seja apenas um "objeto" ou faça coisas que para ela sejam degradantes pelo ponto de vista dela. Nós homens gostamos de ser tocados, paparicados, lambidos, beijados...a mulher que descubra nossas necessidades e complemente com as delas , assim seremos um vulção em erupção JUNTOS, UNICOS, e a felicidade e o goso conjunto é o verdadeiro sentido do casal mulher/homem, homem/mulher.
Agora que quer ser casal mulher/mulher, homem?/homem? sejam felizes...amem-se...assumam sua sexualidade, só tem um porém, não sei se voces sabem , vou falar baixinho nos vossos ouvidos, desta relação não sai nenên.
Ao ler o texto quase que não tive palavras, só vc Maria Luiza para fazer poesia com a beleza de dar o rabo, o sujeito quanto mais aberto a sensações, descobre o corpo e liberta-se das coisas da tradição, que muitas vezes nos formatam a corpos sem órgão e sem sentimento.
ResponderExcluirQuem te conhece sabe que o petista insatisfeito não te conhece, pois levar por surpresa a tua escrita buscando formatar vc em conceitos de centralidade, bem se vê que é um homem ligado ao tradicional no que tange sexualidade, tecer o comentário final que dessas relações não sai nenen, é vincular o sexo a reprodução.
Foi através de seu comentário que me achei em condição escrever algo sobre as coisas que compõem a sexualidade dos sujeitos será que existe uma linha estática nisso? Ou sexualidade esta sempre em movimento é nisso que gosto de pensar, não me enquadrando “sou isso” “sou aquilo”. Sou o que eu me permito sentir.
A tua escrita não esta aqui para que possamos entender VC “Maria Luiza Diello” e sim nos mexer nos fazer sentir as coisas da vida, o que aquela escrita mexe com meu corpo, o que eu estou disposta a sentir daquilo, como isso mexeu em meu corpo com órgãos e vida, porque no decorrer da vida nos deparamos com muitas pessoas vivas mortas ligadas ao sentimento da tradição conservadora e moralista. Isso é o que aprendemos desde crianças seguir sensações já experimentadas, já vividas seguir o ritual, desta forma não nos conhecemos, quando viu passou a vida sem explorar a composição do corpo
Então este espaço de escrita e poesia esta muito mais ligado ao que sentimos quando acessamos e somos atravessados pelas palavras escritas do que tentar entender o autor do texto é um espaço de explorar o corpo, a vida, os sentimentos...
olá, aí vai o link para as mangas que fiz do pano deixado pelo petista insatisfeito: http://marialuizadiellooutrascompotas.blogspot.com/2012/01/ainda-sobre-beleza-de-se-dar-o-rabo.html
ResponderExcluirAndei sumido, enfiei-me em uma beira de mato. Como é bom dar um tempo, ficar longe por uns dias a pensar. A gora estou retomando as leituras (nem só de alcool vive o homem), embora atrasado não posso deixar de dar meu pitaco, pois estão surgindo algumas colocações que encomodam.
ResponderExcluirAlgumas de cunho sexual, eterna luta entre a moral moralizante das igrejas e a busca da felicidade pelos seres humanos. No caso do texto chama-me a atenção o fato de sermos conciderados seguidores, hora, é exatamente o oposto eu e outros que conheço seguimos nóssos ideais, somos movidos por nossas convicções nossas paixões. O blog ela criou, ela escreve como poucos, mas quem tem seguidores são os padres, pastores, bin laden, obama e toda corja, alem dos global é claro.
contemplei esses comentários em minha comentação postada em: http://marialuizadiellooutrascompotas.blogspot.com/2012/01/o-capital-vomita-os-nomades.html
ResponderExcluirabraço grande