terça-feira, 14 de setembro de 2010

Deleuzeanas

CRISTAL DE TEMPO (OU DE INCONSCIENTE) - [Cristal de temps (ou d'inconscient)]
"A imagem-cristal pode ter muitos elementos distintos, sua irredutibilidade consistindo na unidade indivisível de uma imagem atual e de 'sua' imagem virtual." (IT,105)
"No li¬mite, o imaginário é uma imagem virtual que se afixa no objeto real e, inversamente, para constituir um cristal de inconsciente. Não basta que o objeto real, a paisagem real, evoque imagens semelhantes ou vizinhas; e preciso que ele extraia sua própria imagem virtual, ao mesmo tempo em que esta, como paisagem imaginária, se engaja no real se¬guindo um circuito onde cada um dos dois termos perse¬gue o outro, intercambia-se com o outro. A 'visão' é feita desse dobramento ou desdobramento, essa coalescência. É nos cristais do inconsciente que se vêem as trajetórias da libido." (CC, 83)
"O que constitui a imagem-cristal é a ope¬ração mais fundamental do tempo: uma vez que o passado não se constitui depois do presente que ele foi, mas ao mes¬mo tempo, é preciso que o tempo se desdobre a cada ins¬tante em presente e passado, que diferem um do outro em natureza, ou, o que dá no mesmo, desdobre o presente em duas direções heterogêneas das quais uma se lança para o futuro e a outra cai no passado. É preciso que o tempo se cinda em dois jatos dessimétricos, um dos quais faz passar todo o presente, e outro conserva todo o passa¬do. O tempo consiste nessa cisão, é ela, é ele que se vê no cristal." (IT, 108-9)
Fonte: O VOCABULÁRIO DE DELEUZE, de François Zourabichvili

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