Nossos passos se encontraram como se fossem os traços das linhas da vida, que ditam a existência das pessoas. Andávamos um ao lado do outro, mas a sensação era de fossemos somente um. Não uma simbiose, do tipo de ter que ficar junto, grudado. Éramos simplesmente o mesmo. Pensávamos as mesmas coisas. Ríamos o mesmo riso. Achávamos as mesmas graças. Olhávamos para as mesmas coisas. Tínhamos quase os mesmos livros, discos, móveis e outras coisas. Nossas casas se pareciam e parte de nós próprios escorria pelas paredes e encobria o chão, parecendo tapetes feitos com os fios de nossas vidas. Tudo isso e, ao mesmo tempo, éramos dois. Distintos. Demorou tempo para nos reconhecermos distintos e necessitarmos um da presença do outro. Deu-se quando entendemos que não nos bastávamos um sem o outro. Foi por pura exatidão e não por desesperada necessidade.
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Diello, fiquei curiosa pra saber com quem aconteceu.
ResponderExcluirÓh, Maris! Nada, nada! É preciso saber reconhecer quando estou sendo apenas literária. O escrito "Aconteceu" foi tecido com a inspiração que me veio quando assisti ao filme "O Solista"... se ainda não viu, veja... é um filme bonito!
ResponderExcluirE sobre encontro e acontecimento... há muito tempo que esperneio num que me aconteceu e nunca mais desaconteceu! Viver, às vezes dói... mas, às vezes também é bonito!