sábado, 8 de janeiro de 2011

transversalidade

Este é um conceito que foi desenvolvido, originariamente, “por Félix Guattari em 1964 a partir de uma sugestão de Ginette Michaud (...). A abordagem transversal tenta subverter as oposições estruturais binárias e contribui para manter sempre em funcionamento o dispositivo maquínico. Partindo de uma analogia entre o modo de desvio de sentido que se opera nos psicóticos e os mecanismos de discordância crescente que perpassam a sociedade, ele sistematiza a oposição entre os grupo-sujeitos e os grupos assujeitados para afirmar que essa dupla tentação persegue todo grupo constituído. Guattari sugere substituir a noção muito vaga de transferência institucional por ‘um conceito novo: o de transversalidade no grupo’. Esse conceito se opõe ao mesmo tempo ao eixo de verticalidade fundado em um organograma com estrutura piramidal e a uma concepção de horizontalidade que consiste em justapor setores diferentes sem que se estabeleça uma relação entre eles: ‘Enquanto as pessoas permanecem imobilizadas em si mesmas, não veem nada além de si mesmas’. Um certo nível de transversalidade permite dar início ao processo analítico de saída de si e de deslocamento necessário no confronto com o grupo: ‘A tranversalidade é o lugar do sujeito inconsciente do grupo, para além das leis objetivas em que se fundamenta. O suporte do desejo do grupo’” (Em: Gilles Deleuze&Félix Guattari – Biografia Cruzada, François Dosse, 2010, p.61).

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