Estou colando, abaixo (em vermelho berrante ou aberrante), uma matéria sobre as posições do papa Bento XVI, com relação a questão das uniões homossexuais.
O naturalista papa, acredito, se faz de estulto (para não dizermos que seja "naturalmente" estulto) para tentar dar a ver a crença de que o poder pastoral cristão (hebraico-judaico-cristão) seja uma condição natural sobre toda a espécie humana, assim como, que seu poder de pastor católico cubra as mentes de toda a humanidade.
Não quero fazer, aqui, uma revoada sobre a história da instituição e de suas transformações. Só quero assinalar que o papa pode fazer valer as leis de sua igreja para aqueles que, por um outro motivo, seguem esses preceitos, não para todos. A sua posição é praticamente criminalizadora da vida diversa daquela preconizada ao seu rebanho.
O estulto se faz de esquecido ou de ignorante do fato de que o poder da igreja (da sua igreja católica e da igreja enquanto instituição) já não seja o poder oficial.
Sobre as uniões homossexuais, sabemos que muitas tentam reproduzir esse modelo de família nuclear clássica, visto que as pessoas, muitas vezes, conseguem romper com alguns valores, mas acabam reproduzindo outros. Foucault propunha pensar a vivência da homossexualidade como experimentação e invenção de outras formas de vida e de relacionamento, desapegadas dos modelos clássicos.
No mais, cada um escolhe para si aquilo que está dentro do quadrado de sua existência, atravessado por outras existências.
Bento XVI diz que uniões homossexuais "desnaturalizam" a família
Cidade do Vaticano, 14 jan (EFE).- O papa Bento XVI afirmou nesta sexta-feira que as uniões homossexuais "desnaturalizam" a essência e os objetivos da família.
O Pontífice deu estas declarações diante do prefeito de Roma, Gianni Alemanno, e da governadora do Lácio, Renata Polverini, a quem recebeu no Vaticano com as juntas municipal e provincial por causa do novo ano.
Bento XVI centrou seu discurso na família e afirmou que esta é a célula básica da sociedade e deve ser baseada no casamento entre um homem e uma mulher.
Ele acrescentou que é através da família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos e a solidariedade entre as gerações, o respeito a regras, o perdão e a ajuda ao próximo.
"A aprovação de formas de uniões que desnaturalizam a essência e o objetivo da família acaba por penalizar os que, com fadiga, se comprometem a viver relações afetivas estáveis, juridicamente garantidas e publicamente reconhecidas", declarou o papa.
Bento XVI ressaltou que a família deve ser apoiada mediante políticas que a consolidem e a desenvolvam.
O papa também pediu às autoridades que apoiem a maternidade e que garantam às mulheres que desenvolvem uma profissão a possibilidade de conciliar a vida profissional com a familiar.
Além disso, afirmou que ultimamente a serenidade das famílias está "ameaçada" pela grave e persistente crise econômica e que muitas famílias não conseguem garantir uma vida digna para seus filhos.
Por isso, pediu aos governantes que adotem medidas para ajudar, sobretudo, as famílias de baixa renda, "especialmente as numerosas, muitas vezes penalizadas pela crise".
Também pediu políticas de emprego para integrar os jovens, para que eles não se desiludam com o desemprego existente e acabem se inclinando para organizações criminosas "que propõem a eles atividades ilícitas".
"É urgente, embora os tempos sejam difíceis, que se façam todos os esforços para promover políticas de emprego que possam garantir um trabalho digno, condição indispensável para dar vida a uma nova família", declarou Bento XVI.
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