quarta-feira, 9 de novembro de 2011

flecheira.libertária.226


plano de um chão 
Cinco dentre sete habitantes do planeta não tem o piso de seguridade social adequado, não contam com a totalidade dos serviços e renda as quais, segundo a ONU, teriam direito. Esta é a premissa de relatório recente, Piso de Proteção Social para uma Globalização Justa e Inclusiva, elaborado por consultores da Organização Internacional do trabalho (OIT) e Organização Mundial de Saúde (OMS) em que se apresentam, além de recomendações práticas, exemplos “de sucesso”, como a brasileira Bolsa Família. As propostas envolvem ações dos Estados, instituições financeiras, organizações internacionais, stakeholders, e “atores relevantes da sociedade civil” para que, desse modo, a “infraestrutura humana” tenha a mesma importância e receba tanto ou mais investimentos quanto a chamada “infra-estrutura física”.  Um mesmo chão para todos? Ou um mesmo muro de arrimo para sustentar os bons negócios no planeta?
a maioria: 
A crise anunciada na Grécia levou à decisão da renúncia do primeiro-ministro. No entanto, o próprio governo decidiu que isso não será possível sem um novo acordo de coalizão que impeça a metafísica do "vácuo de poder". A maioria suplica por um governo constituído e estável que consiga driblar a quebradeira geral do Estado grego e a malandragem dos bancos europeus que ganharam milhões em especulações. A maioria quer emprego.
ao rés do chão 
Diante da renúncia anunciada do primeiro-ministro,  uma enquete revelou que parte da população grega quer um novo governo que resolva o desemprego, mantenha a ordem e salve o euro. Entretanto, as ruas atenienses, que ferveram em 2006, 2008 e, de novo, nesse ano, não foram 
ocupadas apenas por quem teme o fim dos restos de welfare state. Mas a maioria vai às ruas e faz procissão para o Santo Capital-Estado. 
nome ao nome 
Na USP, depois de invasões, conflitos e negociações, estudantes e reitoria chegaram a um comum acordo quanto a atuação da polícia no  campi. Sem cogitar a revogação do convênio entre a universidade e a polícia militar, a solução foi pensar no aperfeiçoamento da atividade policial por meio da participação dos estudantes. Os processos contra alunos e funcionários também não devem cessar, mas a participação destes também será incluída nas discussões de âmbito administrativo. O desejo de ser governado não é uma questão de governo. É próprio das pessoas que amam servir.
nome aos bois 
Revistas deram na primeira página; redações de jornais aplicaram certa censura; enfim, a pergunta politicamente incorreta foi formulada e não deveria ser respondida: por quê o ex-presidente Lula não usou o SUS? Muitos dedos, medos e credos à parte, o ex-presidente foi ao hospital privado porque durante sua gestão fez o melhor pela burguesia. Recebeu um presentinho como retribuição, como qualquer ex-presidente, vindo de cima ou de baixo. Reconhecer isso publicamente é o mesmo que implodir o Estado. 

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