polícia...
Na semana que passou, policiais civis que patrulham a USP prenderam três rapazes que levavam consigo maconha. Atentos ao que acontecia, colegas intervieram e entraram em confronto com os polícias que responderam com bombas de gás e tiro para o alto. Os estudantes foram levados para dentro da Faculdade Filosofia, Letras e Ciências Humanas e, de lá, recapturados pela polícia. Alguns professores e alunos da USP, indignados com a violência e a presença da polícia, protestaram.
baseados na mediocridade
Diante do ocorrido na USP, não faltou o oportunismo conservador e canalha de especialistas que defendem a presença da polícia no campus da universidade. Um ex-reitor, secretário de inúmeros governos desde o final dos anos 1980, escreveu no jornal de domingo que a rejeição dos estudantes aos fardados é ultrapassada. Segundo ele, tal rejeição fazia sentido nos anos 1970, época em que a presença da polícia impedia a realização de discussões mais progressistas e “havia maus tratos contra alunos, até casos de tortura”. Entretanto, para o amancebado da ordem, a presença da polícia agora é imprescindível para garantir o que denominou de “segurança física” dos estudantes. O que o ex-reitor finge desconhecer é que em qualquer instante e espaço, quando e onde há polícia não cessa a violência. Onde há polícia permanecem as torturas. Quando há polícia não há ar, palavras e silêncios. Não são poucos os que fazem coro ao ex-reitor. São muitos os que se pronunciam baseados na mediocridade.
é sempre bom lembrar
Em 2009, décadas depois do ocaso da ditadura militar, a polícia retornou a exercitar-se sobre os estudantes. Na ocasião, entrou na USP mais uma vez sob a alegação de dar cabo de manifestação estudantil. A presença da polícia no campus sempre foi insuportável para existências vibrantes. A polícia segue insuportável para quem pesquisa e vive animado pelo fogo da liberdade. Diante do podre estado das coisas, em breve, algum estudante reclamará à polícia: quem roubou o meu vibrador?
Nenhum comentário:
Postar um comentário