Por essas ruas eu andei!
A cidade que habita o recôndito romântico de meu imaginário é Porto Alegre. Gosto de suas ruas. Gosto do Guaíba. Gosto do Brique. Gosto dos Sebos. Gosto de seu ar interiorano que não se perde em meio à correria de Metrópole. Gosto de sua poesia e de encontrar a história encravada em cada esquina de sua existência. Gosto da alegria que trepida em suas veias. Gosto de Porto Alegre. Simplesmente isso.
Mas apesar de gostar dela, já me cansa o movimento demasiado intenso das ferramentas do capital. Escolhi viver numa cidade pequena. Gosto de ir e vir andando sobre minhas próprias pernas. Gosto de inventar sempre um novo caminho, mas também gosto de encontrar sempre gentes e coisas novas nos velhos caminhos de sempre. Gosto do sossego dos entardeceres e do amanhecer dos domingos. Gosto de poder ouvir os pássaros fazendo alarido ao redor da casa. Gosto de poder deixar as janelas abertas, para que as folhas caídas as adentrem.
Por ora, vivo numa cidade em que posso fazer isso, mas ainda devo escolher se fincarei folhas de paineira no telhado de minha existência, se, numa cabana no meio do mato, ou numa colônia de pescadores.
Dia desses, por conta de minhas andanças pelo mundo, ao conhecer São Lourenço do Sul/RS, por ela me apaixonei! Tomada por essa passionalidade, por suas ruas palmilhei meu olhar afoito. Aspirei seu cheiro. Esquadrinhei suas formas e cores. Gosto das ruas calçadas com pedras. Acho que asfaltamento não combina com morada e nem com vida. Quase não passei por vias asfaltadas (acredito que existam muitas, mas não as vi!). Detive-me nas pedras românticas dos caminhos e nas vielas arenosas. Fazendo um bico que adentra a Lagoa dos Patos, a cidade se contorce e quando menos esperamos vemos nascer a poesia... talvez eu busque, numa aldeia perdida do Pantanal, uma índia que se extraviou de mim e venha descendo as águas mansas da existência, espalhando pelo caminho, a alegria que vi nas cores de um arco-íris que pesquei em São Lourenço!
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