sábado, 23 de abril de 2011

divulgação: carta aberta ao presidente do banrisul

Carta aberta a Tùlio Zamin presidente do Banco Banrisul
AS PROPOSTAS AMBIENTAIS NO BANCO BANRISUL
Dos signatários desta carta, alguns foram convidados ou consultados pelos eventos organizados pela equipe de meio ambiente do Banco Banrisul, por isso sentimos a legitimidade de dar um olhar crítico sobre as propostas ambientais desta instituição financeira Gaúcha.
O primeiro evento ocorreu no final do ano de 2010, na sede do banco, sendo a inauguração de seu primeiro bicicletário, pelos próprios funcionários do banco. O segundo evento foi no domingo, dia 28/03/11, no Jardim Zoobotânico de Porto Alegre, a Feira do desapego.
Entre o primeiro e o segundo evento ocorreram no Brasil enchentes e centenas de mortes, milhares de pessoas perderam todos seus bens, tanto no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, como em São Lourenço no Rio Grande do Sul. No último caso, o Banco Banrisul foi convidado a possibilitar acesso a empréstimos, a juros baixos, a fim de permitir que as vítimas possam reconstruir suas vidas nesta cidade.
O Doutor Carlos Nobre, brasileiro, especialista do clima e premio Nobel da Paz, na aula inaugural na UFRGS em abril 2010 já havia previsto estas manifestações da natureza e que serão cada vez mais frequentes e mais violentas, devido ao aquecimento global.
Aconteceu ainda o “acidente” criminoso do atropelamento de dezenas de ciclistas na Cidade Baixa em fevereiro 2011.
O primeiro evento, da inauguração do bicicletário, foi apresentado como uma vitória de uma grande e difícil batalha, mobilizando dezenas de funcionários do banco.
Considerando os eventos que ocorreram no Brasil, o que podemos esperar de um banco estadual como o Banrisul, que mostra a cada semestre um lucro importante. Que ele não inaugure somente um bicicletário, mas um bicicletário para cada agência, tanto para os funcionários, como também para os clientes, e, além disto, e principalmente, que patrocine a rede de 490 km de ciclo faixas e ciclovias previstas no plano diretor de Porto Alegre. Além de financiar a juro popular a aquisição de bicicletas, particularmente aquelas fabricadas no Brasil, para a população mais humilde.
A bicicleta é um modo de transporte não poluente, ecônomo, saudável e principalmente sustentável. Enquanto o plano não é executado, a realidade vivida pela população é a degradação do planeta em função do uso de combustíveis fosseis nos veículos particulares.
Também não podemos esperar uma mudança em curto prazo no comportamento prepotente dos motoristas de carros de Porto Alegre para pedalar pelas ruas, com segurança. Melhor esperar que a semana Farroupilha se transforme em uma festa do vegetarismo.
Quanto ao segundo evento, a Feira do desapego e da troca. Entendemos que o tempo em que vivemos não é do desapego, mas do apego, com 17 milhões de Brasileiros e Gaúchos que passam fome e não têm o básico para viver.
Achamos que o banco não deveria substituir ou ser um competidor desleal aos organismos de economia solidária que já trabalham há vários anos com a venda e troca de bens de segunda mão, mas pelo contrario, o banco deveria ser um parceiro patrocinador destes organismos.
Achamos que um banco estadual como o Banrisul deveria se concentrar sobre os projetos estruturantes, como financiar projetos de energias alternativas como eólica, solar, biometanisação dos lixos orgânicos dos centros urbanos do RS e dispor esses milhares de toneladas de adubo produzido na zona seca do RS a fim de recuperar o solo e assim impedir a desertificação criando zonas verdes. Contribuindo para que se evite sofrer outra consequência do aquecimento global. Deveria também financiar as empresas que queiram trocar seus pallets de madeira, sobre os quais são colocadas suas mercadorias, por pallets de plástico reciclado, que além de estimular a indústria da reciclagem, pode salvar centenas de milhares de árvores, considerando o desmatamento um fator importante do aquecimento global.
Nosso tempo não é mais de ouvir o discurso de que cada um faz seu pequeno gesto, mas de ter projetos estruturantes para que não sejamos condenados a contabilizar as próximas vitimas dos desastres naturais.
Este olhar crítico das práticas ambientais do Banco Banrisul não visa a perna, mas a bola, afim de ver ações necessárias, conforme a capacidade e o tamanho desta instituição financeira.
Marcelo Barbosa, advogado e membro integrante da Massa Crítica.
Luis Eduardo Nunes, membro da rede estadual de trocas solidárias do coletivo da economia solidaria sobre a troca de bens de segundas mãos.
Denis Beauchamp, responsável do projeto de estudo BRIC POP Reaproveitamento de bens de segundas mãos e inclusão social. Maio 2002 Por a prefeitura de Porto Alegre
INFO : Marcelo Barbosa 8415 0700
recebido em: catar2014@gmail.com

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