sexta-feira, 11 de março de 2011

uma estrela

a chuva do meio do dia trouxe-me a clara lembrança daquele absoluto dia.
a partir de então nada mais fora como sempre.
as canções. os luares. os pomares. as primaveras. as letras. as escritas.
nem a vida foi mais como sempre fora.
suas pernas se confundiam com minhas pernas.
seus pensamentos se tramavam com os meus.
seu sorriso seguia o compasso do meu.
seu corpo produzia sincronia com o meu.
nossos olhares se cruzavam e se diziam. tudo.
isso começou num dia onze. de um mês qualquer e de um ano qualquer.
num onze redondo feito pela numerologia.
começou porque um raio derrubou, do firmamento, uma estrela.
e não era uma estrela qualquer.
pendurei-a no céu infinito de minha existência.
todos os dias, quando a noite cai, ela se disfaça de lua.
todas as noites, quando o dia chega, ela se disfarça de sol.
carrego, sempre, não muito escondido, um brilho intenso com que ela me pintou. e criou.

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