Se a gente jogar uma pedra no vento
Ele nem olha para trás.
Se a gente atacar o vento com enxada
Ele nem sai sangue da bunda.
Ele não dói nada.
Vento não tem tripa.
Se a gente enfiar uma faca no vento
Ele nem faz ui.
A gente estudou no Colégio que vento
é o ar em movimento.
E que o ar em movimento é vento.
Eu quis uma vez implantar uma costela
no vento.
A costela não parava nem.
Hoje eu tasquei uma pedra no organismo
do vento.
Depois me ensinaram que vento não tem
organismo.
Fiquei estudado.
Em: Manoel de Barros - Poesia Completa - Ed. LeYa - 2010, p. 435.
Oi Maria Luiza. Como está? A Marindia me indicou teu blog e eu estou vidrado em teus textos. Parabéns! Eu também escrevo minhas coisinhas.. Segue o site para você dar uma espiada e trocarmos alguns textos e afins.
ResponderExcluirhttp://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=15590
Grande beijo no coração!
Olá, Roger! Que boa surpresa, vc por aqui! Logo vi que seus olhos cruzam idéias e existências... e tem mãos de quem pensa com o lápis em punho, desenhando o pensamento!
ResponderExcluirPesquei umas coisas suas e já li agora... outras lerei no correr da semana... li e gostei muito... fiquei com a sensação de que já vi algumas dessas coisas passando em sua cabeça!
Vamos conversando e nos comunicando!
Abraço carinhoso, contente com sua chegada!