Assumo que não aprecio falar em futebol... esporte que ainda é esporte somente nos campinhos e olhe lá!... no mais, tornou-se um mundo de corrupção e usurpação da dignidade de jogadores, torcedores, etc.
Os clubes de futebol foram transformados em grandes produtores de lucro pra servir à fome devoradora das federações, dos cartolas, dos empresários, entre outros. Assediam e agenciam meninos que mal saíram das fraldas, dopando-os com valores da moral hipócrita e do cheiroso mundo do consumo, os “revelam” e jogam os adocicados garotos na arena da disputa... todos desejam ser os melhores... todos querem ser vistos por quem possa pagar mais e melhor por seus virtuais “passes”... geralemente são vendidos para colocar mais dinheiro nos cofrinhos dos gananciosos cartolas.
Esses garotos geralmente crescem com os referenciais desse mundo podre em que se banaliza a vida, a humanidade e a solidariedade. Crescem não para serem mais um no coletivo, mas para serem aquele que brilha no alto da montanha das ilusões, para onde o coletivo olha, se emociona, vibra e deseja estar! Crescem pensando que realmente estão no topo e que nada os atinge... não sabem o que está no outro lado da montanha!
É assim que essa gurizada, na sua grande maioria, fica agoniada para se sobressair e ganhar valor comercial... vende-se seu nome, sua camisa, seu corte de cabelo, seu corpo, seu passe... ficam tão esquecidos do fato de praticarem um esporte, que não se constrangem em se tornarem papagaios de publicidade de bebida alcoólica, refrigerante, cigarro, entre outras drogas... tornam-se atores... perdem a capacidade de serem aquilo que realmente são... devem se comportar conforme à cartilha do poder futebolístico que os comprou, pois são seus princípios que alimentam suas cabeças... a grande maioria segue o regimento, mas muitos deixam à mostra a realidade que fica escondida por trás da montanha, nas coxias, por trás das luzes ofuscantes da ribalta, e assim também mostram que aquela imagem projetada no topo seja apenas ilusão de ótica.
Os garotos são transformados em pobres meninos-ricos que seguem o faro que o cheiro do consumo lhes registrou na memória... recebem por um mês de trabalho, aquilo que a maioria dos trabalhadores nunca chegará perto de alcançar, ralando dia e noite durante toda a vida... querem comprar tudo o que o dinheiro lhes permite comprar, inclusive a dignidade dos outros, assim como a sua lhes foi comprada... muitos, com dificuldade para construir relações humanas e afetivas, compram o tempo e o contato com as pessoas!
É assim que, o que poderia ser só um exercício sexual grupal (no caso das orgias protagonizadas por jogadores de futebol que a GLOBO não ousa dizer o nome, pois atingiria seus próprios interesses comerciais, assim como de seus anunciantes), transforma-se numa aviltante ciranda de hipocrisia e podridão... num balaio de sexo, drogas, hipocrisia, arrogância e degradante auto-afirmação.
Nessa teia, Bruno, o goleiro do Flamengo, prendeu seus caracóis... menino vindo da miséria afetiva, humana e social, esmagado pelos chutões que o expurgaram da própria vida, foi aos poucos idealizando a própria imagem que quis projetar no topo. Aliciado pelo devorado mundo futebolístico, tornou-se mais um garoto de programa do futebol brasileiro. Os valores que lhe foram planteados por esse mundo-cão, cruzaram com os valores que o tornaram forte para sobreviver em meio aos cacos de existência que foi colando para sobreviver.
Juntou isso tudo, com o poder daqueles que ateiam fogo nos podres poderes... cruzou seus trocados com os trocados do mundo das drogas, do crime contra a vida, do cenário que fica ofuscado pelas luzes da ribalta... as luzes só foram apagadas e o cenário apareceu, porque alguma coisa saiu errado no espetáculo... Bruno ia seguir normalmente a sua vida, retomando o Brasileirão, fazendo defesas com cara de quem vai espancar a bola, fazendo orgias com garotas de programa cujos nomes talvez nem viesse a saber, os cães de seu amigo seguiriam comendo as tenras carnes de outras moças e de outros corpos que fossem apagados por trás da ribalta... o sítio de seu amigo continuaria recebendo estranhamente o descarte de “carcaças de animais”... as mulheres seguiriam sendo contempladas no papel de objeto e para tal continuariam sendo convocadas para serem servidas nas bandejas ao lado das bandejas de drogas... Bruno poderia vir a ser o goleiro da seleção do Ricardo Teixeira em 2014 e pisotear tudo e todos que marcaram as patas em seu imagnário.
A garota de programa, atriz pornô, etc., que teve um filho com Bruno, quase foi crucificada por suas ocupações profissionais, numa tentativa de dizer que o inocente jogador a conheceu numa farra... quis sair ileso dessa festinha que serviu seus restos aos animais!
Tudo isso, não é pelos míseros trocados que teria que pagar como pensão àquela que a mídia-hipócrita transformou em sua amante... não é pelo filho que ele quis que ela abortasse (nesse caso, somente um estorvo)... não é por tão pouco... talvez seja porque tudo isso ameaçava apagar as luzes da ribalta e dar a ver o que compõe o cenário esquecido por detrás da cortina... certamente só será visto esse recorte do cenário e se jogará o pano sobre as demais ossadas que foram descartadas naquele sítio, ou sobre as ossadas descartadas pelo mundo do futebol, ou as do mundo do tráfico (que serve principalmente à burguesia discreta e podre), ou as do solene mundo capitalístico e do consumo... Bruno, o jogador, talvez logo seja reabilitado pelo próprio Flamengo ou por algum clube estrangeiro... afinal, como ele próprio disse “quem nunca saiu no tapa com a mulher?”, ou quem nunca matou alguém e jogou para os cães comerem, ou quem nunca se relacionou com outras pessoas como se elas fossem meros objetos?... talvez os pobres cães é que sejam penalizados, pois comeram os restos da garota tirada do cenário e esqueceram de limpar o focinho!
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