segunda-feira, 26 de julho de 2010

“O que restará aos filhos de nossos filhos?”

Hoje serei mais breve e rasa do que o costumeiro! O título vai acompanhado de aspas porque é uma pergunta que me foi dirigida por um vizinho. Dia desses, saindo de casa, o vizinho me acompanhou na caminhada rumo ao trabalho. Ele me encontra e já sai puxando assunto, sendo que o daquele dia foi a “lei da palmada”. Indignado com a lei, porque sendo proibida a palmada, não restaria nada para os pais educarem os seus filhos e ainda emendou: “o que restará aos filhos de nossos filhos?”.
Primeiro, devo dizer que não formulei posição sobre a tal lei, mas acho desnecessária, visto que o Estatuto dos Direitos da Criança e do Adolescente – ECA já é dotado de dispositivos que coíbam toda e qualquer violência contra crianças e adolescentes, portanto, basta fazê-lo valer em toda sua dimensão.
Segundo, acredito que se trata de podermos tirar o foco da questão meramente legal, jurídica e formal, e dirigi-lo à questão da formação, da educação e da subjetivação.
Conheço um pouco da história desse vizinho que acredita na eficácia educativa das palmadas e sei que as gerações anteriores à dele – e a sua própria - foram educadas por espancamentos mais ou menos leves, que não produziram gentes melhores... muito pelo contrário, produziram esse mundo que aí está!
Fico estupefata diante dos argumentos daqueles que defendem a palmada como forma de educação... toda e qualquer forma de violência é covardia! Talvez quem não sofreu esse tipo de “educação” não tenha a dimensão do seu significado. Acho mais estúpida a defesa que diz que “é só uma palmadinha”... seu valor simbólico não diminui a dimensão do ato!
Talvez, se mudarmos a educação pautada pela violência, pela educação pautada pela gentidade, amorosidade, solidariedade, generosidade e respeito, “restará aos filhos de nossos filhos” um mundo mais bonito e menos violento, menos covarde e estúpido... e eles não terá que ficar discutindo leis para proibir uma coisa tão estúpida que qualquer adulto sério e responsável deveria saber que não pode utilizar contra uma criança.
Aos adultos que defendem a palmada resta dizer que, além de uma atitude covarde, ela nunca vem sozinha... essa palmada é tão simbólica que seus efeitos nunca deixam de ecoar em nossas vidas!

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