Recém saído pela rua para ver a exposição dos retratos que registraram outros tempos da vida, num repente alguém lhe perguntou: “se reconheceu no retrato?”. Ele, estupefato, voltou pra olhar melhor e só então percebeu que o artista era ele. Fez-se outro retrato dele, capturado pelo encontro com seu próprio retrato. Não sendo nem um, nem outro, ou, sendo um e outro, procurava a si nos entremeios da arte. Na profissão, fazia arte desenhando coisas e lugares. Na música, fazia arte desenhando canções e dedilhando melodias. Demorou pra se reconhecer no retrato, porque demorou para entender que era exatamente ali que se encontrava.
domingo, 31 de julho de 2011
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