quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Brevíssimo Conto

Mal dos olhos - Nunca leu nada nem ninguém. Só ficava olhando as letras, esperando que elas lhe dissessem alguma coisa. Ou algo. Elas nunca disseram. Já crescido, foi ao olhista que perguntou: “o que consegue ver aqui?”. Respondeu, com ar de sábio: “tudo embaralhado”. Voltou pra casa com as lentes por sobre o nariz. E as letras continuaram sem dizer nada, mas ele pode ver melhor o embaralhado delas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário