quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Explicando um pouco das coisas do Blog

Alguns já me perguntaram sobre algumas coisas do Blog, mas ainda não fiz sua descrição, tendo colocado apenas algumas coisas em meu perfil, portanto, agora respondo algumas coisas, algumas enviadas por email e outras pessoalmente, tentando explicar um pouco do Blog.



Uma das coisas: o motivo do caminho virtual se apresentar com “outras compotas”. Como já pincelei num dos escritos, faço aqui, compotas com as palavras, idéias, pensaduras, imagens e outras coisas que me aparecem nas colheitas cotidianas e que podem servir a novos pensamentos em momentos de entre safras. Isto posto, antes eu fazia minhas compotas em outras formas e agora, arrisco neste Blog, que qualquer um pode ler e participar... sendo assim, outras compotas!


Outra das coisas: também já está dito nos escritos, tendo me criado no cotidiano de um bolicho, desde muito pequena meus rabiscos foram feitos nos papéis de embrulho e é uma das coisas que nunca abandonei. Hoje tenho várias pastas com meus papéis guardados. Já aprendi a pensar e escrever diretamente no computador –uma coisa muito difícil pra quem sempre usou o lápis pra escrever e pensar-, mas a planta baixa dos projetos de escritos, ainda é feita com o lápis e o papel... e confesso que agora dei pra escrever com lápis de desenho, assim tenho a sensação de que no escrevinhar das palavras, desenho também as idéias e suas imagens. Ainda uso lápis de caspinteiro, papel de embrulho e caderneta.


Ainda outras das coisas: o motivo dessa fotografia aí, estampar o Blog cujo título é Papéis de Embrulho: Bueno! Essa é uma fotografia que fiz no ano de 2007 e da qual gosto muito. Falarei um pouco desse lugar: fica a uns 500 metros da casa em que nasci. Lá pelos idos da década de 70, nos meus primeiros anos de vida, já andava a passos largos o delírio do chamado “desenvolvimento” propiciado pela tecnologia e pela devastação capitalística. Nesse compasso, foi realizado o asfaltamento das estradas da região noroeste -e de todo o resto, é claro- e esse lago que aparece na fotografia era então apenas um terreno por sob cuja superfície encontrava-se imenso rochedo. Esse rochedo foi utilizado para o asfaltamento, deixando ali uma imensa cratera de mais ou menos três hectares, onde, há alguns anos, foi colocada uma taipa e transformada no lago, que é um dos meus lugares preferidos para pescar.


A fotografia foi feita num momento de volteio do sol e toda a margem reproduz o seu exato reflexo na água. É o Eu e o seu duplo que se juntam na exata torção da dobra que se produz entre a margem que faz a contenção da água e desta que lhe devolve o seu retrato, a sua imagem... me parece uma relação de amor... junta-se a imagem do que é, com a imagem de seu reflexo e parece ser um só!


Agora é essa fotografia que estampa a entrada do Blog e mais adiante pode ser outra, pois não sou afeita à essas ditaduras de regularidades que os marqueteiros apregoam para a fixidez alienada de imagens. O que me interessa é exatamente as desregularidades, as descontinuidades e os movimentos que aí se produzem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário