As coisas ficaram todas como estavam quando ela morreu. O sabonete secou na saboneteira. Os cremes endureceram em seus frascos. A toalha amarelou, pendurada no gancho do banheiro. O pijama restou jogado sobre a cama. O copo d'água, ficou imovel no bidê. As coisas penduradas na parede ainda guardavam seu jeito. A casa ainda tinha sua cara. As plantas sobreviveram graças à chuva que lhes animava de tempo em tempo. A borracha das chinelas secou. O vidro de perfume foi evaporando aos poucos. O calendário seguia o mesmo ritmo, mas agora sem os sabores de suas idas e vindas. Mas a lua desceu do firmamento e derramou a luz na escuridão de sua ausência. Nem o sol foi tão importante nesse tempo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário