domingo, 10 de junho de 2012

flecheira.libertária.250 - nu-sol


código florestal
Na última sexta-feira anunciou-se os 12 vetos e 32 alterações feitos pela presidente Dilma no projeto do  novo Código Florestal aprovado pela Câmara. Os ministros que representaram a presidente na coletiva de imprensa ressaltaram como premissa os princípios democráticos e o respeito aos acordos feitos ao longo de
mais de dois anos de tramitação. Como esperado, quebraram a cara aqueles que acreditavam que a bravura da guerrilheira que resistiu à ditadura civil-militar reverberaria em radicalidade da presidente da república. Quem decide entrar no jogo democrático precisa estar disposto a fazer acordos, encontrar meios termos e negociar nos mercados econômico e político . Quanto ao Código Florestal, o governo do Partido dos Trabalhadores defendeu as exigências da bancada ruralista e dos latifundiários, anteriormente elaboradas pelo PCdoB, ignorando as organizações ambientalistas. Decepcionados, os adeptos da campanha Veta Dilma! lamentam e constatam que, na democracia participativa, o meio ambiente só existe como alvo de negociações e acordos de ocasião. 
god save the queen
Há um ano, a aclamada rainha dos baixinhos era escolhida para embaixadora da campanha pela lei da palmada. Na última semana, ela volta em um programa dominical, retomando a discussão do abuso sexual sofrido por crianças e jovens. Para o próximo ano, para qual causa a rainha será usada e abusada?
ocupar, rastrear, pacificar
No centro do Rio de Janeiro, tropas da Força Nacional ocupam favelas e bocas em busca de usuários e traficantes de crack. Junto com eles, entram assistentes sociais e agentes de saúde pública, que recolhem crackeiros, a maioria muito jovem e pobre, levando-os para abrigos e centros de reabilitação, a maioria deles particulares conveniados com o governo estadual. A população local aplaude, num misto de compaixão, asco e alívio. Os secretários de segurança e assistência social defendem as ações como complementos necessários para completar a pacificação da cidade. Críticos da criminalização das drogas se dividem, incertos, entre os que repudiam o tratamento compulsório de usuários de crack e os que o consideram uma necessidade diante de mais uma epidemia. 
liberar-se! 
Enquanto se abranda o rechaço social a drogas como a maconha, outras passam a ocupar o lugar da degeneração social, física e moral e ser combatida. Os últimos anos têm sido do crack: eis a droga-alvo da vez, com seus mulambos-usuários como alvos de investimento humanitarista, sanitário e policial. Tudo junto, coligado, misturado. Moralismo e proibição das drogas caminham há um século junto de argumentos médicos e sanitários. Essa combinação de discursos, que hoje alivia o peso para a maconha, foi o mesmo que antes se voltou contra ela e que agora mira no crack. Os reformistas de plantão não veem ou fingem não ver que toda reforma recoloca o castigo e a punição. Liberar-se das reformas, da adição a elas é um exercício de saúde! Liberar as drogas vibra aí, nesse campo, e não na produção de novas amarras, preconceitos e controles. 
ainda hoje, coragem!
Investigadores de polícia do Estado de São Paulo que participaram das equipes de torturadores durante a ditadura civil-militar seguem em seus cargos de segurança em nome do Estado. Os cidadãos sustentam o emprego de torturadores canalhas, com o dinheiro dos impostos sequestrados pelo Estado. Nas vielas, celas das delegacias e prisões, outros agentes seguem recebendo holerite para torturar, sobretudo, jovens, em nome do Estado, pela segurança da propriedade. É preciso escancarar o que é indissociável: prisão, polícia e tortura. Quem sabe a partir daí colocaremos questões mais corajosas.

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