sábado, 26 de outubro de 2013

flecheira.libertária.314

vandalismo organizado?
Depois da formulação de um anarquismo organizado, agora aparece, em meio às manifestações de rua, os que pleiteiam um vandalismo organizado. Em entrevista por celular a um jornal de grande circulação de São Paulo, certo grupo reivindicou parte das ações contra o monumento aos Bandeirantes, em São Paulo. O entrevistado, com um capuz negro na cabeça, se dizia próximo do MPL e distante do black bloc, por estes serem contra a organização e não possuírem um líder. A salutar ação contra o monumento aos assassinos de indígenas não é propriedade de um grupo político, não foi feito apenas por eles. Preocupa a busca por organização e justificativa racionalizável à simples expressão do que é intolerável. A revolta quando busca legitimidade não é mais revolta e pode preparar a entrada do terror de Estado.
não é balada...
Uma revista que se define alternativa veicula por internet vídeos e textos acerca das revoltas de rua na Grécia. A forma de descrição “vende” o acontecimento como uma grande festa que reúne um amplo escopo de esquerda, e na qual os “anarquistas são a principal estrela”. As lutas na Grécia expressam efeitos da revolta entre os que produzem uma cultura libertária. Estas lutas envolvem enfrentamentos, perseguições, anos de luta, publicações, centros de cultura, estudantes e professores universitários e o intolerável assassinato de um jovem pela polícia. São um registro da atual agonística libertária. No interior destes embates reativou-se a pertinência do terrorismo anarquista contra qualquer Estado. Não é balada, morô?! Nem matéria a ser malhada por acadêmicos oportunistas.a sanha autoritária.
Um delegado aplicou a Lei de Segurança Nacional, de 1983, nº 7.170, contra os manifestantes de rua, especificamente os black bloc. O código, caído no esquecimento constitucional, mas ainda em vigor, atingiu dois jovens presentes na manifestação de 7 de outubro. Ficou exposta utilidade política do direito: a defesa da propriedade é mais importante que qualquer pessoa. A menina presa já foi libertada e se retrai clamando inocência no feicibuque, ao contrário do que todos dizem, ela não é nem anarquista, nem black bloc, estava filmando os protestos com um amigo. Não está em jogo a defesa diante de uma injustiça, não se deve clamar por inocência, mas é urgente expor o jogo desta democracia incapaz de lidar com eventos não esperados. Vivemos sob uma sanha autoritária.
uma pergunta
Nas manifestações do dia 7 de outubro da praça da república, quantos eram black bloc e quantos eram policiais infiltrados? É vital a moçada corajosa se ligar para não virar laranja ou ir junto com os laranja s, ou mesmo virar boi de piranha na mão da polícia.
nova-velha ordem penal
Declaração de líder do PCC capturada por gravação de investigação deflagrada pela PF essa semana: “para matar alguém hoje é a maior burocracia”. Eis o terror sistematizado. Eis a eficiência da principal parceria público-privada para administração das prisões no Brasil.
policiamento compartilhado
Moradores da avenida Higienópolis, na capital paulista, testam um aplicativo de smartphones desenvolvido para combater o crime. Porteiros, taxistas, funcionários de escolas e o dono de uma banca de jornal receberão gratuitamente celulares para colaborar com a segurança. Ao menor sinal suspeito, pode-se apertar o “botão de pânico” do aplicativo que alerta todos os cadastrados na rede, inclusive a polícia, sobre casos de roubo, sequestro, tráfico e até mesmo bullying. O aplicativo também pode ser utilizado para denunciar “problemas públicos” como alagamento, incêndio, explosão e até mesmo pedintes nas ruas. Com o novo aplicativo alimenta-se os fluxos de informação que compartilham o monitoramento da segurança. Agora, com um rápido toque no celular, informa-se sobre o que pode ser fonte de ameaças. Amplia-se o papel de polícia exercitado por cada um.
viva o fogo da liberdade!
Há algum tempo jovens rabiscam nos muros da cidade de São Paulo: Mais amor, por favor! Frase que é sombra de uma geração emo, e que atualmente é tomada como lema de novos indignados. Em cenários de tragédias recentes replica-se a frase insistentemente. Reproduzem-na em seus tuíter, feicebuqui e similares. São sombras emotivas e estúpidas. Não falta amor em São Paulo, não falta amor no Brasil, não falta amor no e pelo planeta. Em nome do amor massacrou-se e ainda se massacra. Genocídios, etnocídios, ditaduras, holocaustos, não foram senão em nome do amor. Amor à pátria, amor à propriedade, amor à subserviência, amor à segurança. O amor como juízo, nada tem a ver com o tesão e a liberdade dos amantes e dos amigos. O amor asfixia, sufoca, mata. Que se exploda o amor servil e viva o fogo da liberdade! .

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