quinta-feira, 27 de março de 2014

flecheira.libertária.331

fogo no rabo
Marcha da Família com deus ou o diabo foi e é a peregrinação de golpistas, covardes terroristas profissionais escudados na força repressiva do Estado. Pouco importa se a Marcha da Família com deus e o diabo teve centena de milhares há 50 anos e apenas umas centenas de dejetos no último sábado. Eles eram e permanecem golpistas, fascistas, terroristas, torturadores, abjetos governantes, zeladores da permanência da família "rodrigueana". Não são para conversa: usam da democracia para vingar seu direito de manifestação no conflito. Depois, usam a democracia como valor a ser preservado por eles mesmos, metendo ditadura em cima de todos, incluindo os que crêem no pluralismo. Que a Marcha da Família com deus e o diabo tenham seus fundilhos tostados por tochas de fogo que os empurrem, imediatamente, ao seu paraíso!
cotidiano
É preciso estar alerta às mobilizações fascistas, assim como combater, para além das efemérides, os pequenos fascismos que circulam nas democracias, esse fascismo miúdo que faz a “amarga tirania de suas vidas cotidianas”.
atualidade
Hoje, para além das marchas reacionárias, o fascismo se atualiza em meios legais, procedimentos corriqueiros e clamores midiáticos. Para quem duvida, repare na atuação e adesão às ações policiais nos protestos e nas favelas, nas propostas legislativas de combate ao chamado terrorismo, no avanço de monitoramentos eletrônicos e de condutas, na sazonal reativação do “debate” sobre a redução da maioridade penal no Brasil... Ofascismo é repressão, mas também produz positividades de poder. Ele se reproduz nas democracias que favorecem a sua estabilidade institucional em detrimento da liberdade de cada um. Em nome da salvação da lei e do Estado, para garantir a segurança dos especiais cidadãos, a liberdade de cada um é a primeira a ser acossada.
todos sabem como se tratam os pretos!
No Rio de Janeiro, na mesma semana em que seis pessoas morreram nos territórios pacificados, Cláudia Silva Ferreira, mulher de 38 anos, negra, mãe de oito filhos, foi alvejada por policiais, quando saía para comprar pão, e teve seu coração e pulmão perfurados por um projétil. Como se não bastasse, ainda teve o seu corpo esfolado pelo asfalto quente, ao ser arrastada pela viatura por quase quinhentos metros em uma avenida de Madureira. Sobre o cadáver não faltaram laudos, exames, perícias e outras ciências que visam escamotear e justificar o óbvio: Cláudia não morreu por “laceração cardíaca e pulmonar de ferimento transfixante do tórax por ação perfurocortante”. Assim como Amarildo e outros anônimos, essa mulher foi executada pela polícia, assassinada pelo Estado.
parasitas: profissionais da democracia em ação
Realizou-se no Brasil um congresso para empresários dos negócios sociais, voltado para a inovação e tecnologias sociais de amortização da pobreza e sofisticação da segurança pública. O representante da neoliberal Open Society Foundations declarou à mídia paulista que ações da polícia, como a que a arrastou o corpo de Cláudia Ferreira, devem “escandalizar” a própria corporação. Fez coro ao atual mantra neoliberal de regulamentação do mercado de drogas e pregou a cantilena da polícia mais humana. Todos devem lucrar! A polícia é violenta, as prisões estão sempre superlotadas e funcionando como centros de tortura, porque o Estado existe para zelar pela propriedade desses benevolentes empresários e de seus asseclas de fala mansa que vivem do empreendedorismo da miséria.
o capitalismo mata
O capitalismo mata e sua ordem se mantém pela continuidade da violência legitimada das polícias, sua mais cara instituição. Escândalo insuportável é afirmar que a violência só cessará com a abolição da polícia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário