quarta-feira, 19 de março de 2014

flecheira.libertária.330

agenda
As manifestações de rua que escolheram como alvo a realização da copa do mundo de futebol entram na rotina. Após as ações da tática black bloc explicitarem a regular violência da conduta policial, a última manifestação se mostrou ordeira e partidária. No último protesto polícia e mídia estavam em número superior aos manifestantes. A nota dissonante não divulgada foi haver o confronto ainda que breve dos adeptos da tática black bloc com a polícia. Por que não noticiaram? Seguramente porque polícia e mídia pretendem convencer a população que isso é um fato superado.
rotina
A produção desse consenso conecta organizações de defesas de direitos humanos, mídia, polícia, partidos nanicos, alternativos, em função da obstrução da tática black bloc, visando o encantamento: a copa do mundo transcorrera em paz graças a um povo ordeiro, cordato e pacífico. O que um democrata juramentado tem a dizer sobre o revival da marcha da família...
cidadão de bem
Não passa uma semana sem que a polícia demonstre seu conhecido e regular procedimento violento. Se há duas semanas, em São Paulo, a chamada tropa do braço agiu contra manifestantes, nos últimos dias ocorreram intervenções na chamada cracolândia e repressão aos trabalhadores do Ceagesp (a polícia alega que não usou armas não-letais, porque não tinha sido comunicada do evento). No Rio de Janeiro, a celebrada pacificação das favelas continua produzindo mortes, desaparecimentos, investigações e planos corretores para salvar aprogramação da secretaria de segurança. Não vê quem não quer: a ordem é garantida com violência e regulares desaparecimentos. Essa é e sempre foi a polícia que todo cidadão de bem julga necessária e para a qual entrega sua adorada devoção. 
perdeu! ganhou! o quê?
Após duas semanas de ocupação militar (que todos sabem ser russa, ainda que os soldados não tenham bandeiras no uniforme), um plebiscito foi rapidamente organizado para sondar a “vontade popular” de se anexar a Crimeia à Rússia. A maioria da população, de origem russa, se manifestou em peso dizendo “sim”. Lançando mão de um argumento difundido um século atrás pelo presidente estadunidense Woodrow Wilson – o direito à autodeterminação dos povos –, o presidente-czar-KGB Vladimir Putin declara que as urnas devem ser respeitadas, com a Crimeia passando a incorporar a Federação Russa. “Autodeterminação”, “plebiscito”, “federação centralizada”: conceitos produzidos, reproduzidos e redimensionados conforme as correlações de força e os interesses voltados a reafirmar as centralizações do poder político.

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