segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Daquilo que não me interessa

Não quero saber das regras brutas da língua pensada e falada.
Não quero saber das absolutas cientificidades.
Não quero saber das vãs formalidades e nem das liturgias inócuas.
Não quero saber de copa do mundo e nem do mundo da copa
                (não me interessa saber dos milhares de milhões que valem uma dupla de pés e outra de pernas correndo atrás de uma bola)
                (não me interessa saber de uma bola pensadinha e desenhadinha especialmente para a copa)
                (não me interessa saber de mascotes e nem de adereços)
                (não me interessa saber de uniformes feitos ao gosto da publicidade que pinta o sete nas coxas, na bunda, nos ombros, no cangote, nos braços, na barriga, nas costas e onde mais couber coisas para vender os falidos espaços e deterioradas subjetividades)
                (não me interessa saber quem financiou o quê e nem quem roubou, superfaturou, amealhou, explorou, juntou as granas que foram tão bem calculadas nos impávidos papeis dos burocratas)
                (aliás, não precisam ficar me explicando o que saiu de onde... na verdade tenho medo de me imbecilizar e acabar entendendo a coisa exatamente como me explicaram, mesmo sabendo que não seja bem assim)
Quero saber bem pouco.
Quero saber de pouca coisa.
A vida que bate nos singelos passos de quem vive noutros mundos, que não o da copa.
É disso que quero saber e sei.
                (é coisa pouca, porque a bola que amorteço em meu peito é feita de vida de verdade... o campo em que corro, não tem margens precisas, pois pode me levar a qualquer descampado... as camisas rotas não tem patrocínio além do suor)
Ah! E ainda tem mais umas coisas (que talvez sejam as mais importantes aqui) que me interessam!
                (interessa-me a vida, a força, a alegria, a fluidez com que vivemos, com copas ou sem copas)

Enfim! A vida pode sempre ser outra coisa!

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