terça-feira, 7 de abril de 2015

flecheira.libertária.379

terrorista é o estado 
A última edição da flecheira libertária noticiou que 15 anarquistas que vivem na Espanha foram sequestrados pelo Estado em operação policial intitulada “Piñata”. Uma semana depois, dez deles foram libertados do cárcere, porém, mantidos presos em território espanhol ao terem seus passaportes confiscados. Hoje, 7 de abril, cinco anarquistas permanecem encarcerados sob a acusação de terrorismo, “subversão da ordem pública e perturbação da paz social”, e por suposta associação ao Grupo de Anarquistas Coordenados (GAC). Estes encarceramentos obedecem à lógica da prevenção e da segurança: o Estado segue disseminando violência e terror. 
onde há polícia não existirá paz 
Na última quinta-feira, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, uma criança de 10 anos foi executada pela polícia com um tiro de fuzil na cabeça. Ao corpo do menino Eduardo de Jesus Ferreira somam-se outras 3 mortes pela polícia apenas neste início do mês. Autoridades políticas e policiais atribuem os assassinatos a “uma falha no combate à criminalidade” e a uma “falta de controle” das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) locais. Prometeram punir com exoneração os chamados culpados bem como alargar monitoramentos e fiscalizações, e reforçar a polícia local com a reocupação das favelas do Complexo pelo COE (Comando de Operações Especiais). Inaugurada no Alemão com amplo apoio da sociedade civil há pouco mais de dois anos, a chamada polícia pacificadora perseguiu, prendeu, torturou e assassinou sistematicamente. A morte de Eduardo na quinta-feira somente explicitou que onde houver polícia, seja ela qual for, não existirá paz. E tudo recomeçará como sempre. 
a mudança que não muda 
Imediatamente após o assassinato, moradores do Complexo do Alemão protestaram por justiça, contra a violência e contra a presença das UPPs na favela. Utilizando-se de todo o seu aparato repressivo, a polícia respondeu novamente com violência. No sábado, mais manifestações, agora estrategicamente não reprimidas. Enquanto a Coordenadoria da Polícia Pacificadora pretende iniciar um reforço com a atuação de diferentes polícias e comandos no local, os moradores pedem que as UPPs sejam substituídas por Unidades de Políticas Públicas. Seja pela polícia repressiva, ostensiva ou pacificadora, seja pelas chamadas “políticas públicas”, não se abre mão do Estado. E este não abre mão da violência e do extermínio em nome da segurança de alguns. 
marcha, missionário! 
No mês passado a igreja-empresa do bispo-pastor que também é dono de canal de televisão lançou outra novidade: o grupo de jovens “Gladiadores do Altar” organizado no Ceará. Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver rapazes fardados, entoando versos evangélicos em tom militar e fazendo saudações com o braço direito erguido em direção ao tal “altar”. Militantes de esquerda e do LGBT temem ações paramilitares, enquanto a igreja afirma que tudo é apenas parte da formação de novos “missionários”. O Ministério Público sustenta que tudo pode, protegido pela liberdade de culto. Em tempos de democracia juramentada e profusão de direitos, os fascismos seguem fervilhando sob as camadas de tolerância. Todos querendo o direito de manifestar o mesmo, de cultuar o próprio e de criminalizar o que se lhe opõe. 
aumentando os raios da conexão 
Enquanto a Google está projetando seus balões que levarão internet para áreas isoladas, o Facebook começou a testar seus drones que usam raios lasers para a transmissão de dados. Os drones possuem 29 metros de envergadura, funcionam por energia solar e pretendem conectar áreas que nunca estiveram online. Segundo o Facebook, apenas 10% da população no planeta vive sem conexão e os drones fornecerão acesso a mais de 5 milhões de pessoas. A estas serão disponibilizados os sites considerados essenciais, como Facebook e Wikipedia. Outros costumes serão mapeados a partir do fornecimento de dados dessas pessoas. Entre o emaranhado de fios, ondas e raios, o avanço da conexão de todos pretende que ninguém sobreviva incógnito. Em breve tudo estará mapeado. Será? 

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