terça-feira, 28 de outubro de 2014

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Paparicado por militantes alternativos da América do Sul, pouco a pouco, José Mujica escancara sua efetiva política relacionada às substâncias chamadas drogas. As vésperas das eleições no Uruguai, o guru dos maconheiros organizados ainda não implantou a legalização da cannabis. A justificativa para a demora de mais de um ano, segundo representantes do governo, é a falta de instituições para a regulamentação da produção e a dificuldade da emissão de licenças pelo Estado aos produtores da erva. Se o vencedor do próximo pleito não for o sucessor de Mujica, a política de drogas uruguaia, considerada “progressista” por muitos, corre o risco de ser engavetada. Como explicitam as próprias autoridades, o maior obstáculo para a legalização da ganja é o Estado. Libertários já sinalizavam: o uso de qualquer substância é uma questão ética, algo pessoal e intransferível. Quem gosta de estado alterado não confia no Estado. E ponto!
para ecoar um enorme não 
Na próxima semana, junto às eleições presidenciais, os uruguaios votarão em plebiscito a redução da maioridade penal no país. Segundo dados de sondagem, 44% dos entrevistados são favoráveis à redução, 43% contrários e 13% indecisos. Na última quinta-feira, estudantes e professores realizaram greve e manifestações. O ato foi chamado pelo coletivo democrata no a la baja composto por diversos “grupos heterogêneos”. Assim, no Uruguai, como por aqui, a grande questão das campanhas eleitorais é a segurança. Os apavoradinhos, daqui e de lá, emitem nas urnas sua estúpida crença em um reino de paz ou na miserável promessa de assegurar suas propriedades e bens. No limite, esse conto de fadas que povoa tanto a direita quanto a esquerda desperta desejos de extermínio e produz práticas fascistas cotidianas. Diante disso, que é mais que burrice e mais que covardia, é salutar ecoar um enorme NÃO! 
nós nos importamos
As mais de 200 meninas sequestradas pelo Boko Haram em abril continuam desaparecidas. Sem mais “esforços” diplomáticos, na última sexta-feira, o governo da Nigéria anunciou cessar-fogo em negociação pela libertação das meninas. De sexta a domingo, ocorreram diversos ataques à população civil, contabilizando dezenas de mortos. As autoridades nigerianas acusaram o Boko Haram de não cumprir o cessar-fogo e retomaram a caçada pelos representantes deste grupo. Em meio as infindáveis negociações, arranjos diplomático-militares entre estados e terroristas que aspiram ao Estado, as meninas seguem desaparecidas.
armas não matam a fome
A coalizão liderada pelos EUA lançou um pacote de armamentos do ar para “ajudar” os rebeldes curdos na Síria. As armas caíram nas mãos dos interagentes do Estado Islâmico que, ironicamente, agradeceram ao Tio Sam por vídeo na internet. Armas são feitas para matar, estejam elas nas mãos de quem estiver. Os Estados, ou grupos terroristas que lutam para constituir um Estado, sempre se impõem pelas armas e se perpetuam por uma combinação de violência e consentimento. Ninguém come armas e não se produz libertação ou liberação por meio da violência. Armas alimentam mercados por meio de suas demandas de mortes, chacinas, extermínios e genocídio. Armas, o Estado ou a vontade de se tornar Estado, servem para matar.

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