por marian pessah³
O mundo não vai mudar no dia que as mulheres(4) cheguemos ao poder mas no dia
em que as mulheres tomemos consciência de que JÁ estamos no poder.
Para desenvolver esta ideia teríamos que discutir várias questões, entre elas, o que
significa poder e que tipo queremos, se o substantivo, o verbo, ou a ação. Fico pensando que as mulheres somos 94% das professorAs da “educação formal”, também penso no papel relevante que têm as mães neste patriarcado capitalista. CHEGA. Vamos deter as máquinas do sistema por um momento e pensar. BASTA de reproduzir violência, opressão, submissão, sim senhor. Vamos produzir nosso mundo e transmiti-lo, temos todas as ferramentas em nossas mãos, ou JÁ não estamos nos lugares em que se ensina a viver e onde se transmitem as regras do jogo da vida? Quem passa mais tempo com as crianças nas creches, nas escolas, nas universidades, nas casas? Como é que seguimos cuidando e criando xs filhxs do patriarcado?
Que loucura! Que tipo de dispositivo nos meteram na cabeça? Somos as mulheres quem estamos criando os futuros homens violentos e feminicidas. Já se tocaram disso? CHEGA!! É hora de DESOBEDECER.
Vamos nos entender: chegar ao poder pelas urnas significa que continuem a nos domesticar e que nos construam a imagem e semelhança dos patriarcas . Mais ainda? É chegar ao centro da corrupção e poder dirigir as máquinas que lavam as cabeças. Vamos tomar consciência e impulso do poder que JÁ temos HOJE em nossas mãos. A revolução se faz nas casas, nas camas, nas ruas e nas escolas. Vamos nos unir a uma outra educação popular, ao poder popular consciente e com consciência, só assim poderemos criar fissuras profundas e irreparáveis no sistema patriarcal.
Desejo que o 8 de março seja um abridor de consciências, com flores e árvores que tenham os pés na terra e, nós mulheres, na luta e os punhos em alto.
3 marian pessah – artivista - grupo Mulheres Rebeldes - http://radicaldesdelaraiz.blogspot.com.br/ /marianapessah@yahoo.com.br
4 Refiro-me às mulheres em plural porque somos muitas e diferentes. Quando falamos dA mulher, no imaginário coletivo se desenha o modelo da mulher branca, heterossexual, classe media, monogâmica e…submissa. Na hora que somos nomeadas em plural, deixamos a porta aberta a todas as possibilidades, inclusive, a quem não se
identifica como mulher e sim como lésbica.
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