"De onde se origina, para o racionalismo, a mazela moral da pobreza? Da vontade não disciplinada dos indivíduos. Assim, mesmo promovendo o internamento deles, é preciso providenciar dispositivos que: 1. os ocupem; 2. os tornem instrumentos reguladores de uma economia que não anda bem.
Por conta da ameaça de vagabundagem, bem como da crescente crise econômica, o internamento será uma providência a mais, estrategicamente acertada para o controle estrito da vida em sociedade. 'Em toda a Europa o internamento tem o mesmo sentido, se for considerado pelo menos em suas origens. Constitui uma das respostas dadas pelo século XVII a uma crise econômica que afeta o mundo ocidental em sua totalidade: diminuição dos salários, desemprego, escassez de moeda, devendo-se este conjunto de fatos, muito provavelmente, a uma crise na economia espanhola'.
Num só tempo, o internamento adquire um sentido ambivalente: moral e econômico. A alternância de um dos seus sentidos dependerá do rumo que a crise tomará: 1 Para realizar a regulação de preços?: recorra-se à mão-de-obra barata; 2. Para o combate à violência ou esgarçamento da ordem social?: Estabeleçam-se e façam-se cumprir leis punitivas que corrijam o vício da vagabundagem. Se, por um lado, aquele da funcionalidade, as casas de internamento serão um colossal fracasso, dado que a sociedade industrial produz, inerentemente, uma gigantesca massa de miseráveis, por outro lado, o seu êxito é espetacular, e se expressa na instauração de uma dimensão ética da miséria. Seguramente o isolamento da miséria pelos mecanismos de internamento não constituirá medida eficiente de proteção social. A sucessão de convulsões sociais experimentadas até o século XIX vai confirmar isso. Mas o que se conseguiu foi a transformação do trabalho num valor ético. O trabalho funcionará como remédio para tudo, de modo especial para o combate do vício, com o que será identificada a miséria. E pouco importa que ele não seja produtivo. O simples fato de ocupar esse contingente, já assegura que o imperativo ético da sociedade burguesa se robusteça". (José Menezes, tergiversando sobre tecituras foucaultianas)
Por conta da ameaça de vagabundagem, bem como da crescente crise econômica, o internamento será uma providência a mais, estrategicamente acertada para o controle estrito da vida em sociedade. 'Em toda a Europa o internamento tem o mesmo sentido, se for considerado pelo menos em suas origens. Constitui uma das respostas dadas pelo século XVII a uma crise econômica que afeta o mundo ocidental em sua totalidade: diminuição dos salários, desemprego, escassez de moeda, devendo-se este conjunto de fatos, muito provavelmente, a uma crise na economia espanhola'.
Num só tempo, o internamento adquire um sentido ambivalente: moral e econômico. A alternância de um dos seus sentidos dependerá do rumo que a crise tomará: 1 Para realizar a regulação de preços?: recorra-se à mão-de-obra barata; 2. Para o combate à violência ou esgarçamento da ordem social?: Estabeleçam-se e façam-se cumprir leis punitivas que corrijam o vício da vagabundagem. Se, por um lado, aquele da funcionalidade, as casas de internamento serão um colossal fracasso, dado que a sociedade industrial produz, inerentemente, uma gigantesca massa de miseráveis, por outro lado, o seu êxito é espetacular, e se expressa na instauração de uma dimensão ética da miséria. Seguramente o isolamento da miséria pelos mecanismos de internamento não constituirá medida eficiente de proteção social. A sucessão de convulsões sociais experimentadas até o século XIX vai confirmar isso. Mas o que se conseguiu foi a transformação do trabalho num valor ético. O trabalho funcionará como remédio para tudo, de modo especial para o combate do vício, com o que será identificada a miséria. E pouco importa que ele não seja produtivo. O simples fato de ocupar esse contingente, já assegura que o imperativo ético da sociedade burguesa se robusteça". (José Menezes, tergiversando sobre tecituras foucaultianas)
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