sábado, 6 de setembro de 2014

flecheira.libertária.336

quais as lutas no presente? 
O 1º de maio irrompeu em 1886, como modo de atualizar a luta de libertários assassinados pelo governo estadunidense. No Brasil, os anarquistas foram perseguidos sistematicamente desde as primeiras greves do século XX, sendo presos, expulsos, ou enviados para o campo de concentração da Clevelândia. A partir da ditadura do Estado Novo, parte dos trabalhadores cedeu às permutas com o Estado, por meio do Ministério do Trabalho e da burocracia sindical. Entretanto, é sempre bom lembrar que a luta do 1º de maio é uma afirmação libertária. Como estampou A Plebe, no início do século passado, “o anarquista recusa servir de rufião aos patrões (...) não elege fazedores de leis para não consentir na sua escravidão e para não se deixar enganar pelos costumados mariolas”. É sempre bom lembrar este combate contra o Estado. “Eu gozo combatendo-o”, anunciou o mesmo editorial. Combate vital, distinto das melancólicas micaretas financiadas por partidos e centrais sindicais. negócios internacionais Não é incomum (ainda hoje!) que certos canalhas considerem que a ditadura civil-militar no Brasil foi menos terrível do que outras ditaduras latino-americanas. Entretanto, relatos e investigações em nome dos direitos humanos têm reforçado que as ditaduras não estavam separadas entre si, e que respondiam também às demandas de relações internacionais entre os governos (para além da América do Sul). Recentemente, divulgaram-se documentos oficiais da ditadura chilena, que mostram o intercâmbio entre os dois países, incluindo a exportação de técnicas de torturas do governo brasileiro. Ditadura é ditadura! Os efeitos estão presentes em negócios internacionais celebrados até hoje e na permanência das violências do Estado, na continuidade das torturas, com ou sem ditaduras, seja em Santiago, São Paulo, Buenos Aires...
a autoritária conivência 
Em Curitiba, um casal discutia dentro do carro em meio ao trânsito. O homem – um policial civil – parou o automóvel, arrancou a mulher do banco do passageiro e a jogou no chão. Sacou suas algemas, imobilizou a namorada e disparou quatro tiros em seu peito. Depois, alvejou o próprio pescoço e esperou a chegada da polícia. Tudo isso aconteceu em uma avenida movimentada em plena manhã de um dia de semana. Pessoas que estavam em seus carros pararam para observar a cena e gravar vídeos com seus celulares. Já que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”, preferiram registrar a cena para postá-la na rede do que impedir o assassinato.

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