quinta-feira, 13 de setembro de 2012

flecheira.libertária.265


11 de setembro e o terrorismo de Estado 
Na semana que se inicia, editoriais, matérias especiais, breves notas, apresentarão seus balanços requentados sobre o aniversário dos acontecimentos de 11 de Setembro nos Estados Unidos. Todavia, para além das torres, dispositivos de exceção ampliados no chamado governo democrático e das guerras que se sucederam é vital  recordar que nessa data, em 1973, no Chile, um golpe de Estado instituiu uma ditadura civil-militar contra um governo eleito democraticamente e que foi responsável pela prisão, tortura e assassinato de milhares de cidadãos. E sobre isso alguns escritos ainda deverão ser publicados ou noticiados nas TVs. Entretanto, o 11 de setembro também é uma data preciosa para certos amantes das experiências libertárias. Nessa data, em 1965, na cidade de São Paulo, era inventado o TUCA (Teatro da Universidade Católica). Em meio à repressão que sucedeu a golpe de 1964, o TUCA foi um espaço de encenações de resistência direta a ditadura civil-militar brasileira. No instante que já não era possível falar, às vésperas da promulgação do AI-5, o teatro foi o lugar preciso para a invenção de O & A, peça sem textos, somente com movimentos e que explicitou que mesmo sob a violência do Estado é sempre possível encontrar um modo de escapar, de afirmar a vida liberada. Anos mais tarde essa mesma ditadura irá incendiar o TUCA duas vezes, quando este se tornou o espaço de resistência de jovens e de gente avessa a qualquer ditadura. 
entrevista com o editor vampiro 
Em setembro de 2011, sob o efeito dos acontecimentos denominados Primavera Árabe, os editores da revista canadense  Adbusters  decidiram conclamar, por meio das redes sociais, jovens estadunidenses a ocuparem com suas barracas o centro financeiro de New York. Um ano após o protesto que ficou conhecido planetariamente como  Occupy Wall Street, o antes desconhecido editor-chefe da Adbusters, agora promovido a guru militante da moda, declarou em entrevista recente que “o modelo de Zucotti Park acabou”. A principal razão apontada por ele é a de que faltaram lideranças capazes de conduzir o movimento. Como sugestão para corrigir os fracassos do Occupy Wall Street, do alto de seu palanquinho, o editor propôs a criação de um Partido Pirata para canalizar as paixões dos jovens estadunidenses. Depois de ganhar notoriedade, por estar na onda daquilo que muitos celebram como a “nova política”, e usando as 
barracas de certos jovens como escada, o editor explicitou ser somente mais um velhaco arauto da política enquadrada em partidos, visando à ocupação do Estado. E tem gente que ainda acha que são libertários os meninos e meninas que seguem e emprestam seu sangue a esse velho vampiro...  
flores murchas? 
Em outra entrevista, o editor sugere que a criação do novo Partido não será orientada pela já gasta distinção entre “esquerda” e “direita”. Segundo ele, o Partido deverá ser formado por um “estranho híbrido” de desiludidos – desde jovens militantes do Occupy aos reacionários do Tea Party – com a política atual nos Estados Unidos. Por fim, diz que a estrutura da organização será financiada nos mesmos moldes praticados pelos novos protestos, isto é, com pequenas doações de simpatizantes e militantes feitas via internet de qualquer parte do planeta. Um ano após tais acontecimentos, a chamada esperança de que algo novo irrompesse morreu  como se a vida humana fosse espelho das estações do ano. Nisso tudo não há nada de pirata, para ser fiel a esta nova baboseira seu partido deve-se chamar Partido Corsário.  
nas ondas do hit parade
Jornal de grande circulação publicou um ranking das “melhores” universidades brasileiras, entre estatais e privadas. A metodologia de avaliação foi composta por itens como a quantidade de artigos publicados em revistas de alta qualificação acadêmica e número de patentes requeridas. Outro dos tópicos diz respeito a indicações de acadêmicos de  alta performance sobre outras universidades que eles consideram dignas de nota. De um lado, portanto, os  indicadores de desempenho relacionados às revistas que alcançaram o Olimpo acadêmico do reconhecimento internacional. De outro lado, as indicações de colegas sobre a “excelência” de outros colegas: compadrio acadêmico de alto desempenho. Com isso, o ranking viabiliza o que, de praxe, fazem os  hit parades: agenciar  altos negócios. Na disputa por verbas públicas, as estatais bem colocadas mantém suas fatias do bolo, enquanto as  privadas melhor ranqueadas distribuem seus reclames buscando mais alunos e mais recursos, inclusive os públicos. 
liderança nas pesquisas pré-eleitorais 
O candidato líder nas pesquisas pré-eleitorais para prefeitura, em São Paulo, é um velho conhecido das camadas populares ligadas na televisão como defensor dos consumidores pobres. É o povo conformista exercitando seu papel  de ator dedicado ao homem de TV e à máquina religiosa, deliciando-se, com fé, nas propagandas eleitorais pautadas pelo marketing político. Expressa o formidável efeito consensual demonstrado pelos que amam obedecer. Nos negócios políticos, é como consumidor, conduzido por pastores (laicos ou religiosos) que o povo escolhe comandado pela democracia midiática. 

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