vandalismo organizado?
Depois da formulação de um anarquismo organizado, agora aparece, em meio às manifestações de rua, os que pleiteiam um vandalismo organizado. Em entrevista por celular a um jornal de grande circulação de São Paulo, certo grupo reivindicou parte das ações contra o monumento aos Bandeirantes, em São Paulo. O entrevistado, com um capuz negro na cabeça, se dizia próximo do MPL e distante do black bloc, por estes serem contra a organização e não possuírem um líder. A salutar ação contra o monumento aos assassinos de indígenas não é propriedade de um grupo político, não foi feito apenas por eles. Preocupa a busca por organização e justificativa racionalizável à simples expressão do que é intolerável. A revolta quando busca legitimidade não é mais revolta e pode preparar a entrada do terror de Estado.
não é balada...
Uma revista que se define alternativa veicula por internet vídeos e textos acerca das revoltas de rua na Grécia. A forma de descrição “vende” o acontecimento como uma grande festa que reúne um amplo escopo de esquerda, e na qual os “anarquistas são a principal estrela”. As lutas na Grécia expressam efeitos da revolta entre os que produzem uma cultura libertária. Estas lutas envolvem enfrentamentos, perseguições, anos de luta, publicações, centros de cultura, estudantes e professores universitários e o intolerável assassinato de um jovem pela polícia. São um registro da atual agonística libertária. No interior destes embates reativou-se a pertinência do terrorismo anarquista contra qualquer Estado. Não é balada, morô?! Nem matéria a ser malhada por acadêmicos oportunistas.a sanha autoritária.
Um delegado aplicou a Lei de Segurança Nacional, de 1983, nº 7.170, contra os manifestantes de rua, especificamente os black bloc. O código, caído no esquecimento constitucional, mas ainda em vigor, atingiu dois jovens presentes na manifestação de 7 de outubro. Ficou exposta utilidade política do direito: a defesa da propriedade é mais importante que qualquer pessoa. A menina presa já foi libertada e se retrai clamando inocência no feicibuque, ao contrário do que todos dizem, ela não é nem anarquista, nem black bloc, estava filmando os protestos com um amigo. Não está em jogo a defesa diante de uma injustiça, não se deve clamar por inocência, mas é urgente expor o jogo desta democracia incapaz de lidar com eventos não esperados. Vivemos sob uma sanha autoritária.
uma pergunta
Nas manifestações do dia 7 de outubro da praça da república, quantos eram black bloc e quantos eram policiais infiltrados? É vital a moçada corajosa se ligar para não virar laranja ou ir junto com os laranja s, ou mesmo virar boi de piranha na mão da polícia.
nova-velha ordem penal
Declaração de líder do PCC capturada por gravação de investigação deflagrada pela PF essa semana: “para matar alguém hoje é a maior burocracia”. Eis o terror sistematizado. Eis a eficiência da principal parceria público-privada para administração das prisões no Brasil.
policiamento compartilhado
Moradores da avenida Higienópolis, na capital paulista, testam um aplicativo de smartphones desenvolvido para combater o crime. Porteiros, taxistas, funcionários de escolas e o dono de uma banca de jornal receberão gratuitamente celulares para colaborar com a segurança. Ao menor sinal suspeito, pode-se apertar o “botão de pânico” do aplicativo que alerta todos os cadastrados na rede, inclusive a polícia, sobre casos de roubo, sequestro, tráfico e até mesmo bullying. O aplicativo também pode ser utilizado para denunciar “problemas públicos” como alagamento, incêndio, explosão e até mesmo pedintes nas ruas. Com o novo aplicativo alimenta-se os fluxos de informação que compartilham o monitoramento da segurança. Agora, com um rápido toque no celular, informa-se sobre o que pode ser fonte de ameaças. Amplia-se o papel de polícia exercitado por cada um.
viva o fogo da liberdade!
Há algum tempo jovens rabiscam nos muros da cidade de São Paulo: Mais amor, por favor! Frase que é sombra de uma geração emo, e que atualmente é tomada como lema de novos indignados. Em cenários de tragédias recentes replica-se a frase insistentemente. Reproduzem-na em seus tuíter, feicebuqui e similares. São sombras emotivas e estúpidas. Não falta amor em São Paulo, não falta amor no Brasil, não falta amor no e pelo planeta. Em nome do amor massacrou-se e ainda se massacra. Genocídios, etnocídios, ditaduras, holocaustos, não foram senão em nome do amor. Amor à pátria, amor à propriedade, amor à subserviência, amor à segurança. O amor como juízo, nada tem a ver com o tesão e a liberdade dos amantes e dos amigos. O amor asfixia, sufoca, mata. Que se exploda o amor servil e viva o fogo da liberdade! .
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