INTRÓITO1: “Dir-me-ão: ora aí está o senhor, sempre com a mesma
incapacidade de transpor os limites, de passar para o outro lado, escutar e
fazer ouvir a linguagem que vem de fora ou de baixo; sempre a mesma escolha, do
lado do poder, do que ele diz ou faz dizer. Estas vidas, porque não ir
escutá-las lá onde falam por si próprias? Mas, antes de mais nada, daquilo que
elas foram na sua violência ou na sua infelicidade singular, será que nos
ficaria o que quer que fosse, se, a dado momento, não tivessem cruzado o poder
e provocado as suas forças? Afinal, não será um dos traços fundamentais da
nossa sociedade o fato de o destino tomar aqui a forma da relação com o poder,
da luta com ou contra ele? (Foucault)
INTRÓITO2: “Como o poder seria sem dúvida agradável e fácil de
desmantelar, se se limitasse a vigiar, espiar, surpreender, proibir e punir;
mas incita, suscita, produz; não é apenas olho e ouvido; faz agir e falar” (Foucault).
Sou incitada a despertar os pensamentos adormecidos. Sou incitada
ao devir. Sou incitada à desacomodação. Sou incitada a ciscar em meio às teias
e encontrar as moscas mortas que ali se prenderam. Sou incitada a mexer no
palheiro, não para procurar a agulha, mas para conhecer as palhas. Sou incitada
a pensar. Sou incitada a agir e falar.
Começo esclarecendo que o meu interesse técnico, humano e teórico
pela questão do assédio moral vem de muito longe. Vem, em primeiro lugar, da
constatação que fiz, em determinado período da minha vida, sobre como é difícil
lidar com muitas situações no trabalho e não ser intolerante ou fascista com o
outro. Em segundo lugar, vem das várias situações de assédio moral e abuso de
poder que sofri em minha atuação no campo público. Além disso, vem do imenso
número de situações que atendi e atendo, cuja demanda é provocada exatamente
pelo efeito da opressão, do desrespeito, do autoritarismo, do
hierarquismo-burro, do assédio moral, da violência verbal e psicológica que é
praticada por gestores/administradores que também são gente, mas que apresentam
uma formação humana deverasmente conturbada e uma formação técnica bastante
autoritária e conservadora, que acaba resvalando para o aviltamento da
dignidade das pessoas com que eles atuam.
Já tem alguns anos que, em função do grande número de atendimentos
psicológicos a trabalhadores do campo da saúde (pública e privada), encaminhei
documento ao Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos da Saúde (e a
Eva Rosalina Vieira pode falar mais disso), sugerindo a produção de conversação sobre o
assunto e de ações visando interromper esses agravos. Já, no que se refere às
pessoas que vem do campo da educação pública municipal e estadual, sempre que
possível temos mantido espaços de conversação e de produção de movimentos
(tenho conversado, principalmente com a Alexandra Amaral e a Estela Maris Fagundes, mas também na Escolas e em
demais espaços). Sabemos, todos, que essas são questões que nunca estarão
eliminadas completamente, mas que devemos publicizar e dar visibilidade cada
vez mais, buscando produzir outros modos de relações no trabalho, assim como,
inter e intra-institucionais. Enfim, afora os momentos de conversação de ordem
mais pontual, cuido em tecer, também, uma articulação intersetorial permanente,
pois não há como trabalhar sem estar conectado com os demais espaços de
trabalho. Trabalho em rede não é uma mera condição utópica, assim como não deve
servir ao controle do estado sobre a vida das pessoas. Trabalho em rede é
heterotopia e trabalho vivo, acontecendo permanentemente.
No mais, penso que muitas vezes acabamos não tomando uma atitude
mais radical para fazer cessar as situações de assédio moral e de abuso do
poder, por medo, comodidade ou simplesmente por não querer gastar mais energia
com pessoas que dificilmente mudarão a postura e a forma como lidam com a vida
e com as gentes... e é exatamente por isso que elas continuam acontecendo
gestão após gestão, enquanto os trabalhadores vão sendo moídos em sua dignidade
e capacidade vital para a vida e o trabalho.
Quando uma
pessoa ou um grupo se propõe a governar uma cidade, deve já, de antemão, saber
e reconhecer a diversidade como uma condição inerente a polis. Desconsiderar
isso gera, no mínimo, ações e proposições fascistas, ditatoriais e absolutistas,
quando não, cercadas de um fundamentalismo da unilateralidade (e não podemos
esquecer que qualquer pessoa ou governo pode se tornar fascista). Um governo
que cria um clima bélico na cidade, sem sombras de dúvida, há de colher
tiroteios, ou seja, o poder tomado como uma condição universal de guerra, não
produz boas coisas! E, no que se refere ao âmbito da administração pública,
quando os trabalhadores que aí atuam são tomados por inimigos, então a coisa
fica mais estranha ainda. Governo que toma os cidadãos e os trabalhadores
públicos por inimigos, só conseguirá a guerra.
Não podemos
esquecer que há gestores cujas características subjetivas e pessoais os fazem,
diferentemente de outros estadistas, absolutamente tiranos, centralizadores do
poder formal, autoritários -e aí fica perigoso nos dispormos a tecer
interpretações para a subjetividade e psique de um gestor político público (ou
de qualquer outra pessoa que seja)-, assim como fica difícil lidar com isso,
pois nunca sabemos qual será atitude que eclodirá em cada amanhecer. Nunca se
sabe a dimensão da paranoia que desencadeará ações e decisões. Nunca se sabe a
estultice que pode surgir. Nunca se sabe a dimensão da puerilidade que
provocará as ações.
Um gestor
deve ser ponderado e lúcido com relação à composição de forças e estratégias políticas
e de gestão, e não se deixar guiar pela paranoia sobre os supostos adversários,
inimigos ou discordantes. Quando os trabalhadores públicos municipais são
identificados como inimigos, aparenta-nos que o gestor seja insano além de
governante (e a história humana conta com muitos exemplares dessa espécie, cuja
loucura não acontece a favor da vida e sim, da morte, da guerra e da
despotencialização das gentes). Um governante pode ser mais tranquilo se não se
colocar como o centro de todas as decisões e deliberações; se souber provocar o
protagonismo da cidade; se tiver capacidade de compor as relações de forças; se
não se negar à conversação; e, se for gente. Sim, se for gente! E, basicamente,
se trabalhar a favor da vida!
É importante
sublinhar que alguém que se habilita à condição de gestor público, não deveria,
de forma alguma, se propor à centralização e personalização da gestão, visto
que pretender dar conta sozinho da coisa pública, além de produzir a ditadura,
provoca, também, a inviabilidade do governo; além do mais, há gestores que
ascendem ao campo da administração pública e pensam em transpor para tal os
conceitos, noções e práticas do campo privado, mas gerir a coisa pública é algo
bem diverso de gerir um espaço privado –principalmente se for de menor escala- e
isso passa pela legislação, pela política formal e geral, pelo campo teórico, pelo campo ideológico, pelos
cidadãos, pelos trabalhadores públicos, etc.
Olhando
especificamente para a nossa comunidade, vemos que as situações problemáticas
de acontecimento recente ou as que já estejam cronificadas, não serão
resolvidas por um bando de pretensos iluminados, mas sim, por diferentes
espaços de conversação e de execução das ações demandadas. Não acredito em
iluminados que se reúnem para compor, solitos, soluções para questões que
envolvem a coletividade. É fundamental reconhecermos os diferentes espaços de
conversação pública, como genuína e marcadamente produtores do desencadeamento
formal de ações políticas e práticas pontuais (Câmara de Vereadores, Orçamento
Participativo, Associações de Moradores, Redes Sociais, demais instituições e
entidades comunitárias, etc). É de se convir que as Redes Sociais ainda não tenham
um estatuto de formalidade frente às questões “oficiais”, mas é uma ferramenta
que tem funcionado deverasmente como disparador e agenciador de movimentos e,
no mais, a vida está acontecendo na maioria das vezes, de forma absolutamente
independente das articulações públicas e formais, assim, os micro-movimentos,
os micro-devires, os micro-agenciamentos, os micro-acontecimentos fazem do
campo popular genuíno, por excelência, para a circulação e articulação
política.
Mas tenho me
deparado com pessoas que apresentam visíveis, gritantes e assustadoras
dificuldades de entendimento das questões mais básicas da vida humana. E
vejamos que não estou falando de pessoas com reduzida formação vertical, ou
seja, cuja formação educacional tenha se dado de forma popular ou simplória, e
não formalmente. Estou falando de pessoas com elevada formação escolar e, até
mesmo, com um considerável trânsito cultural e político. Não sei se a coisa se
dá por uma dificuldade de leitura, de interpretação ou por limitação
intelectual e humana mesmo... muitas pessoas cuja formação se deu numa
perspectiva clássica-conservadora, seguindo a tradição das dicotomias e
binariedades, das coisas que podem ter somente a via do certo e do errado, das
autoridades-autoritárias, do não-pensamento, da não-problematização... enfim,
essas pessoas têm dificuldade para compreender a condição daqueles que tem uma
posição diversa disso, que problematizam, que provocam pensamento, que chutam
as estruturas, os instituintes e as instituições... nomeiam-nos de rebeldes,
insatisfeitos, recalcados, extremistas, polêmicos, briguentos, compliquentos, entre muitos
outros quetais, mas somos tão, e simplesmente, seres que não vivemos guiados
por verdades pretensamente universalizantes, assim como, não aceitamos que nos
digam o que, como e quando pensar, pois temos nossas próprias formas de fazê-lo.
Chuta-se o que está posto de forma absoluta, “Apoiando-se nas noções aparentemente
abstratas de multiplicidade, de fluxos, de dispositivos e de ramificações, a
análise da relação do desejo com a realidade e com a “máquina” capitalista traz
respostas a questões concretas. Questões que se ocupam menos com o porquê
das coisas do que com seu como. Como se introduz o desejo no pensamento,
no discurso, na ação? Como o desejo pode e deve desdobrar suas forças na esfera
do político e se intensificar no processo de reversão da ordem estabelecidas?”
(Foucault). Assim, somos problematizadores, sim, e somos porque é com essa condição de
problematização com que nos fazemos guiar, que operamos o propósito de provocar
o pensamento sobre as formas como a vida e as coisas da vida, o mundo e as
coisas do mundo estão postas, e, assim produzir movimentos e acontecimentos...
enfim, inventar outros modos de vida e reconhecer as singularidades da vida de
cada um como uma condição fundamental para a vida em pluralidade... pensamos,
também com Foucault, quando diz: “Um dos
meus objetivos é mostrar às pessoas que um bom número de coisas que fazem parte
dessa paisagem familiar – que as pessoas consideram como universais – não são
senão resultados de algumas mudanças históricas muito precisas. Todas as minhas
análises vão contra a ideia de necessidades universais na existência humana”.
Devo dizer que a
crítica rançosa, pequena, mordaz, voraz, rasa, precária e absolutamente
limitada, que faz uma comparação entre o que acontecia em outras gestões e o
que acontece agora, é de uma limitação absurda, visto que não seja disso que
estamos falando, pois para o trabalhador público concursado a vida funcional
não é feita de 4 anos, mas para um grupo gestor e para os CC’s dura 4 anos
(renováveis ou não)... então, o que estamos tentando pontuar (e alguns mais
limitados ou mais ortodoxos insistem em desconsiderar isso) é que muitos dos
trabalhadores públicos municipais que estão sendo removidos ou atingidos por
ações intempestivas na atual gestão, fazem parte de um contingente que se
posiciona cada vez mais e que não se assujeita aos desmandos dos gestores.
Veja-se que
o argumento “eu mando e os demais obedecem” é uma forma de conceber e atuar que
já se tornou tão arcaica no campo da administração, que sempre nos causa
surpresa quando reaprece um exemplar da espécie que pensa e atua assim.
Sabemos, é claro, que há trabalhadores públicos municipais que se guiam por
esse formato vertical e hierárquico de trabalho, em que alguns pensam e os
outros obedecem... sabemos que há, também, aqueles que vem governo, vai
governo, e continuarão fazendo de conta que trabalham, mas não farão teatro na
hora de receber a remuneração... há, também, os que buscam se dar bem em
qualquer condição, fazendo-se de “aliados políticos” da esquerda, do centro e
da direita, e, o que é pior, são tão convincentes no teatro que fazem, que o
gestor (que for interesseiro) aceita o jogo e compra a dignidade dessas pessoas
(que chamamos de sabonetes) com FG’s e outros quetais... há, ainda, aqueles que
parecerão atuar de forma responsável e competente, mas que na verdade estão
mapeando formas de amealhar tudo o que puderem para compor suas remunerações e
seus interesses... enfim, há trabalhadores/colegas que simplesmente não há como
defender!
Assim, cá
estamos, nós trabalhadores públicos, numa peleja intensa com a atual
administração pública municipal de cruz alta, visto que muitos de nós temos
sido removidos arbitraria, intempestiva e autoritariamente de nossos espaços de
trabalho, sem nenhuma justificativa e tal determinação tem partido diretamente
do prefeito municipal, ordenando aos secretários que o façam terminantemente,
sob pena de responsabilização. Vejamos que essa arbitrariedade não é uma
característica exclusiva deste governo, mas soe dizer que agora está sendo
absolutamente mais intenso, amplo e abrangente. Além disso, algumas ações tem
sido meramente fascistas, enquanto outras se fazem ridículas pela puerilidade
(e uma colega que foi removida arbitrariamente conseguiu se plantar em frente
ao gestor e o mesmo emitiu sua posição dizendo que ela fora removida pelo fato
de que seria do PT e teria feito campanha para o PT no último pleito... e
nenhuma dessas informações tem procedência, mas mesmo se o tivessem, isso seria
motivo para remoção?); é algo bisonho e risonho, pois parece-nos que o
menino-gestor quer somente seus companheirinhos jogando bolitas e quem não o
seja, deve ficar fora da brincadeira... às vezes tem que voltar atrás e chamar
uns e outros de volta para ter com quem brincar... birrento e emburrado, brinca
de decidir quem pode e quem não pode ficar na brincadeira, esquecendo que não
estamos aí para estultices desse tipo! E não estamos aí, também, para pessoas
que não têm capacidade sequer para a conversação frente a frente, olho no olho,
ponderando e apresentando suas justificativas, conhecendo nosso trabalho,
conhecendo nosso pensamento e nossa forma de lidar com a coisa pública.
Há algo que
quero assinalar: eu e muitos outros colegas que são publicamente posicionados
deixamos sempre claro nosso pensamento e entendimento das coisas, portanto, não
há de se ter paranoias conosco. E mesmo aqueles que não são posicionados de
forma mais ampla e intensa, mas que são simplesmente trabalhadores públicos que
atuam de forma séria e consistente, não há de se ter paranoias com eles. Enfim,
haveremos de trabalhar sempre e de qualquer forma, visto termos claro que
fizemos um concurso público para isso, mas com certeza, não haveremos de nos
calar diante das questões que se nos apresentarem. Sabedores do fato de que o
mundo é feito de gentes de todos os jeitos e tipos, não nos assentamos em
campos bélicos... gostamos da paz, gostamos da alegria, gostamos do riso solto,
gostamos da vida fluindo, gostamos da parceria tranquila, gostamos dos bons
afetos, gostamos das energias vitalizadoras, gostamos da força que produz vida,
gostamos de trabalhar com gente! E, no mais, lutamos contra todas as formas de
sujeição.
É de se
temer, sim, aqueles que você nunca sabe o que estejam pensando ou de que forma
estejam agindo.
É de se
temer aqueles cuja subjetividade-sabonete há de lavar toda e qualquer mão,
assim como, poderá deslizar por qualquer descuido. Esses, extremamente
perigosos, apresentam a habilidade de, num campo bélico, parecerem aliados, mas
que não tirarão as suas caras de trás das trincheiras quando os inimigos
vierem... esses, olharão no horizonte e parecerão guardiães do campo de
batalha, mas fugirão à menor espreita de movimento.
É de se
temer aqueles que fazem de tudo para angariar benefícios somente para si em
detrimento dos benefícios à coletividade. Temos vários exemplos disso em nosso
quadro de trabalhadores públicos da prefeitura de cruz alta (e alguns desses
tem a cara destampada para dizerem que foram perseguidos, quando, na verdade,
perderam as condições de possibilidades para seguirem bordando seus
contracheques do jeitinho que queriam). Esses, sempre digo, fica impossível
defender. Assim como fica impossível defender aqueles que não trabalham, mas
sabem exatamente o dia em que recebem o salário.
É de se
temer aqueles cujo trabalho não seja sério e que não respeita o cidadão
enquanto gente. É de se temer aqueles que operam o trabalho público de qualquer
jeito e sem consistência humana e técnica. É de se temer aqueles que se
preocupam em serem somente bem remunerados, mas atuam irresponsavelmente. É de
se temer aqueles que vem governo, vai governo, e ninguém faz nada para
cobrar-lhes o trabalho e nem para dispensar seus faz-de-conta... desses eu
tenho medo, porque a cada novo governo se apresentam com imprescindíveis e
insubstituíveis, tentando com isso aumentar o valor que lhes é pago, ameaçando
abandonarem o barco, caso não sejam atendidos em seus pleitos.
É de se
temer tanta gente e tanta coisa, menos aqueles que não vivem da hipocrisia.
Enfim, para dar fecho a esta escrevinhadura, quero dizer que
somos inventadores de modos de vida diversos daqueles dados como certos e
exatos... somos libertários e, ainda com Foucault, lembro que:
“Essa arte de viver
contrária a todas as formas de fascismo, que sejam elas já instaladas ou
próximas de ser, é acompanhada de um certo número de princípios essenciais, que
eu resumiria da seguinte maneira se eu devesse fazer desse grande livro um
manual ou um guia da vida cotidiana:
- Libere a ação política de toda forma de paranoia unitária
e totalizante;
- Faça crescer a ação, o pensamento e os desejos por proliferação,
justaposição e disjunção, mais do que por subdivisão e hierarquização
piramidal;
- Libere-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o
limite, a castração, a falta, a lacuna), que o pensamento ocidental, por um
longo tempo, sacralizou como forma do poder e modo de acesso à realidade.
Prefira o que é positivo e múltiplo; a diferença à uniformidade; o fluxo às
unidades; os agenciamentos móveis aos sistemas. Considere que o que é
produtivo, não é sedentário, mas nômade;
- Não imagine que seja preciso ser triste para ser
militante, mesmo que a coisa que se combata seja abominável. É a ligação do
desejo com a realidade (e não sua fuga, nas formas da representação) que possui
uma força revolucionária;
- Não utilize o pensamento para dar a uma prática
política um valor de verdade; nem a ação política, para desacreditar um
pensamento, como se ele fosse apenas pura especulação. Utilize a prática
política como um intensificador do pensamento, e a análise como um
multiplicador das formas e dos domínios de intervenção da ação política;
- Não exija da ação política que ela restabeleça os ‘direitos’
do indivíduo, tal como a filosofia os definiu. O indivíduo é o produto do
poder. O que é preciso é ‘desindividualizar’ pela multiplicação, o deslocamento
e os diversos agenciamentos. O grupo não deve ser o laço orgânico que une os
indivíduos hierarquizados, mas um constante gerador de ‘desindividualização’;
- Não caia de amores pelo poder”.
Enfim, o poder é
efêmero, portanto, não-é... o poder não existe em si, enquanto verdade
profunda, universal e absoluta. O poder se faz. E estamos sendo incitados a
isso.
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