por Jaap van der Haar
(Entrevista feita em 3/2/98 por Martin Malcherek, Suplemento Especial Drogas, Efeitos, Terapia, Sociedade do Semanário Das Goetheanum, nº 11/98, 15/3/98. Tradutor desconhecido.)
Jaap van der Haar é co-fundador e colaborador do Centro ARTA de Terapia da Dependência em Zeist, Holanda, Diretor da Erit, uma organização da União Européia que se dedica à procura de novos caminhos na terapia da dependência e tesoureiro da Associação de Psiquiatria na Holanda. Ele é presidente da Associação Internacional de Instituições Antroposóficas de Terapia da Adicção (IVAES) e membro da Diretoria da Sociedade Antroposófica na Holanda.
- Sr. van der Haar, o senhor colaborou na organização do Centro de Terapia da Dependência ARTA. Como trabalha o ARTA?
Desde que iniciamos em 1976, o programa do ARTA modificou-se continuamente. Não é que, uma vez encontrado um conceito, o aplicássemos desde então. As questões que se apresentam com relação à terapia de drogas mudaram no decorrer do tempo e, conseqüentemente tivemos e temos que ser flexíveis com nosso programa. Olhando atualmente para o nosso programa, eu diria que ele baseia-se no fato de que, nos diversos passos da terapia, fazemos diversas perguntas às pessoas. A primeira pergunta que fazemos ao paciente é a seguinte: "O seu consumo de drogas tem algo a ver com você?" Inicialmente as pessoas naturalmente dizem: "Não - só caí nessa por intermédio de amigos", "Foi um acidente" e assim por diante, mas quando continuamos perguntando, as pessoas descobrem que, quando se está dirigindo um carro popular, não se está sentado numa BMW. Mas cada um tem uma imagem determinada de um motorista de BMW e um motorista de carro popular. As pessoas descobrem que, por exemplo, a roupa que usamos revela algo de nós. Que o que apresentamos como nosso exterior é uma expressão de nós mesmos. Reconhecer isto é um dos principais passos na primeira fase do programa do ARTA, além da desintoxicação, a organização de uma estrutura rítmica na vida cotidiana e do trabalho agrícola. As pessoas descobrem que a decisão de tomar drogas e de qual droga tomar tem algo a ver com elas mesmas. O fato de eu usar heroína que tem uma ação determinada é algo completamente diferente do que quando consumo álcool ou cocaína. O consumo tem uma ação bem específica que eu sinto como sendo positiva e isso esclarece algo. Ponto. Na medida do possível, nada mais, nem uma análise, nada de problematizar ou psicologizar. Simplesmente: Isso esclarece algo. Quando as pessoas tiverem entendido isso não apenas com a cabeça, mas também o sentem, então chegaram no ponto em que podemos dar o próximo passo.
Fazemos a pergunta: "O que isso expressa?" Na biografia do paciente voltamos ao ponto no qual ele vai à procura. "Porque sinto a ação de uma droga como positiva; ela responde a que necessidade?" Nossa experiência mostra que em muitos pacientes a dependência começa com o primeiro nó lunar1 também que, às vezes, tem a ver com experiências nos primeiros anos de vida. Mas é importante não parar neste ponto: "Ah, experiências incestuosas, por isso auto-medicação com um analgésico, por exemplo heroína" - isto não é reposta. Uma vivência dessa natureza é um choque que denominamos trauma; mas um choque também é sempre uma vivência de despertar ou de iniciação. As antigas iniciações trabalhavam muito com efeitos de choque - basta lembrar do ritual primordial do batismo: Os batizandos eram levados a um estado semelhante à morte por meio de choques que lhes eram causados sistematicamente. Sob este ponto de vista pode surgir nos pacientes algo como uma interpretação positiva de suas vivências: não são apenas experiências assustadoras, mas elas revelam alguma coisa a meu respeito. Isto naturalmente não pode ser entendido como justificativa de maus tratos de menores ou algo parecido, mas essas experiências podem ser entendidas como obstáculos e, por isso mesmo, também como desafios de fazer na vida o que se quer realmente. Quando a dependência começa no período do primeiro nó lunar, isso pode estar ligado com a decisão de configurar a vida nesta ou naquela direção. Quando, mais tarde, voltarmos para esse ponto, é possível reatar ao impulso dessa decisão, sem procurar sua realização concreta no consumo de drogas. Através dessa conscientização, o paciente pode dar um passo para a frente. Com isso quero dizer que a interpretação de que dependência é algo negativo nem sempre é exata.
Hoje vê-se como um desenvolvimento na terapia de drogas, que mais e mais temos a ver com casos psiquiátricos. Há 20 anos isso era diferente. Naquela época os dependentes de heroína não eram necessariamente casos psiquiátricos. Mas hoje há uma nova juventude que não toma heroína, toma Ecstasy - quem hoje toma heroína é tido como "loser", como perdedor. Se olharmos vinte anos para a frente, poderia ser que Ecstasy seja usado como medicamento, assim com a heroína hoje parece ser a resposta para um certo quadro patológico. Na juventude há a procura de um certo sentido da vida que se ajuste ao nosso tempo - assim como a resposta a certas questões dos jovens parecia ser o haxixe nos anos sessenta e parcialmente a heroína dos anos setenta. Portanto drogas estão ligadas com determinados impulsos positivos. E são esses impulsos que procuramos na segunda época do programa do ARTA. Em nosso trabalho eu sempre procuro me fortalecer para não só diagnosticar "problemas" nos adictos, mas também reconhecer o impulso que está atrás da procura - não da adicção que é apenas uma forma dessa procura.
Quando os pacientes tiverem definido para si esse fundamento "é isso ou aquilo o que de fato quero", então começamos com a terceira época: "Você definiu sua pergunta, seu ponto de vista, seu problema - como você quer modificar a conduta que teve até hoje, a fim de poder seguir seu caminho?" - Se conseguirmos dar o estímulo - e aí a Antroposofia é uma grande ajuda - para que a individualidade de cada um seja incentivada a tornar-se ativa, teremos vencido os passos principais da terapia. Então vem ainda a quarta época, na qual os pacientes se fazem a pergunta: "Como posso achar meu lugar no mundo com meus próprios impulsos, qual é o meu campo de trabalho?"
Portanto, os passos são: As drogas têm algo a ver comigo. - O que elas têm a ver comigo? - Como consigo provocar processos de mudança em mim - Como quero direcionar minha vida como "ser humano novo?" - Depois vêm os cuidados posteriores com a reintegração social.
- Onde há pontos de contato com a Antroposofia a partir do trabalho terapêutico ou, invertendo: onde a Antroposofia inspira o trabalho no ARTA?
Inicialmente devo dizer que estou muito satisfeito que Rudolf Steiner não falou nada - ou muito pouco - com relação ao tema "drogas". No movimento antroposófico infelizmente existe uma tendência de colocar a nível de lei o que foi dito por Rudolf Steiner - há pouco desenvolvimento posterior. Devido a contatos pessoais, nós do ARTA estamos ligados à Antroposofia e a partir disso procuramos configurar os modos de trabalho. Desse modo podemos dizer que, por exemplo, somos inspirados por partes da medicina ou psicoterapia antroposóficas, mas da mesma forma entram pensamentos como os apresentados nas palestras sobre a formação antroposófica de comunidades. Nossa ligação pessoal com a Antroposofia, como nós, como seres humanos, respondemos por essas idéias são o decisivo para os nossos pontos de vista e nosso trabalho no ARTA. Portanto o modo como a Antroposofia flui para o nosso trabalho é menos uma determinação programática, e mais uma ligação humana flexível. Mas por outro lado também pode-se dizer que a Antroposofia é o ponto central, ela é o importante! No entanto, não exigimos de nenhum dos nossos colaboradores que ele seja antropósofo ou membro da Sociedade Antroposófica.
- Se a relação do indivíduo com a Antroposofia decide até que ponto esta flui para a terapia, associa-se a pergunta de como o senhor chegou à ela?
Deparei-me com a Antroposofia pela primeira vez quando tinha dezesseis anos, mas nem cheguei a percebê-la. Fui visitar a família de Christopher Marcus e só quando nos reencontramos dez anos mais tarde, constatei que já existia um contato com a Antroposofia que eu nem havia registrado.
Ao redor dos 18/19 anos constatei - pelo uso de LSD - que atrás do mundo exterior há um segundo mundo. Um mundo que não é material, mas que apesar disso existe essencial e concretamente. Depois dessa vivência, fui à procura: "Afinal, o que é isso?" Ocupei-me com macrobiótica, com budismo, com todas as correntes possíveis e toda vez tinha que dizer: "Não é isso." Só quando, durante a minha formação de Assistente Social, pela primeira vez encontrei a Antroposofia conscientemente, eu percebi na "Ciência Oculta" de Rudolf Steiner e também na sua "Filosofia da Liberdade" que havia uma conexão com antigas linhas esotéricas, mas que essa sabedoria é formulada de maneira nova e atualizada. É uma resposta, uma nova expressão de espiritualidade que combina com o que eu procuro. Foi com isso que passei a me ocupar. Na verdade não li muitas palestras de Rudolf Steiner, mas durante muitos anos estudei diariamente a "Filosofia da Liberdade" e a "Ciência Oculta" com meticulosidade científica.
- Como o senhor chegou à questão das drogas e sua terapia?
Eu mesmo estava à procura, estava completamente dentro desse mundo da droga, fiz minhas próprias experiências com heroína, cocaína, LSD, muito haxixe e então aconteceu um momento de despertar. Li o livrinho do Dr. Mees "Entorpecentes - por que?"2. Em resumo, o velho Dr. Mees escreveu: A procura pelas drogas é boa, mas as próprias drogas não são a solução para o impulso que faz a juventude procurar. Isso me pareceu evidente: "Isso está certo!" eu disse e então parei de usar drogas. O próximo passo foi a idéia de transmitir minhas experiências a outros - na ocasião eu tinha 23 anos - e de fazer algo neste âmbito. Depois organizamos um "Centro de Crises" no leste da Holanda.
- Como esses impulsos se exteriorizaram no senhor?
Para mim foi principalmente uma procura - uma procura como ela era procurada nos anos sessenta. Procurava-se uma outra realidade. A vida como era não podia ser o sentido do todo. Não é possível que seja apenas que venho ao mundo, recebo uma formação que me prepara para atravessar a vida com segurança financeiro-econômica, que trabalho durante quarenta ou cinqüenta anos, ganho dinheiro e depois morro! Ainda deve haver uma outra coisa! Por isso é que naquela época estávamos abertos a essas experiências com drogas.
- Parece-me que isso também é importante, porque esse "impulso dos anos sessenta" também provocou uma grande onda no movimento antroposófico...
Tenho a impressão que no séc. XX houve várias "ondas" nas quais um determinado impulso, um impulso espiritual queria encarnar-se. Os sintomas disso alastram-se pelo desenvolvimento artístico e pelos movimentos da juventude na Alemanha, Holanda, Inglaterra - sendo que essas manifestações vêm sempre acompanhadas do consumo de drogas. Essas pessoas procuravam e experimentavam. Mondriaan e Hesse são pessoas cujas vidas são expressão dessa procura. A primeira onda desse impulso foi destruída pela Segunda Guerra Mundial. Nos anos sessenta veio novamente uma onda, uma juventude que procurava algo novo. Ela esgotou-se no materialismo dos anos oitenta. Agora, nos anos noventa vem um novo impulso: a juventude do Ecstasy. É uma juventude que diz: "Nós queremos o que Ecstasy proporciona." Às vezes nós, os mais velhos, temos a tendência de dizer que isso é mau. Também não concordo com isso - Ecstasy não é a solução. Mas o que essa juventude procura, é algo positivo. Sobre o efeito dessa droga, as pessoas que a consumiram dizem: "Sentimos amor, sentimos contato com outras pessoas. Sentimos o que vive nos outros como dor e sofrimento, como alegria e sentimento de felicidade." Na verdade, o que dizem é: "Sentimos o que vive nas almas dos outros seres humanos." Penso que isso é positivo! Isso é uma articulação da alma da consciência3 e por isso não condeno essas pessoas, digo-lhes: "Esse seu impulso é positivo mas talvez - e acentuo o talvez - o caminho através das drogas não seja o correto." Nessa questão, cada ser humano tem que achar seu próprio caminho.
Também não vejo minhas experiências como algo negativo, estou satisfeito de tê-las feito - mas também estou satisfeito de ter notado que não eram a minha solução. Este é um caminho bem diferente do caminho que hoje muitas vezes é percorrido. Temos a tendência - também nos meios antroposóficos - de dizer que os consumidores de drogas são pessoas que têm problemas, que têm que digerir experiências de vida negativas. Isso pode estar certo, mas não é o essencial. Não podemos tratar a dependência apenas como quadro patológico - naturalmente ele também é isso, nos casos em que ocorre uma auto-medicação com a ajuda de drogas - , temos que ver as molas propulsoras que estão atrás da experiência. Quando atrelamos a terapia a isso, então temos uma possibilidade de desenvolvimento e não vemos no dependente apenas uma pessoa doente.
- Tudo isso parece ser muito positivo mas, na sua opinião, quais os problemas que estão relacionados com as drogas?
Quanto a isso, naturalmente há muitos pontos de vista. Inicialmente vou limitá-lo ao aspecto social. Do ponto de vista social, o problema principal é que, quando se trata de drogas entorpecentes ilegais, somos constantemente tentados a dizer: "Não queremos essas substâncias, temos que acabar com elas." Nessa "war on drugs" fixamo-nos nas substâncias e as avaliamos como negativas ou positivas - uma avaliação que as substâncias em si não comportam! Por exemplo a morfina é ministrada a muitas pessoas doentes, pois é um ótimo analgésico. Num próximo passo, essa mesma morfina vem a ser heroína. Portanto ela pode ser usada positivamente, mas da mesma forma pode ser uma droga que desenvolve a dependência. Assim sendo, o problema não está na substância e sim no modo como se lida com ela. Isso não diz respeito exclusivamente às drogas ilegais, quantitativamente elas até que representam o problema menor: na Holanda há cerca de 20.000 dependentes de heroína, porém 5% da população holandesa tem problemas com o álcool. Isso é um problema verdadeiro! Nisso ainda não estão incluídos os dependentes de calmantes, pacientes de anorexia e bulimia. Do ponto de vista político, naturalmente deveríamos continuar a luta contra a máfia das drogas, mas ao mesmo tempo deveríamos conscientizar-nos que, do ponto de vista social, tem alguma coisa errada, se há cada vez mais pessoas que desenvolvem um comportamento viciado.
- O que está errado?
Isso naturalmente não é muito fácil de dizer, preciso me estender um pouco mais: No decorrer do séc. XX o mundo mudou completamente. Tudo que antigamente representava segurança não existe mais ou, pelo menos, é posto em questão: família, a relação pai-mãe-filho, o casamento; toda a ética cristã não é mais um pressuposto óbvio para a vida. Os mandamentos religiosos não têm mais validade. Estamos no mundo como indivíduos auto-responsáveis e não temos mais exemplos, ideais que pudéssemos seguir no sentido clássico: nenhum Jesus, nenhum Marx, nenhum Steiner - só podemos seguir nós mesmos. Nossa cultura social ainda não encontrou formas adequadas para essa individualização. Aos meus olhos, do ponto de vista social, esse é o maior problema. O mundo está fragmentado e nós procuramos regularizá-lo novamente por meio de leis - mas trata-se muito mais de desenvolver modos de trabalho, modos sócio-culturais de trabalho que incentivem os indivíduos a desenvolverem sua própria moralidade, a seguirem seu próprio caminho de desenvolvimento, além das idéias morais prontas sobre bom e mau. Esta seria uma cultura que poderia resultar do individualismo ético.
- Essa cultura é o ideal da Sociedade Antroposófica - como o senhor vê as tarefas da Antroposofia nesse contexto?
Às vezes, a Sociedade Antroposófica ainda tem tendências "teosóficas" fortes demais - ou seja, de ser um assunto tratado em salas de estudo fechadas. Acho que a Sociedade Antroposófica deveria ser uma sociedade do mundo, aberta a qualquer um como uma possibilidade de encontro. Ela deveria procurar o encontro com o mundo e em discussões comuns, procurar soluções para os problemas sociais existentes - sem dogmatizar, sem se restringir ao que o senhor doutor [refere-se a Rudolf Steiner] disse, mas continuar a desenvolvê-lo no e para o nosso tempo. Vejo isso como o conteúdo do meu trabalho tanto na Diretoria da Sociedade Antroposófica como também na Escola Superior e na Seção de Ciências Sociais. Como antropósofos, nos vejo muito dentro do nosso pequeno mundo próprio e muito pouco no âmbito político! Falta-nos estarmos realmente no mundo discutindo, numa linguagem compreensível a todos, questões políticas e sociais!
- Como o senhor procura preencher essa lacuna?
Atuo em algumas organizações não-antroposóficas - sou, por exemplo, tesoureiro da associação psiquiátrica da Holanda. Lá encontramo-nos no meio de discussões atuais e então é possível contribuir com novos pontos de vista. Além disso sou especialista de drogas no terceiro maior partido da Holanda, o "Democraten 66" - e também aí há a possibilidade de formular perguntas de maneira diferente. Para a minha terceira atividade, estou justamente a caminho de Bologna: vou dar um workshop no contexto de uma conferência do Erit. O workshop refere-se ao tema terapia biográfica - portanto sobre o auto-conhecimento ou, falando antroposoficamente, sobre a alma da consciência, sobre a compreensão da vida interior do ser humano. As pessoas lá também estão abertas a isso! Dessa maneira procuro colaborar com as questões atuais a partir do meu ponto de vista, nas formas hoje usuais no mundo não-antroposófico. Para mim a colaboração com organizações não-antroposóficas e antroposóficas é muito importante, igualmente a colaboração internacional de todas as instituições antroposóficas que trabalham com drogas no IVAES (Associação Internacional de Instituições Antroposóficas para a Terapia da Dependência). Os tempos em que se poderia dizer: "nós temos a solução" já se foram. Na terapia como na colaboração dos terapeutas sempre temos que encontrar novas formas. Temos de colaborar, por exemplo, com as seções Médica e de Ciências Sociais no Goetheanum, onde temos grupos de trabalho que se estendem de uma seção para outra. Agora nosso trabalho antroposófico tem que participar da discussão geral. Temos que descer da nossa ilha antroposófica e levar para o debate o que conquistamos!
1. Os pontos de intersecção da eclítica com a órbita lunar, cujo plano tem 5º de inclinação em relação à primeira, são denominados nós lunares. Eles passam pelo Zodíaco num ciclo de 18 anos, 7 meses e 10-12 dias.
De acordo com a posição dos nós lunares no Zodíaco, no decorrer do ano a Lua atinge uma região celeste "acima" ou "abaixo" do Sol em relação à eclítica. Por isso os nós lunares são sinais da relação espacial da órbita lunar e do movimento do Sol. A órbita lunar pode ser vista como expressão da esfera solar supra-sensível que, para a alma humana que está se encarnando, representa um limiar para a Terra. Após cada ciclo de revolução dos nós lunares repete-se a configuração espacial da órbita lunar e com isso o caráter da esfera lunar, de modo que, segundo observado por Rudolf Steiner, nesse compasso temporal repete-se, renova-se o nascimento do ser humano a nível espiritual. Esse novo nascimento pode encontrar sua expressão no reaparecimento dos motivos pré-natais e imagens do destino. (Wolfgang Held)
2. Mees, Leendert F. Rauschmittel, warum? [Drogas, por que?], Stuttgart 1975
3. Alma da Consciência: a independização espiritual que o indivíduo conquistou e ainda tem de conquistar perante religião e sociedade.
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