a internacional dos trabalhadores
Em 1864 foi fundada a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), sob forte influência do mutualismo de Proudhon, em especial das ideias expressas em seu livro Da capacidade política da classe operária. Criadas as sessões que a compunham, as tensões e disputas se prolongaram nos congressos de Londres (1865), Genebra (1866) e Lausanne (1867) entre o centralismo marxista, o nacionalismo blanquista e o antiestatismo federalista e mutualista dos proudhonianos, majoritários nas sessões francesa, italiana, espanhola, belga e estadunidense. Essas tensões marcaram a reviravolta no congresso de Bruxelas (1868) e confirmaram a polarização entre Marx e Bakunin no Congresso da Basiléia (1869). O ano de 1870 acirrou os ódios e violências, inclusive nacionais, em torno da guerra franco-prussiana, bem recebida pelos centralistas e autoritários, pelo “serviço” político de centralização prestado por Bismarck, segundo a leitura de Marx e Engels, e pelo efeito de unidade nacional francesa, segundo a leitura dos blanquistas. O resultado foi o total abandono dos communards pelo movimento operário internacional, perdido em suas disputas intestinas e cegas, diante do acontecimento, a Comuna de Paris, em 1871. Após o massacre dos communards, comandado por Thiers e com apoio do exército de Bismarck, em 1872, uma manobra de Marx no Congresso de Haia, excluiu a ala antiautoritária ao expulsar Bakunin e James Guillaume.
st. imier 1872-2012: 140 anos de anarquia!
A manobra, que tomou a forma de expulsão levada adiante por uma maioria fictícia em torno de Marx e Engels, se traduziu em uma debandada da sessão antiautoritária que, no mesmo ano, fundou a Internacional Antiautoritária em St. Imier, no Jura suíço. Em meio às perseguições, prisões e assassinatos, a Internacional Antiautoritária se manteve atuante e dela procedem os sindicalistas revolucionários, os anarcosindicalistas e os anarquistas que espalhariam o libertarismo e a ação direta pelo planeta. Lutas e combates levaram, mais adiante, à emergência do anarco-terrorismo. Hoje, um congresso comemora os 140 anos daquela reunião, lembrando que as questões e combates iniciados pelos guerreiros daquele tempo ainda se colocam no presente: contra a propriedade privada e estatal; contra o Estado e os governos; contra o dogmatismo e o doutrinarismo. O socialismo autoritário e o nacionalismo mostraram, durante o século XX, como se repõem ditaduras e representações. Anarquistas estão vivos e encontram-se em St. Imier, entre os dias 8 a 12 de agosto, para rememorar suas lutas e afirmar suas invenções no presente. Dão continuidade à cultura libertária em encontros e trocas generosas de experimentações que nunca necessitaram de qualquer conjuntura, favorável ou não, para existir. Viva o Encontro Internacional Anarquista de St. Imier em 2012! Saúde! E viva a vida anarquista!
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